Vícios e Virtudes
Levada ao extremo, a castidade deixa de ser uma virtude e torna-se, se não um vício, ao menos um estímulo a ele.
O veneno entra na composição do antídoto na mesma proporção que o vício entra no da virtude. Saber dosar os dois é o que vai fazer toda a diferença entre a vida e a morte.
Ultrapassagem
Nem anjos, nem demônios, a humana escolha entre virtudes e vícios. Uma monge e um monge carmelita. Vale salientar que o carmelita, teve experiência monástica. Não há dúvida que a introspecção proporcionada nos mosteiros, beneficia para o autoconhecimento. Quem sabe, nesta quarentena de ano sabático, façamos dos nossos lares um espectro espaço de meditação existencial.
"Oh, filosofia, guia da vida!
Oh, tu que persegues a virtude e escorraças os vicios!
O que seríamos nós e todas as eras dos homens, sem ti?
As nossas virtudes nos impulsionam para à evolução espiritual. Nossos vícios nos mantêm estagnados.
Leve todas as virtudes ao dormir para a cama, mas jamais carregue consigo todos os seus vícios para o túmulo
O PRAZER DE UM ATO BOM
Não há esperança para alguém que luta por obter uma virtude abstrata - uma qualidade de que não possui nenhuma experiência. Nunca poderá, eficazmente, preferir a virtude ao vício oposto, seja qual for o grau com que, aparentemente, despreza esse vício.
Todos possuem um desejo espontâneo de fazer coisas boas e de evitar as más. No entanto, esse desejo é estéril enquanto não temos a experiências do que significa ser bom.
O prazer de um ato bom é algo a ser relembrado, não para alimentar nossa vaidade, mas para nos recordar que as ações virtuosas são não somente possíveis e valiosas, mas pode tornar-se mais fáceis, mais cheias de encanto e mais frutuosas do que os atos viciosos que a elas se opõem, frustrando-as.
Uma falsa humildade não nos deve roubar o prazer da conquista, que nos é devido, e mesmo necessário à nossa vida espiritual, sobretudo no início.
É verdade que, mais tarde, podemos conservar ainda defeitos que não conseguimos dominar - de maneira a termos a humildade de lutar contra um adversário aparentemente invencível, sem sentirmos prazer algum pela vitória.
Pois pode nos ser pedido renunciar até mesmo ao prazer que sentimos ao fazer coisas boas, de maneira a termos a certeza de que as realizamos por algo mais do que esse mesmo prazer. Mas antes de podermos renunciar a esse prazer, temos de aceitá-lo. No início, o prazer vindo da conquista de si mesmo é necessário. Não tenhamos medo de desejá-lo.
Deus não enxerga seus vícios, apenas seu coração. Não se martirize por ter problemas com seus hábitos, quanto mais você se culpa, mais o seu inconsciente fortalece o sentimento, e esta bola de neve se transformará em escravidão. A virtude sempre destrói todos os vícios, basta pratica-la.
Se o ócio é realmente o começo de todos os vícios, então ao menos está bem próximo de todas as virtudes; o ocioso é sempre um homem melhor do que o ativo.