Versos pequenos
O preconceito é uma seita
de quem revela o pecado
o nordestino respeita
o que lhe é respeitado
em terra seca a colheita
nunca traz bom resultado.
Minha pele Sofre faminta
pelo seu, carinho
Minha língua aos poucos vai perdendo o sabor do seu beijo (amora).
Meu, estômago e um cemitério
Vazio de borboletas.
A excitação e o frescor de sua chegada virou calafrio e lágrimas.
Meu coração leal feito um cão
Vive em agonia por não saber
Se vai te, reencontrar!
Já fui pra sul e sudeste
do trabalho fui refém
pouco se come e se veste
mal se ganha algum vintém
estou voltando pro nordeste
que pelo pouco que reste
ainda possível viver bem.
Conforme a faço chorar Acredito
lhe perder pouco a pouco
No momento em que perceber
O desamor próprio afasta-se
De mim.
Não se torture porém, procure constantemente resolver!
Pois, a insônia o fará Obrigatoriamente
O resolver-se.
Quem vive da plantação
não quer outra identidade
quem trabalha e ara o chão
no coração tem liberdade
e quem desfruta do sertão
não se encanta com a cidade.
Entre pernas molhadas
Relações frias
Te, abrigar da chuva
Não faz do meu, corpo
Tua casa!
Se depender
Da minha pele
Seu, amor morrerá
De hipotermia.
Nossa terra é um presente
lugar que se vive bem
aqui o mar tem água quente
e o sertão é um harém
é fácil falar da gente
difícil é viver contente
sem ter o que o nordeste tem.
Ser filho do nordeste
é algo que me faz tão bem
enche o peito de orgulho
o coração dispara a cem
pode ter secas e crises
que não nego minhas raízes
pra agradar a seu ninguém.
O nordestino e sua saga
de enfrentar as novas crises
quando o olhar distante vaga
não esconde as cicatrizes
se a esperança não se apaga
o amanhã quem sabe traga
outros dias mais felizes.
Na nossa terra tudo tem
nosso povo é diferente
aquele que de fora vem
admira o nosso oxente
ser nordestino é um bem
que ninguém tira da gente.
Desculpe-me por, torna-lo áspero
Feito Eu Pois, somente sentindo
cada lágrima derramar de meus, olhos percebi o quanto afiei os cacos:
Que atualmente cortam-me!