Versos sobre a água
O sofrimento pode te trazer lágrimas e a dor pode até te fazer gritar...
Mas, quando se está plantando algo em terra seca, as lágrima podem ser a água pra regar e quando se está perdido, um grito pode ser aquilo que te faz ser encontrado !
E tão lindo ver meu amor
Mergulhar nas águas claras
Quão linda que as sereias.
As águas refletem a beleza na qual
Não se podem ver.
Como eu gostaria de ser as águas na qual
Banha seu corpo, mesmo que seja por uma vida só, pois eu seria o único a ver a beleza absoluta da minha amada.
Terra de ninguém
Os que moram lá no sul,
tem água pra dana!
Enquanto aqui no nordeste,
só vejo açudes a secar.
Uns falam de Francisco,
outros de João...
Enquanto aqui na minha terra,
Não vejo uma plantação.
Eles prometem melhorias,
nós finge acreditar.
Mais com o passar dos anos,
não vejo nada se concretizar.
Esperança eu tenho, de tudo melhorar..
Por isso, olho pro céu todo dia,
e rezo ave-Maria.
Ela hei de me salvar.
A indústria da seca é um termo utilizado para designar a estratégia de alguns políticos, também conhecidos como "coronéis da água", que aproveitam a tragédia da seca na região nordeste do Brasil para ganho próprio. O termo começou a ser usado na década de 60 por Antônio Callado.
"Vidas Secas" de Graciliano Ramos demonstra a exploração do indivíduo nesse contexto.
Semente de açaí, pele com cheiro de pitanga e guaraná.
Flores e borboletas pelo corpo a dançar.
Agua que corre.
O brando é mais forte que o duro; a água, mais forte que a rocha;
o amor, mais forte que a violência.
(Extraído do livro em PDF: Hermann Hesse para desorientados [recurso eletrônico] / Allan Percy; [tradução Michelle Strzoda]. Rio de Janeiro: Sextante, 2013.)
" O homem sabe os segredos do mundo: o rio verdadeiro não mexe. Flui, deixado e desleixado. Quem faz mover as águas são os rabos dos peixes, inumeráveis leques que nunca pausam. Como nós. Deixemo-nos quietos como pedras e o tempo não anda".
(Na berma de nenhuma estrada - p.50)
"(...)O vento vem vindo de longe,/a noite se curva de frio;/debaixo da água vai morrendo/meu sonho, dentro de um navio... (...)".
(do poema "canção", do livro 'Obra poética' - Pág 18, - J. Aguilar, 1958.)
"O pensamento colectivo é estupído porque é colectivo: nada passa as barreiras do colectivo sem deixar nelas, como real de água, a maior parte da inteligência que traga consigo”.
(trecho do livro em PDF: Do livro do Desassossego – Bermardo Reis)
Não adianta querer ser forte como uma rocha...
A rocha na sua dureza não aguenta a água mole...
O tempo vai passar e a rocha vai se abrir!
O sal que existe no mar é o mesmo presente nas lágrimas e no suor...
Não é de se estranhar todas suas semelhanças...
Não é de se estranhar também que cada um desses elementos naturais (o mar, a lágrima e o suor), cada um do seu jeito, no seu momento, nos renova, limpa a alma e também nos da forças para continuar tentando...
Por isso quando estamos muito tristes vem a lágrima...
Quando estamos nos esforçando surge o suor...
Para todas as outras coisas existe o mar...
Neste mundo dos extremos, com a boca salgada qualquer gota doce já altera todos os sentidos...
E mesmo que o sol se esconda, e as
Nuvens vierem descarregar água sobre
O solo. Mesmo que escureça o dia e
Faça quase noite virar. Ainda vou te
Agradecer e te louvar. Pois foi TU
Que criou e sabes bem a hora de alternar.
RIO GUANDU
Você merece um poema,
Faz parte da nossa cidade.
Seria maior o problema
Sem água que calamidade!
Depois da morte do rio
O grande Doce, caudaloso,
A vida ficou por um fio,
Mas Deus é muito generoso.
Pois deu-nos grande privilégio
Possuir dois rios que beleza.
Baixo Guandu que sacrilégio:
Ficar sem água que tristeza.
Antes para tudo era o Doce;
Agora o Guandu nos inunda.
Imagina se pior fosse
E em crise pior tudo afunda?!
Meu Deus nosso muito obrigado!
De coração estamos gratos
Por dar-nos esse rio amado,
Como é bom quanto estamos fartos.
Precisamos dele cuidar.
A água é um bem precioso.
Matas e rios preservar,
Isso, sim, é um bem valioso.
ME CHAMO ÁGUA
Eu já fui Nilo, já fui Tigres e
Eufrates, corri pelo Ganges, pelo
Jordão. Era soberano no Amazonas,
no Araras, tempos fartos como
outrora não existe mais...
Quem me dera rebobinar a fita,
voltar a ser livre, auto-
suficiente...Agora não, sou restrita,
exclusa e trancafiada. No mundo
subdesenvolvido, cerca de 50% da
população me consome poluída. A
mesma raça que me extermina é a
que divulga uma nota com uma
previsão de que até 2050,
aproximadamente 45% da população
não terá a quantidade mínima de
minha alma para sobreviver.
Eu já fui o velho Chico, já fui Negro e
Solimões, já fui Paraguai, hoje eu
sou um cadáver na sua torneira, as
pedrinhas nos seus rins e a
desidratação do seu corpo.
Alberto Ativista, escritor e poeta.
brasilporoutrosolhos.blogspot.com