Versos Tristes
Não sou feita de tíbias palavras
Sim, sou feita de poesias plenas,
Não sou feita de tristes amarras.
Eu sou poesia que fica,
Sou a perfeita indecência,
Eu sou a própria malícia.
Sou feita do teu doce sorriso
Não, sou a tua fina safra..,
Sou feita do teu verso despido.
Eu sou a mulher feita de poemas,
Eu sou a tal cheia de sol...,
Eu sou toda coberta de estrelas.
Não invado, sou poesia
O meu verso é de ferro,
E o meu corpo é de fogo.
Eu sou a menina fingida,
Eu sou a mesma [mulher],
Eu sou alguém que te quer.
A minha ambição é discreta,
Não desafio, porque sou lira;
Escrevo para uma paixão secreta.
Porque eu amo, sou poesia.
Porque tenho sede, sou poesia
Porque eu te espero, sou poesia.
Não vou além, porque sou poesia...
Porque como toda a poesia: sou poesia.
Minha Abya Yala,
terra de conspirações,
de mil traições
e de tristes prisões.
Não quero crer
que o diálogo
e a justiça
se tornaram
inalcançáveis
todo o santo dia.
Peço que me diga
que isso é mentira,
e que não passa de
mais uma intriga.
Não quero crer
que o General
e tantos outros
ficarão presos
em Fuerte Tiuna
por toda a vida.
Nessa epopeia
engoli o choro,
perdi o rumo
e até a rima.
Perguntar jamais
será ofensa:
- Que trama é essa?
É muito terrível demais
para a minha cabeça.
Além das cinco
tristes letras,
Na folhagem
verde não
há quem
permita,
O amor abrir
uma fresta
para entrar;
Quando será
que esse
pesadelo
irá terminar?
Lideranças
foram presas,
Uma foi solta
e a outra segue
como está,
Creio que nem
tudo possa ser
culpa exclusiva
do poder
que segue,
Mas deve
ser obra
autônoma
de quem
sente que
manda sem
nada mandar,
tipo deputados
presos e soltos,
Sem ninguém
nos explicar.
Antes do
amanhecer
deste final
de semana,
sempre quis
o seu coração
para sempre
tocar no afã
dessa história
nunca mais
me amargar,
O quê falta
para você
me escutar?
Quero crer que o pesadelo
do General e da tropa já vai terminar.
Ao recordar
bem estes
seis muito
tristes anos
da partida
do Comandante,
porto a nostalgia
do princípio da
minha mocidade,
que não permite
jamais deixar
de sentir muito.
Carrego memória
e não admito
a indiferença
de sentir o fardo
da falsa acusação
contra o leal
e bom General.
Carrego o quê
dói nele em mim,
e sigo com
o sentimento
latinoamericanista
que arrebata de
forma continental.
Unidade poética,
luta entre idéias,
batalha por ideais
para irem muito
além de mil vitórias:
cada uma delas
deve vir de mãos
dadas com
a lealdade,
virtude essa
que só o amor
de verdade
ao povo pode
nos ofertar,
que bom seria
se a liberdade
voltasse ao seu lugar.
Para entender
estes poéticos
relatos sobre
contemporâneos
e tristes fatos,
não basta ler
só nos jornais
é preciso saber
interpretá-los.
Há uma Nação
em desgaste,
e Forças que
não se entendem,
é necessário
uma reconciliação
mais do que urgente.
Na pessoa de um
inocente General
vou contando
a epopeia da Nação
da fronteira vizinha,
essa prisão contra
ele tem tudo o quê
a moral definha.
Quem sabe o quê
ocorre dentro
da vida militar
tem a ciência
que basta uma
vez discordar
para levar
a faixa de traidor,
foi o quê levou
à prisão este
General de nobre
coração e fiel andor.
Não há nada mais triste que um grupo de pessoas bem intencionadas, dando o melhor de si, mas em direções opostas. Todos os esforços se anulam e a vontade de lutar fica enfraquecida, embora não desistam.
Profª Lourdes Duarte
Não consigo não pensar
Enquanto todos dormem ao meu redor
Travestindo rebeldias sem causa
Esperando mudanças por si só...
Os anos passaram rápido demais
E agora os dias são todos iguais,
Como roupas velhas
Numa gaveta empoeirada,
Preservo a inocência
Intestinada na minha alma.
Vou começar com uma prece
Àqueles que ainda se vestem
De sonhos que não envelhecem,
Aos que morrerão velhos
Com alma de jovens,
Sabem que um ideal se sonha acordado,
E que a revolução não é problema
Para a sociedade
É a sociedade que é problema
Para o revolucionário.
Quero romper tua membrana,
Quero adentrar e me alojar entre seus rins.
Em seu útero eu quero estar,
Para nos unirmos pelo cordão umbilical.
Como uma mãe,
Como uma filha,
Como uma cria,
Como um embrião.
Pagar pra ter cultura, saúde e proteção,
Lutar para sobreviver cada dia é um dragão,
Da labuta a penúria a árdua vida da nação,
Tirar da mesa e por na igreja
Esperando salvação.
O choro preso na garganta que inflama,
O grito mudo trancafiado no pulmão,
Colhendo frutos que alimentam a esperança
Como alimentos garimpados no lixão...
Não me defino substancia,
Nem mesmo substrato.
Mas sim, coisa coisificada,
Às vezes, nada nadificado.
Não sei se creio no motor imóvel,
Em demiurgo
Ou que deus esta morto.
Só creio na minha filosofia,
Escrita como poesia,
Como um pensar estético, marginal e torto.
Um cheira cola,
cheirando cola
numa garrafa
de coca cola...
Primeiro mundo,
Terceiro mundo,
eu aqui abismado
no plano de fundo.
O amor
É uma decadência poética,
O fim de toda inspiração.
A última cena da última peça.
Da última ceia,
O último pão.
Categórico,
Faço justiça poética, divina e com as próprias mãos,
Meu pessimismo é de modo grego:
De superação.
Era sorridente
Da dor era descrente
Era feliz
Protejer-se da ilusão não quis
Se apaixonou,
Com o amor se contaminou
Morreu
E ninguém percebeu.
nunca mais trago o amor
os dias
de volta
as cartas sobre
a mesa
nunca mais o poste
o papel colado
a cuspe
e lágrima
passam as folhas
as palavras
passam
entre concreto
e bitucas de cigarro
os passos
vão de encontro
ao passado
os muros
repetem
meia volta
nunca mais
três dias e ao
acaso
o som dos saltos
e os buracos
nunca mais trago o amor
os punhos
erguidos
os cartazes sobre
o ventre
livre
passam os muros
as folhas
caem
e secam
tristes
O AMOR E SUAS ESPÉCIES
Não sei se você percebe
Para alguns o amor é uma droga
Para outros é uma loucura que se comete
Para uns é algo que deve se ocultar
Para muitos é motivo para chorar
E a espécie mais rara:
O amor é motivo para sorrir
Esse último só deve existir
Em contos de fadas