Versos sobre a água
-o bem prova o mal e o mal prova o bem;
-deus é tudo;
-deus é o ar, a terra, o fogo e a agua;
-deus é o cheiro, a vontade, a emoção, a vida tanto quanto a morte, deus é tudo;
-existir é viver;
-viver é morar em deus, respirar em deus e ser deus;
Vai durar?
Uma gota d'água
Descendo devagar
Iluminada
Mas
Ignorada
Compõe tudo
E
Todos.
Sem ela
Não há
Vida
E sem água
Não hei de viver
Como posso sobreviver?
Se tudo ao meu redor está morrendo...
Ou há de um dia morrer
E, enquanto a fumaça sai
Sai
Sai
Eu respiro
O ar envenenado.
Imaginando nós.
Num banho... A sós
A água que cai a todo vapor.
Os corpos molhados e o calor
Corpos ensaboados
Nessa imaginação pelados
Esse banho seria demorado
Porque as roupas estariam de lado...
Eu sem você,
Sou um jardim sem flor,
Um rio sem água ,
Um peregrino à procura do amor.
Você é o meu tudo,
É algo inexplicável ,
É extenso e profundo,
Algo doce e amável.
Sem você, jamais teria um mundo,
Seria um homem errante,?
Talvez um velho moribundo,
Nessa terra de gigantes.
Eu sem você,
Sou uma noite sem a lua,
Jamais teria um porquê,
Pois sentiria na carne crua.
Porque sem você,
Não sei nem sonhar,
Seria um mero homem vazio,
Sem a capacidade de amar.
Eu sem você,
Eu nada seria,
Uma história sem sentido,
Um escravo sem alforria.
Você é o meu céu,
Princesa, minha doce sereia,
E com os teus lábios de mel,
O meu corpo explode e incendeia.
Eu sem você
Prefiro nem imaginar,
Pois não saberia viver,
Seria um errante a beira-mar,
Procurando motivos para entender,
O quão necessário é te amar.
Lourival Alves
As vezes, só preciso de uma vaga na garagem, uma cama com travesseiro, e uma garrafa com água, (e não precisa ser gelada); um computador, com um bom retorno de áudio, e tudo estará perfeito...
Não exijo geladeira, ventiladores, ar condicionado, e não precisa excesso de comida.
Ó, água, por que você só mata a sede? E a fome atiças?
Perdoa minhas perguntas ingratas,
Que direi quando não te tiver nem a ti?
Agora, vou congelar-te para ver se como pedra de gelo
Quiçá o estômago confunde-te
E por agradável falha matas a fome.
VICIOSO
No vício eu me perdi, desatinado,
Inebriando os sonhos em goles fundos,
Água transparente em trago profundo,
Engolindo pesadelos sem cuidado.
Esqueci dos sorrisos, do amor velado,
Afundei na lama dos lixões do mundo,
Devoção licorosa, é meu terreno imundo,
Obra humana, pecado capitalizado.
Na provisória dor da mente entregue,
A alma manchada por essa sina vil,
Desvairado, sem luz, me tornei intruso.
Porém, busco redenção, esperança surge,
Os versos do soneto, um grito sutil,
Transformam-se em luz, em resgate e em uso.
E surgiu a água e todos os demais elementos vida com a percepção da luz!
Minha mãe a terra, meu pai o tempo.
E oque somos?, apenas lembranças.
Ainda sim! Somos existência, este imaginar
o chamamos de viver.
Você entra na minha casa, bebe da minha água, come do meu pão, fala de si...
Mas não vejo a natural reciprocidade, me permitindo entrar na sua casa e, falar de mim.
Nunca existirá um relacionamento entre nós, pois você desconhece meus valores, e os seus são obscuros.
Somos,
Como água fervente que evapora.
Como gelo que derrete, como um vento, um momento.
Somos o agora.
A GOTA D’ÁGUA
Fonte da vida e morte de tão vida
Cuja terra agradece, não em demasia
Alenta tudo que é, e o que não é
Emerge do nada e inicia a sua corrida
Por vezes estagnada em alguma bacia
Alimenta o vazio com desmedida fé
Usualmente predisposta a ser bebida
Não importa, se em jarra meio cheia ou meio vazia
Fria ou quente, doa-se até para o melhor café
Mal regida, torna-se mágoa
Surdindo por meio de bágoa
A gota d’água, é pé ou tromba d’água
Tersa ou turva
Basto para aqueles, porque é alívio
Basta para estes, porque é dilúvio
Pingo que gera pinga
Em excesso inebria
D’outra forma sobria
Baga d’água
Salgada é canja,
Doce é ideal para suco
Salubre, perfeita para ablução
Pinga d’água
Hábil a matar a fome e sede
Em sede de sequidão
Seja lá porque cargas d’água
Mas a fonte da vida
É a gota d’água
Um dos bens mais preciosos e dádiva divina.
Vamos consumir a água de modo racional!
O que o homem
diante da efemeridade da vida?
Sangue e pó
Entre nervos e juntas
Água,
Chão
Pisa o abismo entre chamas e brasas
O vento sopra
A chuva cai
Oscila o tempo, acalma o temporal
de pingos e pingos umedecida a alma
Da tarde, do ocaso
Esperando o amanhecer!
Dia
O passarinho bebeu água
Na poça da rua
Vigiava o gavião no alto do telhado
Veio o gato deu um pulo
Assustou o rato
No olhar do menino
Uma luz do sol espelha a nuvem
Quem desejar histórias
Contém as nuvens.
Diana Balis
(Pseudônimo da Psicóloga Clínica Gisele Sant Ana Lemos.
Existia uma semente;
A água lhe trouxe vida;
Tempos de sol e de chuva;
Fizeram criar raízes;
O desejo do sol todos os dias;
Alegrava meu coração;
O mesmo coração que não entendia a razão da chuva nesta situação;
Hoje se faz bela, porque entende que foi a chuva que fez crescer e sol florescer.
Algumas pessoas são como água de poça de praia: Intensamente fortes mas incrivelmente rasas.
Qualquer peixe morreria sem ar.
Os olhos cristalinos que refletem as estrelas,
que refletem a mais profunda e linda água do mar,
que refletem o mais intenso brilho do sol.
Mas, depois de tanto admirar seus olhos,
eu percebi que não sou refletido neles...
Sacudiu as asas na poeira.
Depois...
Vi, ao longe,
sacudi-las na poça d'água,
antes de subir e pousar,
como sempre faz,
na laranjeira, aqui em frente.
Outro dia, lá estava,
valsando de asa alçada
para a fêmea.
Agora montam ninho.
As penas brilham
de felicidade.
Ao amanhecer,
entoa um canto vencedor
e a companheira freia o voo,
vindo empoleirar-se ao seu lado
O cheiro da flor de laranjeira
me distrai.
O amor está em tudo.
curiosamente,
em tudo.
Temos tudo... porque então reclamamos...?
Da água, não está na temperatura adequada...
da comida, não é meu prato preferido...
da casa, não tem conforto suficiente...
Agradeça, você é um privilegiado.