Vida e Morte
A vida é feita de momentos e se a gente não se dedicar para construir esses momentos, a gente parte sem nada!
Espetáculo final
Qual é o público que espia pela gaiola
enquanto atuamos no palco?
Quem são aqueles que puxam nossas cordas e
fazem o espetáculo?
O show acabou, nos aplaudiram, a cortina se
fechou, as luzes se apagaram, saímos do
palco, e agora?
Hoje o dia está triste.
Mas amanhã...
a gente há de sorrir.
Por hoje a gente chora
por quem parte,
mesmo sabendo
que vai chegar
a nossa hora
de ir.
Quem encanta com amor, sempre dá uma porção de afeto que ganha vida, se expande e jamais retorna à forma original. Daí a falta e a carência que a ausência deste amor traz. Por isso já não somos os mesmos, mas sempre seremos um para o outro, e teremos ama saudade carinhosa como companheira desta falta e carência.
A vida é muito breve!
E nessa brevidade, a gente começa a refletir sobre o que teria feito diferente se soubesse que aquele seria seu último dia com uma pessoa que a gente tanto amava/gostava ver partir.
Fica o vazio: a dor de não ter falado o que o coração pedia, o perdão necessário, porque simplesmente deixou para amanhã aquilo que poderia ter feito hoje. O remorso, a garganta fechada de tristeza nos faz refletir e nos faz ver que “de repente”, aquela pessoa que a gente tanto ama deixou essa terra e que nunca mais conseguiremos expressar o que tanto queríamos.
Não deixe para amanhã, a atenção que você poderia dar a uma pessoa que tanto necessitava.
Não deixe para amanhã, o sorriso junto com uma palavra aconchegante.
Não deixe para amanhã, o encontro que tanto queria que acontecesse com aquela pessoa que você tanto gosta.
Não deixe para amanhã, o almoço com as pessoas que te fazem bem e te tornam uma pessoa melhor.
Não deixe para amanhã, o abraço de despedida com desejos sinceros de sucesso.
Não deixe para amanhã, as flores que poderia ter enviado em um dia tão lindo e especial.
Não deixe para amanhã, o café da tarde tão desejado, tão esperado.
Não deixe para amanhã, o perdão que tanto você sabia que precisaria liberar.
Não deixe para amanhã!
Não deixe para amanhã!
Não deixe para amanhã!
A vida é breve...
Jarleide Souza
"No outono de 1953, parecia que eu tinha apenas alguns meses de vida. Em dezembro, os médicos - companheiros no exílio - confirmaram que eu tinha no máximo três semanas de vida.
Tudo o que eu havia memorizado nos campos corria o risco de extinção junto com a cabeça que a mantinha.
Este foi um momento terrível em minha vida: morrer no limiar da liberdade, ver tudo o que tinha escrito, tudo o que deu sentido à minha vida até agora, prestes a perecer comigo...
Eu não morri, no entanto. (Com um tumor desesperadamente negligenciado e agudamente maligno, este foi um milagre divino; não pude ver outra explicação. Desde então, toda a vida que me foi devolvida não foi minha no sentido pleno: ela é construída em torno de um propósito)."
Dói mais sorrir na frente dos outros do que chorar sozinha, mas não devo levar a vida tão a sério porque ninguém sai dela vivo.
Talvez hoje seja a última vez que escrevo. Talvez sejam essas minhas últimas palavras. Talvez minha última refeição seja hoje. Talvez o sorriso que viu partindo de mim seja o último que lhe darei. Talvez eu não esteja aqui no próximo alvorecer. Pode ser que o que não me disse hoje não possa dizer amanhã. Talvez até diga, mas não ouvirei. Pode ser que o "eu te amo" dito por mim a você seja o último que ouvirá com o som da minha voz.
Só percebemos a intensidade da vida quando entendemos que ela e a morte caminham de mãos dadas por um vasto campo onde uma semeia e a outra colhe.
O tempo é o nosso pior inimigo, o confronto ocorre quando nos mantemos conscientes do momento presente... por mais contraditório que pareça então a morte dá sentido a vida.
SAUDADE
"Seus olhos castanhos me assombram, me dominam, desde a última vez em que o brilho dos seus olhos, brilhou de volta por entre os meus.
Nunca vão compreender o quanto a amo, receio que nem mesmo você.
Saudade da sua presença, dos seus problemas para que eu possa solucioná-los, para depois ver você com raiva, dizendo que não quer que eu os solucione.
Saudade da sua gargalhada, aquele instante em que você a carrega e aguarda para soltá-la.
Inveja da vento brincando nas ondas do seu vestido, é o mais perto que minhas mãos já estiveram.
Saudade das curvas do teu corpo, que são como as das montanhas das cordilheiras, dolorosa e a espera para que eu me perca entre elas mais uma vez.
Não desejo você, pois o desejo foi atrelado a morte, para que os homens pudessem matá-lo, entrego a você o meu amor, pois foi atrelado a vida, para que pudéssemos vivê-lo."
Palavras são como brisa suave que acalanta a alma, sentimento fugaz, incapaz de mudar o mundo. O que transforma vidas e constrói legados são as atitudes. A iniciativa certa num momento crítico salva vidas. Já as palavras criam apenas um conforto espiritual preparando a matéria para o seu estado primitivo e mórbido.
Eu não sou daqui,
não vim para ficar.
Tudo o que eu tenho,
tudo o eu posso levar,
está no meu barco.
Agora é hora de voltar para casa.