Versos Góticos de Amor

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A atenção e o amor condicionam-se reciprocamente.

Diante do amor existem três tipos de mulher: aquelas com as quais nos casamos, aquelas que amamos e aquelas que pagamos. Todas essas podem muito bem estar numa só. Começamos por pagá-la, depois a amá-la e, por fim, casamo-nos com ela.

À medida que os sentidos avançam e se desencadeiam numa direcção, o amor verdadeiro exaure e retira-se. Quanto mais os sentidos se tornam pródigos e fáceis, mais o amor se contém, empobrece ou se torna avaro.

Ninguém é mais adulado que os tiranos: o medo faz mais lisonjeiros que o amor.

O amor tem momentos realmente exaltantes: são as rupturas.

O amor é, como a medicina, apenas a arte de ajudar a Natureza.

O prazer do amor dura apenas um instante, os desgostos do amor duram toda a vida.

O amor começa pelo amor; não se pode passar de uma forte amizade senão para um amor fraco.

O único e verdadeiro amor é aquele que se consagra à felicidade do objecto amado.

A aurora do amor é a quadra de devaneios e fantasias, em que a vida do coração principia e exerce sobre nós o seu mágico influxo.

O amor grava sua tatuagem na carteira de todo amante.

A obstinação nas disputas é quase sempre efeito do nosso amor-próprio: julgamo-nos humilhados se nos confessamos convencidos.

No amor, a dor e a alegria lutam sempre entre si.

É mais fácil perdoar os danos do nosso interesse que os agravos do nosso amor-próprio.

O amor é muito mais exigente do que ele próprio supõe: nove décimos do amor estão no enamoramento, um décimo na substância amor.

A constância no amor é uma bigorna que, quanto mais é batida, mais dura se torna.

Crenças separam. Pensamentos de amor unem.

No amor não há desastre maior do que a morte da imaginação.

O amor abre os olhos à mulher e fecha-os ao homem.

A igualdade é o vínculo mais sólido do amor.

Gotthold Lessing
LESSING, G., Minna von Barnhelm, 1763