Versos sobre a água
Gotas da paz
Rio que a água tece,
que na correnteza desce
deságua sobre nós
bênçãos e louvores!
Derramas, derramas
gotas cristalinas,
que no sol se espalha
em gotas consagradas
e nos carregas para Deus.
Em águas serenas vamos
em gostas nos transformamos
e seremos na vida gotas de paz,
neste rio imenso que é a sociedade.
Nela somente Deus de bondade
é a água pura que todo bem nos faz!
A arvore não come seus frutos
O rio não bebe sua água
A fragrância das flores...
A luz do sol... e nós?
"Alguns corações
são como água do mar,
são como ondas,
que vêm e se vão,
ou como a sensação boa
de uma canção"
Faça você mesmo.
Tem olhos, tem mão.
Tem perna e coração.
Pulmão, e limão.
Água e fogão
Panela e latão.
Talento e dom
Faça então a sua porção
De amor e paixão.
E até de perdão.
Sim, seu mingau
De carinho,
De pão, de feijão,
De quinoa, alfarroba, kefir.
De aveia de fubá.
De melão.
Mesmo você, faça.
Depois diga-nos,
como foi bom.
(Paulo Feliciano).
Sou
Sou a palavra cacimba
pra sede de todo mundo
e tenho assim minha alma:
água limpa e céu no fundo.
Já fui remo, fui enxada
e pedra de construção;
trilho de estrada-de-ferro,
lavoura, semente, grão.
Já fui a palavra canga,
sou hoje a palavra basta.
E vou refugando a manga
num atropelo de aspa.
Meu canto é faca de charque
voltada contra o feitor,
dizendo que minha carne
não é de nenhum senhor.
Sou o samba das escolas
em todos os carnavais.
Sou o samba da cidade
e lá dos confins rurais.
Sou quicumbi e Moçambique
no compasso do tambor.
Sou um toque de batuque
em casa gege-nagô.
Sou a bombacha de santo,
sou o churrasco de Ogum.
Entre os filhos desta terra
naturalmente sou um.
Sou o trabalho e a luta,
suor e sangue de quem
nas entranhas desta terra
nutre raízes também.
O sistema em colapso
Corpos debatem-se nas estações...
como peixes sem água
Transpiram suas frustrações e magoas...
Derretem como fios de ouro
de uma placa mãe ao sol...
Os soberanos?
Condicionam seus ares e prazeres,
em suas atuais maquinas velozes...
Em suas fortalezas
Não falta agua nem luz...
E os bolsos sempre cheios,
de ganancia, luxo e...
...cidadãos!
"Água salgada"
Na batalha ela percorre o meu corpo
Na emoção ela escorre em meu rosto
Na fé ela limpa minha alma
Ela purifica
Ela acalma
Ela fortifica
Suor, Lágrima e Mar
Mais uma noite
E mais uma noite, tudo foi por água abaixo
Sempre da errado, mesmo q eu tente.
Me peguei pensando em ti,
Pensei que dessa vez daria certo
Mas só botei tudo a perder.
Novamente, tomo um drink pra esquecer.
As coisas parecem nunca dar certo.
Eu tentei me dar uma chance
Uma chance de ser feliz.
Mas o meu tudo parece não ser o suficiente
Nem pra quem se fora antes,
Muito menos pra quem se foi agora.
Ah, ela esta viva em meu pensamento e nada a mais.
Descanse em paz, meu amor passageiro
Amor de verão,
Que vem e se vai
Como a brisa quente da tarde.
Água rasa, passada, em tom de uma melodia pulsante, profunda.
Há cheiro do perfume que o vento levou, numa terra do nada.
Os olhos já não tem chão, e vislumbram as nuances de uma paixão desonesta, perversa.
Qual o sentido? Alva avorada avassaladora, que o tempo há de consumir sem deixar vestígios?
Quantas linhas ainda restarão nestas páginas vazias e insanas?
Paixão de dessabor e desonra.
AO PARECER
Terra que sobe
Água que transcorre
Ar que me esquenta
Fogo que me corta
Paixão que nos sustenta
mas me fez dobrar
estar perto de ti sem querer entender
Liberdade e igualdade é como água e etanol. Apesar de parecerem semelhantes "aparentemente", possuem suas convergências.
Consoante ao sociólogo francês Alexis Tocqueville, tais termos se repelem e não se atraem. Nesse viés, isso ocorre porque com liberdade tem se a propriedade privada, concentração de rende, bens... Diferente de igualdade que prevalece o coletivismo. Sendo assim, a igualdade não existe com liberdade.
Quantos muros nos separam?
Seres tu liberdade
Braços suntuosos
Corpo de cobre
De verde água ou azul esverdeado
Não me petrifiques à margem
Resistência e coragem
Em tempos de escape
Busquemos a fuga coletiva
Assumamos
Humanos
Quedemos ao intrínseco
Refúgio dos Sonhos
Apocalipse Humanidade
Todo canto há sangue e desordem; num súbito momento a água se transformou em vinho. Todos os dias pensam em matar. Pensando em máquinas para sobreviver em modo de tirania entre os animais.
A raça perversa suplica após um mero desespero, depois de protagonizar tantos terrores nível Hitchcock.
Recôndito durante tanto tempo, acabei me deparando no espelho que fui infectado, me tornei um deles; tentei achar a cura, mas vi que precisei matar para isso. Pobre de mim e de todos, nesta vasta pandemia devastadora de pobres seres.
Otávio Alves
NO BREJO (INDRISO)
Barulho no brejo havia
Entre o mato a água resplandecia
Sol no céu luzia
Multidão de girinos fervilhavam
Coaxava insistente a gia
Sapo-martelo logo respondia
Grilo no mato dizendo que cria
E eu maravilhado ouvia...
Uma bolsa pequena, e uma garrafa de água
eu vou viajar, pelo mundo conhecer
a crueldade oculta na humanidade,
Mas nada era tão bom quanto teu coração
a ternura em teu olhar, vejo então aflição no teu pensar
Em minha ingenuidade, desconhecia aquele cogitar
e que hoje, mal posso suportar, pensar. ´
- Mãe,cresci
Des(gosto)
Gosto de chorar andando na chuva
Ninguém percebe minhas lágrimas
Misturadas com a água
E escondem minha mágoa.
Gosto de olhar o cotidiano
O ir e vir das pessoas
Os carros nas ruas
A troca do sol pela lua.
Gosto do cheiro de chuva
Que cai de tardezinha
Lavando a alma
E mantém a calma.
Gosto de sentir angústia
Daquela tristeza avulsa
Do gosto amargo da loucura
De desconhecer totalmente a doçura.
Gosto do despreparo
Dos sentimentos de desamparo
Gosto de sentir o gosto
De tudo que me dá desgosto.
SALMO DO LUCAS - 1
Dá água para o vinho
Me transforme
Como foi feito em Pentecoste
Rei como Davi
Sábio como Salomão
Íntimo como João
Continue me mostrando
Me alertando
Me amando
Desleal, eu sei que sou
Distraído e até desequilibrado
Mas, lutarei diariamente, para não errar novamente.