Versos Simples

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Admiro as pessoas vaidosas, mas simples de coração. Fortes, mas não arrogantes. Sinceras, mas não ofensivas. Corajosas, mas não inconsequentes. Que conseguem cativar uma pessoa de forma simples e pura. Que conseguem enxergar com clareza e opinar com sensatez. Quem sorri com o coração e que te olha com carinho.

O simples fato da música existir e de poder um ser humano ficar, por vezes, comovido até o âmago por uns poucos compassos e inundado por harmonias, sempre significou para mim um profundo consolo e uma justificação de vida.

Mas na realidade não há nenhum eu, nem mesmo no mais simples, não há uma unidade, mas um mundo plural, um pequeno firmamento, um caos de formas, de matizes, de situações, de heranças e possibilidades.

Não ser amado é uma simples desventura. A verdadeira desgraça é não saber amar.

Quem concebe sua existência apenas como simples efeito do acaso, sem dúvida deve temer perdê-la pela morte.

Fico besta com quem perde a compostura por não gostar de algo ou alguém: tão mais simples desconectar. Não ouça, não leia, não prestigie. Dê atenção ao que tem sintonia com você. E toque sua vida, sem agredir.

Martha Medeiros
Crônica "Coração Vagabundo", 2010.

Nota: Trecho da crônica "Coração Vagabundo" publicada no Blog de Martha Medeiros no Donna, a 9 de janeiro de 2010.

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Crianças, ficção é a verdade dentro da mentira, e a verdade desta ficção é bastante simples: a magia existe.

Na vida há coisas simples e importantes... Simples como eu e importantes como você...

Refeições simples, água para beber, o cotovelo dobrado como travesseiro; aí está a felicidade. As riquezas e a posição sem integridade são como as nuvens que flutuam.

O meu objectivo é colocar no papel aquilo que vejo e aquilo que sinto da mais simples e melhor maneira.

Se nosso cérebro fosse tão simples a ponto de podermos entendê-lo, seríamos tão tolos que continuaríamos sem entendê-lo.

Jostein Gaarder
O Dia do Curinga, 1990.

Nota: Apesar de ter utilizado a frase em seu livro, o verdadeiro criador da citação é o físico Emerson M. Pugh.

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Sonhei que você sonhava comigo. Parece simples, mas me deixa inquieto. Cá entre nós, é um tanto atrevido supor a mim mesmo capaz de atravessar — mentalmente, dormindo ou acordado — todo esse espaço que nos separa e, de alguma forma que não compreendo, penetrar nessa região onde acontecem os seus sonhos para criar alguma situação onde, no fundo da sua mente, eu passasse a ter alguma espécie de existência. Não, não me atrevo. Então fico ainda mais confuso, porque também não sei se tudo isso não teria sido nem sonho, nem imaginação ou delírio, mas outra viagem chamada desejo.

Descobri que existem mil maneiras diferentes de dizer “eu te amo”, e que por mais simples que sejam essas palavras, elas representam tudo. Descobri que abraços podem te tranquilizar de uma maneira devastadora, e noites de insônia podem ser perigosas quando se tem muita besteira em mente.

É nas coisas simples e anônimas que se encontram os maiores tesouros da emoção.

Os questionamentos mais simples são os mais profundos: Onde vais? Onde fica teu lar? O que fazes? Faz as mesmas perguntas de tempos em tempos e observa como mudam as tuas resoluções.

Noel, cara, eu cansei. Só quero que seja natural, simples, fácil e bom. Não quero falar o que meus amigos me mandam falar porque se eu falar o que eu tenho vontade de falar poucos vão ficar. Eu não quero poucos. Eu não quero muitos. Eu quero um. Um amor. Só um.

Minha existência começava a me espantar seriamente. Não seria eu uma simples aparência?

A felicidade é simples, e quando você descobre isso ela deixa de ser uma espera e passa a ser um minuto, um segundo. E é de minutos e segundos que se faz a vida.

Não tem poesia nem palavra difícil e nem construção sofisticada. O amor é simples como sorrir numa droga de fila. E não se sentir mais sozinho e nem esperando e nem desesperado e nem morrendo e nem com tanto medo.

Como seria simples encontrar a paz num mundo imaginário! Mas sempre tentei viver nos dois mundos ao mesmo tempo.

Milan Kundera
A brincadeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.