Vida e Morte
A morte não deve ser o ápice da vida pra ninguém,
onde termina a alegria e some a dor.
A morte deve ir muito além,
como luz que renasce das cinzas depois de apagada.
A morte não deve ser o cume da vida,
nem o final de toda jornada.
Ela deve ultrapassar o amor,
indo muito além desta estrada.
Redundâncias
Ter medo da morte
é coisa dos vivos
o morto está livre
de tudo o que é vida.
Ter apego ao mundo
é coisa dos vivos
para o morto não há
(não houve)
raios rios risos.
E ninguém viver a morte
quer morto quer vivo
mera noção que existe
só enquanto existo.
Dizer o obscuro
Assim como Orfeu, toco
a morte nas cordas da vida
e ante a beleza do mundo
e de teus olhos, que comandam o céu,
só sei dizer o obscuro.
Não esqueças que tu também, de repente,
naquela manhã, teu leito
ainda úmido de orvalho e o cravo
dormindo perto de teu coração,
viste o rio obscuro
passar por ti.
A corda do silêncio
estendida sobre a onda de sangue,
agarrei teu coração soante.
Tua mecha se transformara
em sombrio cabelo da noite,
os flocos negros da escuridão
cobriram teu rosto com neve.
Mas não pertenço a ti.
Agora lamentamos os dois.
Mas assim como Orfeu conheço
a vida ao lado da morte,
e me parecem azuis
teus olhos fechados para sempre.
"A morte não é a maior perda da vida,mas sim,quando perdemos a alegria e toda esperança de vivermos a vida."
Silêncio, não de paz, é o grito da morte.
Vazio, ausência absoluta de vida.
Escuro, sem luz estou agora pois, para onde me esforço a observar, me pego na dúvida eterna se fechados estão minhas pálpebras ou aberto estão meus olhos sem brilho da luz que um dia jurou me guiar.
A perda se torna intensamente triste, quando se tem a presença constante do medo dela.
A alegria esta sempre ocupada, enquanto a tristeza disponível sempre esteve, sentirá que a presença da tristeza deixará tu e todos para baixo.
Já no topo, grudado com a alegria, ocupado demais para lembrar da tristeza, esquecerá que foi a tristeza que te fez subir, foi a disponibilidade da tristeza que te levou a ocupação da alegria
Tristeza, o lado oculto da alegria onde dizem citar por aí que, que há de haver um fardo dez vezes mais pesado que a tristeza humana.
Alegria, ocupado demais para explicar
- Poema feliz, de uma pessoa não tão feliz assim. De Leonardo Cestari Silva
A vida é uma vela acesa perto da janela e a morte é o vento que tenta encontrar uma fresta para passar e logo apagá-la.
A vida de qualquer objetivo consiste na persistência, a morte de qualquer sonho se chama desistência.
Então se for para desistir desista de ser fraco!
Uma vez a morte perguntou para a vida: por que todos te amam e todos me odeiam? E a vida respondeu: porque eu sou uma felicidade temporária e você é uma tristeza inevitável
Dar-se-á um jeito a tudo nessa vida, menos a morte, que por vez é triste e dolorida. Maltrata a alma do homem que por hora sonha em vida, mas que sabe que a morte é a única coisa certa a ser cumprida.
Não tenho temor à morte, eu temo a vida,
Morrendo, talvez, transporte-me para outro estado,
Vivendo eu só agonizo, por este, então, eu só tenho a lamentar.
“– Você acha que o destino vai ser cruel?
– Não existe destino. Existe apenas a vida, a morte e o céu noturno. O destino não será cruel, ele não existe.
– Então, talvez… o futuro?
– O futuro? O futuro não faz nada. Ele apenas espera o momento de se tornar o presente. A diferença é que o futuro escolhe as pessoas. Ele escolhe pra quem ele quer existir.
– E a vida?
– A vida é uma caminhada na estrada deserta. Você simplesmente segue, sem rumo. Mas assim como a estrada a vida também acaba.
– Não seria injusto se morressemos sem aproveitar essa "estrada"?
– Não. Não seria injusto. Injustas são as pessoas. As pessoas desperdiçam tempo, a culpa não é da vida se ela não foi vivida como deveria.
– E a morte… Não parece assustadora?
– Não. Não acho que seja. Apenas imagine que no final da estrada, tenha um abismo. Sem perceber, sem se dar conta, você cai. Mas isso não é ruim. Durante a queda, você tem a chance de lembrar de tudo que viveu enquanto estava caminhando. A morte não é assustadora, ela é especial, para você refletir.
– E onde se encaixa o céu noturno?
– Se encaixa na morte. Depois de refletir, você chega no final do abismo. A morte… a morte é a queda. No fim… é tudo escuro. Seu corpo já não existe, e só se faz presente sua alma. Sua alma mergulha na escuridão. Mas não de uma forma ruim.
– Como, então?
– Ela brilha. A escuridão é o céu noturno. E no momento em que sua alma mergulha, ela deixa de ser apenas uma alma com lembranças boas ou ruins. Ela vira uma estrela. Ela ilumina o véu negro. E além de ser uma estrela, visível aos vivos… Ela passa a ser uma lembrança para os mesmos.
– Uma lembrança?
– Sim. Existirão noites em que as pessoas olharão para o céu. Sem perceber, elas começarão a lembrar-se da pessoa que foi para lá. Isso significa que ela viu sua alma perdida no vasto escuro do céu. E mesmo sem saber, qual das estrelas, ou qual das almas lhe causou aquela sensação, eles saberão que ela vai estar lá. Brilhando por alguém que ela deixou pra trás.”
“Somente a partir da perspectiva da morte se pode então produzir alguma compreensão da vida. A morte é uma espécie de grande pedagoga.”