Os defeitos são por vezes os melhores adversários que podemos opor aos vícios.
As nossas virtudes, a maior parte das vezes, não passam de vícios disfarçados.
Não há escravidão pior que a dos vícios e das paixões.
Para governar é preciso aproveitar-se dos vícios dos homens, não de suas virtudes.
O ocioso caminha devagar... por isso que todos os vícios o alcançam.
Os vícios sufocam os homens e andam à sua volta, não lhes permitindo levantar nem erguer os olhos para distinguir a verdade. Permanecem imersos, presos às paixões, não favorecendo um voltar-se para si próprio. Mesmo encontrando alguma paz, eles continuam sendo levados por suas ambições, não achando tranquilidade, tal como o fundo do mar que, depois da tempestade, ainda continua agitado.
Toda virtude é um ápice entre dois vícios: o da falta e do excesso.
A necessidade é a mãe das artes, mas também a avó dos vícios.
Nem o ódio nem a lisonja são cristais fiéis: adulteram a verdade; aquele das virtudes faz vícios, e esta, dos vícios, virtudes.
Assim como o amor de Deus é raiz de todas as virtudes, assim o amor-próprio é a de todos os vícios.
Há tantos vícios com origem naquilo que não estimamos o suficiente em nós, como no que estimamos mais.
Não podemos suportar nem os nossos vícios, nem os seus remédios.
Ócio, pai de todos os vícios e filho de todas as virtudes.
Os vícios, como os cancros, têm a qualidade de corrosivos.
Os vícios entram tanto na composição das virtudes como os venenos na dos remédios.
Se a vida é um mal, por que tememos morrer; e se um bem, por que a abreviamos com os nossos vícios?
Podemos reunir todas as virtudes, mas não acumular todos os vícios.
As virtudes se harmonizam, os vícios discordam sempre entre si.
Todas as virtudes são restrições; todos os vícios, ampliações da liberdade.
Não vejas e não critiques os vícios humanos que em ti próprio se encontram.
Ver mais