Versos sobre a água
ÁGUA VIVA
Água, jóia preciosa,
Tom azul do planeta,
Bebida majestosa!
Água que nos envolve,
Nos dá vida, nos mata,
Força poderosa!
Deusa-mãe desprezada
A cada dia conspurcada
Como se fosse eterna.
Força motriz
Da vida na Terra,
Porém, até quando?
Em nome do lucro imediato,
Os rios, os mares e os lagos
Estão cada dia mais imundos
E, pela falta de cuidado,
Acabarão pagando caro
Duvide da cor do céu,
Duvide que a água molhe,
Duvide da sombra que te acompanha,
Duvide da energia e do calor,
Mas jamais duvide de meu amor.
Eu te Amo Bianca Estefânia!
Lavando os pés e a alma para novas caminhadas...
A água tem esse dom: renovar!
E que eu siga límpida e transparente como ela.
Amor em desvario
Fonte de água pura, desatino.
Enquanto eu olho o infinito
Vejo o meu amor bonito.
Quero um amor!
Quero não amar apenas,
Que pena!
Que pena que às vezes o amor...
Não me chegue, do jeito que eu chego a ele...
Que pena!
Que meu amor ficou somente em poema....
O Toque das Águas
Dizem que ninguém pode tocar a mesma água do rio duas vezes, todavia observa-se que o rio sempre estará lá, de uma forma ou de outra se fazendo presente, quer seja em tempo de cheia, quer seja em tempo de seca, não se pode realmente tocar na mesma água pois esta tem o seu “ciclo” natural de renovação, mais a fluidez do rio porém ainda existirá e junto as lembranças de suas belezas escondidas pelas margens sombrias, frias, ocultando os mistérios duvidosos de cada curva a serem navegadas, navegadas por estações diferentes, mas que sempre trarão surpresas, algumas desagradáveis, outras porém majestosas de serem vistas, sentidas e admiradas, mas para isso cabe a quem estiver disposto a se arriscar em uma navegação, a água pode não ser tocada duas vezes, porém, o rio sempre estará lá!
Autorretrato...
Fosse mata, sopraria igual ao vento
Fosse água, beijaria teus pés
Fosse céu, azul seria sempre
Fosse noite, iluminaria e encantaria
Sou lua
Sou tua
Sou encanto
Sou pranto
Sou alegria
Sou vida
Sou medo
Sou magia
Sou fada
Sou ingrata
Sou luta
Sou garra
Sou da vida, a história
Da mata Isolada, o uivo
Da cachoeira encantada, a água
Da onça Selvagem, a felina
Da águia planando, Liberdade
ESTIO
Um fio d'água
Na face de mármore.
E, afinal, a desertificação.
Quem drenou o pântano
Dessa alagada ilusão?
E assim que o homenzinho viu o seu reflexo na água, apaixonou-se por si mesmo, mas como não acreditava apenas na aparência física das pessoas, tentou ter um diálogo com seu reflexo na água durante horas e ao não obter respostas saiu resmungando.
- Tão lindo e tão estúpido.
Caros Otimista, Pessimista e Realista:
Enquanto vocês discutiam sobre o copo de água, eu a bebi.
Atenciosamente: O Oportunista.
JARDINS E DESERTOS
Não digo que dessa água nunca beberei.
Pois sei que meu caminho é mistura de
Jardins e desertos.
Seus pés pisaram a areia branca... quente, macia.
Num salto, molhou os pés no mar... a água fria.
Incerto ainda, o corpo todo mergulhou num movimento certo
deixou-se levar pelas águas do mar,
as ondas de leve a balançar.
O calor... o frio
A vida... a morte.
O corpo inerte.
As ondas... o movimento contínuo,
ir e vir... quebrar e reconstruir.
Então...
seus pés pisaram de novo a areia quente
agora milhões de ideias em mente...
e a vida toda pela frente.
Atirei pedras na água
e fiquei vendo na margem.
Os peixinhos responderam:
Quem tem amor tem coragem.
Como pode…
Como pode um peixe vivo viver fora d’água fria?
Como pode eu menino viver nessa nostalgia?
Como poderei viver, não sei se vou sobreviver
nessa tua, nessa tua, nessa tua vida crua,
onde o próprio ser humano se mata de amargura.
Como poderei viver, se estou a enlouquecer…
Andava de um lado para outro.
O copo com água não adiantava ,
nem a chuva lá fora cessava,
às cinzas que em mim aumentava .
Boca seca, olhar fixo .
O coração batendo.
Meu instinto, meu inimigo
o silêncio, dentro do meu grito .
Eu tenho tanto a dizer,
mas o silêncio tanto agride, quanto agrada .
Aqui dentro o vento não soprou ,
as cinzas do amor que um dia o vento "pouco" levou .
E o que ficou? Pouco ficou .
Ficou, a dor do amor que o vento levou,
que ainda existe a brasa, do sonho de um novo amor .
Não há tempo que esmague, não há dinheiro que pague, nem água que afogue esse amor... não há sonho pela manhã, mais sonhador que a esperança vã de destronar esse amor...não existe remédio, nem receita de poção, mais forte que esse amor...não tem neve nem gelo, não há pesadelo que congele esse amor...não há choro nem tristeza, nem chuva que amoleça o chão que sustenta esse amor...não há lágrima derramada, não há tudo nem há nada, se não existir esse amor...não há força, nem pecado, nem carta com selo colado, que atinja esse amor...
não há ninguém, nem nada detém, o nosso amor...
Quero aquela sede que água não mata, aquele frio que cobertor nenhum aquece
Quero o calor que nenhum vento refresca, aquele gelo que nem o sol derrete
Quero viver cada dia intensamente como se amanhã fosse o fim, aquele fim que lentamente se aproxima e insiste em reduzir a intensidade do meu viver
Água cristalina
Um olhar cristalino.
Teus olhos falam.
Seu olhar mostra-me.
O caminho dourado.
Sinto-me abraçada...
Pelos braços dos teus olhos.
De rosto colado.
Em passos folgados...
Ouvindo a chuva agora.
E junto, a vida lá fora.
Escorre água cristalina...
Busca-me... Lá na esquina.
Quero ser mais feminina.
Trago um espelho na alma.
Quero ver-te olhos cristalinos.
Refletidos...
Olhando tranquila...
E já mergulhada no teu olhar.
Galgando no tempo eu estava.
Ao mesmo tempo em que questiona.
Suavemente teu olhar me ampara.
Pobre olhar que fitava...
E dentro das suas lágrimas... Banhava-me.
Banho-me.
Nas suas lágrimas puras.
Fito seu olhar pobre...
Questiono mesmo o tempo.
Estava eu no tempo galgando.
No teu olhar mergulhada.
Tranquila... olhando-te.
Água de amolecer o cérebro.
O cérebro virando água.
Aguardente.
A noite se esvaindo
sob o farol da lua cheia.
Tem mais água nos meus poros
que esse arremedo de chuva.
Parece que São Pedro não toma mais cerveja.