Versos sobre Flores
Novos tempos a caminho,
Primavera irá chegar.
Em setembro ela começa
Muitas flores vão brotar.
Vida nova, esperança,
Fé e autoconfiança,
É hora de renovar.
Quem gosta de buquês não ama as flores. Ama somente a sua beleza.
Me pergunto: como não sentir tristeza em saber que um buquê não passa de um conjunto de flores condenadas a morte?
Alegria
Borboletas desaparecem
no porão
Na sala enorme
iluminada
flores se expandem
em meio a vozes moças
alegres
Guirlandas de flores,
de ar
Basta tocar uma delas
(é um sonho)
para que de cada flor
surjam de novo
as borboletas
a voar
seu voo de papel —
amarelo
Borboletas no estômago
Te construí com cada pedaço de emoção
Juntei as flores que jamais entreguei
As cartas que nunca enviei
As declarações que deixei de pronunciar
A prazerosa expectativa do encontro
As borboletas no estômago
A esperança do sentimento correspondido
Concepção de sua essência
Contemplei o seu alvor
Celebrei sua existência
Imanência, oh louvor
Encanto que sublima
Envolve e fascina
Obra prima do artista amor
Oh era uma primavera
de folhas de peles selvagens e flores de cobalto
enquanto cadillacs caíam como chuva entre as árvores
encharcando com demência os relvados
e de cada nuvem de imitação
escorriam multidões múltiplas
de sobreviventes de nagasaki desasados
E ao longe perdidas
flutuavam xícaras
repletas com nossas cinzas
As mãos pressentem a leveza rubra do lume
repetem gestos semelhantes a corolas de flores
voos de pássaro ferido no marulho da alba
ou ficam assim azuis
queimadas pela secular idade desta luz
encalhada como um barco nos confins do olhar
ergues de novo as cansadas e sábias mãos
tocas o vazio de muitos dias sem desejo e
o amargor húmido das noites e tanta ignorância
tanto ouro sonhado sobre a pele tanta treva
quase nada
Acordar tarde
tocas as flores murchas que alguém te ofereceu
quando o rio parou de correr e a noite
foi tão luminosa quanto a mota que falhou
a curva - e o serviço postal não funcionou
no dia seguinte
procuras ávido aquilo que o mar não devorou
e passas a língua na cola dos selos lambidos
por assassinos - e a tua mão segurando a faca
cujo gume possui a fatalidade do sangue contaminado
dos amantes ocasionais - nada a fazer
irás sozinho vida dentro
os braços estendidos como se entrasses na água
o corpo num arco de pedra tenso simulando
a casa
onde me abrigo do mortal brilho do meio-dia
Porque tanta variedade de flores?
Tanta variedade de cores?
Tanta variedade de tamanhos?
Se as pessoas parecem que só enxergam
em preto e branco
e colocaram ordens nas formas
não tem graça sermos todos da mesma cor
não tem graça sermos todos da mesma forma
o que encanta são as diferenças
Qual seria a graça,
de correr por um jardim sem cores
ou qual a graça se todas frutas
tivesse os mesmos sabores?
Aceite as diferenças
ame as diferenças
porque você é diferente!
Nostálgica,
Abro meu baú e
cheio de inspiração,
flores, cores e delicadezas
Me encontro, ascendo , ilumino....
Tem gente que transforma
o que passou,
em mágoa.
Feliz Eu Sou,
que pego o que restou e
transformo em poesia.
🌻
A mulher quer se sentir única para o homem,
quando o homem lhe traz flores,
quando no meio da noite cobre seu corpo com um lençol.
Ela quer um homem que compreenda suas dores.
Que mesmo ele estando ausente, ela nunca se sinta só.
Ela não quer um machista, ela quer um motorista
para levá-la para tudo que é lugar.
E que no dia da TPM, faça o possível pra lhe dar carinho.
A mulher quer um homem que perceba o que ela está sentido,
pelo seu olhar.
