Versos de Natureza
É mato?
— Arranca que é mato!
— Pra mim é flor.
— Mas é mato, menina.
— E o que é que tem se for?
— Tem que arrancar, senão se alastra.
— Prefiro mato espalhado do que concreto e esse cheiro de piche.
— Você ainda não entende. Isso se chama modernidade.
— Então me manda de volta para a antiguidade.
— Não tem como voltar, agora é só pra frente.
— E desde quando a frente não tem flor?
GRANDE MÃE
Da grande Mãe
Em meio as rochas
O carvão
Que pelas pedras e cavernas
Se passava contando histórias
Como algo do passado ele passou
Como algo importante ele voltou
E em um simples lápis ele descobriu
Não só contas histórias
Mas descobre o pensar
Acima de tudo aprende a criar
Da criação ele entendeu
O mundo não é seu
O mundo nada mais é
Que um grande quadro de ideias
Agora
Será que minhas ideias servirão?
Qual o propósito disso afinal?
- Para o próximo mundo
Disse a grande Mãe
Descrença
Esse bando de urubus pensantes deveras complexo
ora diferentes, ora lixo da homogeneidade
Esses sucumbentes de nada entendem sobre arte
congruem a escória do padrão, presos; reflexo.
Condenados a calar a própria personalidade;
moldados no ser em si de Sartre
Não há modo de viver em comunidade
Tudo de mais racional que tinha; perdera o nexo.
Mudar-me-ei para o mato; floresta.
Fauna e flora coexistem na mais plena naturalidade.
Com sorte, nunca mais verei meu reflexo.
Tempos na simplicidade, quem sabe me desinfesta.
Lava o ser, desenvolve próprias especificidades.
Não se abala com as adversidades.
Me autoisolar de quem tanto me indigesta.
Repleto de harmonia; será uma eterna festa.
Anoiteci muito cansado
Então chovi bastante para o rio alagar
Quando ventei pude as árvores balançar
E relampejando risquei o céu de energia
Trovejei tanto que ensurdeci
E assim amanheci raiando
M ulher agradável,
I rresistível presença,
L inda e notável,
E ncanto e riqueza,
N ecessário afago,
N orte que se almeja,
Y eah, afável natureza.
Novos ciclos
Cada ciclo é um novo acontecimento, uma nova história, um novo momento, uma nova busca. A cada dia que se encerra, novos ciclos se fecham. E a cada amanhecer, outros iniciam. Vivemos abrindo e fechando ciclos. É a lei da vida. A Lei da natureza se manifestando por meio de sinais. Que saibamos fechar todos os ciclos, identificá-los e aceitá-los diariamente.
A CHAPADA
Quero sempre olhar o mundo
Como quem está na chapada.
Lá do alto dá pra ver
Se há perigo de emboscada.
Também posso dar a mão
E ajudar o meu irmão
A subir na escalada.
O PARQUE
Em meio a tanto concreto,
Prédios, carros e asfalto,
Mais parece um oásis
O parque arborizado.
Gosto de correr por lá,
Alguns vão só caminhar
Com a natureza ao lado.
O GUANACO
É parente do camelo,
Uns pequenos, outros grandes,
Come a relva da estepe,
Lá na região dos Andes.
Mas não chegue muito perto
Pra não levar coice certo,
Deixe que eles vão e andem.
A CASINHA
Bem no meio da floresta
A casinha isolada
A luz é do vagalume
O som é da bicharada
Da terra vem a sustância
Do rio água para a estância
Natureza abençoada
Ricos detalhes
de uma flor delicada
de uma cor suave
que exalta a sua beleza
num tom de austeridade
que é típico da natureza.
Paciência é semente
Começando a germinar
Só o tempo pra fazer
Uma flor desabrochar
Nessa vida com certeza
Tal como a natureza
Nossa hora vai chegar
“SOBRE MENINOS&LOBOS III”
É tragicamente irônico que pessoas que vivem em sociedade tenham tanta resistência em investimentos em políticas “SOCIAIS”,é como um ser Humano não investir em aprimorar sua Humanidade…
Quando que consentimos, que condutas antinaturais tornarem se tão “comuns”, como por exemplo, destruir a continuidade da natureza!
A relação da humanidade com o Planeta deve sempre ser harmonicamente simbiótica, nunca predatoriamente parasita.
O Homem só deve agir adaptando a natureza a sua necessidade,quando tal ação demostrar-se sustentável ao meio ambiente.
A relação de dependência do não perecimento da espécie humana ,com a preservacao do ecossistema planetário, é um truísmo que nunca deve ser ignorado.
Garimpo selvagem
Quanta tristeza e destruição
Em nossas matas e florestas
Vai secar, ainda a plantação
Um deserto que não presta
O garimpo é para joias criar
Pouca gente vai se enfeitar
Poucas pessoas vão lucrar
E a natureza vai se erosar
A erosão vai com tudo acabando
As crateras, as árvores vão matar
Muitas nascentes vão secando
Assim muitos rios vão secar
O desmatamento também seguindo
O homem só pensa em ganhar dinheiro
E vai assim tudo destruindo
Seja o garimpeiro ou madeireiro
É preciso prestar bem atenção
Pensar bem na sustentabilidade
Para o bem do planeta e nação
Ter a natureza em qualidade...
NORMA AP SILVEIRA DE MORAES