Viajante
"Ser grande não e' maximizar qualquer pequeneza no universo, isto e' ser grande no pensamento ser grande e' verdadeiramente imergir em algo grande como o mar, assim uma pequeneza se aglutina em algo maior a fim de dividir seu titulo de maioridade, em conseguinte noutro panorama o mar pode ficar pequeno e sua pequeneza necessitar de imergir em outro canto do universo e por vez o universo... Nada e/ou ninguém e' grande por si só, isto constitui num ligeiro engano, pois sempre fazemos parte de algo maior. Necessitar do outro em nossa composição vital e' natural e nos faz compreender o quão somos singulares e ainda universais.
_Assim diz um viajante do tempo."
poeta_sabedoro
O mundo de quem vive sempre viajando difere dos que não viajam. Os que não viajam não têm nada para contar. Na verdade, os que viajam contam as aventuras e ainda encontram um jeito para conferir as estrelas, mesmo que o tempo esteja nublado.
Os meus pedaços se reúnem,
em um único lugar, onde eles se reconstroem:
aos pés da cruz!
Ali, o peregrino, encontrou o seu amparo
trocou a experiência de um lar
pela beleza do caminho...
( O viajante iluminado )
Admiro minhas limitações,
no espelho, sou humano
ovelha que precisa de aprisco,
ainda que alguns versos transcendam,
O belo também é esquecido
.
o cotidiano é supremo lugar
a vírgula pontual de mudança
tudo que procuro,
propus e que sai de mim,
não há duração
mais que um dia,
depois do sol
-
"O viajante iluminado", in depois do sol...
Mais um dia nasceu!
pensamentos voam pela janela
essa casa me conhece,
a flor da terra é respiração
.
Aqui é longe
mas tal real
toda forma de vida
aqui, são agradecidas
.
Em ritmo ordenado,
o sol faz-nos, um convite:
desperta! desperta!
vamos caminhar...
O Viajante iluminado, in hóspede da casa do lago.
Lancei toda minha infância
em uma estrada de chão,
ali, parte de mim floresceu,
da imaginação surgiram histórias
Do alto monte o olhar
até onde levarão os meus pés?
perguntou o viajante.
§
A luz que faz o nascer, numa voz de canto
Numa voz de espanto, ao desconhecido
Um caixão nos espera, ou uma coroa, acorda!
Meus versos estão dormindo, acorda!
(...)
Esse sono inibe a beleza que está lá fora,
Agora, a luz desta manhã é oferta de gratidão
Em vestidos novos, se despiu para o mundo
Azul-celeste, brilhaste a este céu
(...)
Caminhante! Eis o caminho e a viagem!
Abra os olhos, veja as alas dos ventos
Fujam das cobiças dos homens
Torna o teu nome, uma casa de paz
(...)
Para aonde levará esse teu caminho?
O que dirá a teu favor a sua linguagem?
A casa vernacular é uma cova fecunda
Cada homem, espalha-se em sua eira
(...)
Sozinho em lama, resta-lhe o silêncio;
Em terras profundas deságua,
Acorda! É tardia as histórias
Sobre ti, há um rio de memórias
(...)
Ei o tempo perdido, recupere-o de logo
Nutre a aurora que espalhastes
Apreende o caminho ao caminhar
Não volte! Nunca mais a está aqui
Ande! Avance! Acorde.
§
in: TORVIC, Allam. O viajante iluminado. São Paulo: 2023
Viajar é uma experiência incrível, entrar em contato com pessoas e culturas distintas, desbravar novas paisagens e conhecer novos lugares é expandir os horizontes, ampliar a visão de mundo, aprender de dentro para fora e de fora para dentro a cada troca de conhecimentos, experiências e sentimentos. É colecionar lembranças, é "escrever" memórias no livro da vida, as quais poderá reler e revivê-las, em suas memórias, quando e onde quiser.
"Se existe algo que o peregrino ama,
é o mistério.
Talvez esse seja o maior caminho,
a busca por significados".
§
Eu fiz peregrinação
até Jerusalém,
Fui um correspondente
No afã da aventura
§
Conheci,
A geografia das almas,
pelos mistérios
do mundo
§
Dificílimo.
É permanecer
continuar a ser
peregrino
Aprender.
§
P e r e g r i n o
No campo eu aprendi a cuidar do arado, eu me lembro que levava as ovelhas e os cachorros até um monte alto, de onde via a cidade;
lá em cima havia um pé de coqueiro, onde repousava. E para mim, era uma aventura, uma espécie de pastoreio.Minha vó, muito generosa, fez uma "capanga", de couro para mim e nela eu levava, comida e água.
Eu ficava muito tempo com os bichos, com o silêncio e observando de longe a cidade; mais tarde havia sempre um vento que soprava o coqueiro, mas embora eu fosse ainda menino, não tinha medo do vento, pelo contrário, eu repousava e ouvia o vento passar.
(...)
Caminhante que desbrava os dias
Nesse eterno viver a caminhar
Te ocupes com o que é necessário,
E o resto, deixe ver no que vai dar.
Longe, bem longe vai o dia
A noite se faz bem ligeira
Se não te ocupas com afinco
Logo, logo, se passou o tempo
Que ficou a ver estrelas...
Estas te esperam certamente
Após a lida verdadeira
Onde te entregues sorridente
Acompanhando a lua faceira.
MOTORISTA DA LUA
É na rua que eu lhe vejo
sem-sentido mulher de avessos,
olhando a história do céu
você lembraria
do tempo que rebeldia
passava perto nossos caminhos.
Quando andávamos na lama
saber o percurso do sol fazia
a gente acreditar os ninhos
dos deuses estavam a ponto de cair
as leis do mundo seriam pregadas
por nossas mãos livres de correntes
e nem de longe suspeitávamos um do outro,
éramos viajantes e a estrada nosso espelho sem imagem
Tão fortes as certezas que o vento era nosso aliado,
tão fortes as certezas que a chuva regava nossas sementes,
tão longos os caminhos - nossos carros sempre a sair,
mas logo o mundo ficou real os caminhos eram sem rumo.
Quando você me vir de novo
saiba que eu sou outro,
enraizado ao caminho errado
ando pelas ruas rasgado de frio
e não reconheço ninguém,
quando paro na estrada
é para ver que o tempo
me fez esquecer de mim,
guiar sob os mistérios da lua
é o destino dos perdidos
vou embora, sou dos viajantes
o que se despede dos sonhos
lavando o rosto no rio ao luar
a verdade crua
quando é dia sou apenas pó
de noite motorista da lua
"Se você tem dinheiro, saúde e disposição, então aproveita para viajar, pois muitos tem dinheiro mas não tem saúde, enquanto que outros tem saúde mas falta o dinheiro, porém, há também aqueles que tem dinheiro e saúde, mas falta a disposição."
Meus sonhos são como barcos parados nos ancoradouros, quando acordo, a realidade é patente: Eu nunca embarco como uma intrépida viajante, corajosa desbravadora de travessias ainda desconhecidas, e me abstenho de prazerosos deleites, incríveis jornadas, que ainda poderiam existir no por vir!