E que possa ajudar a prosseguir seu caminho.
Ela não quer uma pedra de tropeço,
ela quer um homem que tire o espinho da rosa.
O que ela procura no homem é um ombro pra chorar
é um homem que seja conselheiro.
Que esteja apto para ouvir quando ela falar
mesmo que ela fale o dia inteiro.
A mulher não quer um homem que só a procure para levá-la
pra cama,
mas um que a surpreenda com coisas diferentes
que lhe ajude a fazer as atividades de casa para lhe dar descanso
e que a leve para lugares fascinantes.
A minha esperança é azul. Propagação. Níveis do Inferno.
Flores de Jacarandá no chão.
Gostava de me decifrar. Perdi o relógio, perdi a caneta, não perdi o anel. Ele arde-me.
Era isso! A faísca. No caos, a faísca. Tu. Não esquecer.
Fazer ver a leveza da tempestade. Até doerem os dedos. Até chorar. Até rir. Até dormir descansada no teu peito azul.
" Amanhã nada mais será tão interessante
as flores murcharão
a calma da vida, dará lugar à saudade
o desejo hoje ardente, irá esfriar
amanhã, se não fizermos nada hoje
seremos apenas lembranças
passagens secretas de alguns desejos
história...
O vento em sua intraduzível lira
por sobre flores segue o caminho
fazendo-as sorrir quase em leseira
acalmando dores de seus espinhos
Segue a manhã neste dia de sol
sobre a paisagem em loiras tranças
e que permaneça belo até o arrebol
nos iluminando em esperança
Aurora
Aurora singular refugia-se na mata sombria
Em meio a flores mortas, apenas nela a luz cintila
O sol relutante neste lugar negou-se renascer
Sabia que era meu dever aparecer
Que mal tem fugir da escuridão?
Verdade profunda ali habitava
Coração em meu peito gritava
Porém era meu o dever de aparecer
Oh, Aurora, fique aí!
Me dê mais uma chance
E te alcançarei
Se nesta mata ainda há vida
Ressurgirá comigo em teu canto
Seja em qualquer estação,
que germinem muitas flores
no canteiro do coração
junto à alegria e amores
Use flores, ame pessoas.
Construa caminhos, quebre barreiras.
Faça conexões, desligue o wi-fi.
Dê vida a um sorriso, mate a saudade.
Use flores mas floresça você.
Amanhã
me vestirão com cinzas à alba,
me encherão a boca de flores.
Aprenderei a dormir
na memória de um muro,
na respiração
de um animal que sonha.
A rosa
Seus olhos brilham como rubi
Refletem os verões e os invernos
As flores verdejantes e os aromas apaixonantes
A inspiração de se entregar
Imaginações inquietas tomam formas
Espelho inteiro que reflete a beleza do jardim
Onde só há concreto
E pedaços de raizes perdidas na calçada
A pressa exarcebada dos lobistas ansiosos
Seus olhos de vinho docificam o tônus da sua face
Suas mãos calejadas ficam suaves
Como brisa que arrepia a pele
Seus olhos são reflexo
De tudo que tem romance
Você é como uma rosa que permanece
Cheia de pulcritude e perfume
Colorindo o centro da sala.
A noite ser
As flores do meu corpo não dormem
Entre o peso do orvalho e as lágrimas dos anjos nasce uma
chama para esfriar-me o rosto
Haverá como alçar voo desse jardim de ossos?
Desse sol sem urgência que ao caminhar destrói o meu
punhado de assombros?
Tenho todo tempo do mundo para olhar o tempo perdido;
a vida que não tenho.
A que flecha pertence o arco que atinge as minhas consciências?
No fundo de mim o que há de mim?
De que âncora nasce-me a vida?
De que plenitude me vejo externa ao meu corpo?
Alago-me nos livros que se compõem na minha incompletude
de páginas – betumes e luzes que gotejam em fragas
de espuma e espera.