Versos de Solidão
Cada dia é uma luta solitária, enfrentando desafios que ninguém compreende verdadeiramente. Executar é árduo, mas a paixão pelo que faço me fascina, mesmo demandando ajustes contínuos. Entender o peso do outro é um desafio constante, mas é na busca pela excelência que encontro minha verdadeira motivação.
Com o tempo percebi que o ser humano somente se preocupa com si. De forma oposta, aquele que se preocupa com o outro tende a ser anulado.
Há um poema que diz que, para entender, perdoar e amar as pessoas, é preciso observá-las de longe por um tempo. Quando fazemos isso, não precisamos tentar entender, perdoar ou amá-las. Ao nos depararmos com a solidão delas, sentiremos empatia sem nem perceber.
Quando me tornei invisível? Sinto que não faço mais parte de nada, somente do vazio barulhento da minha mente e da solidão da minha alma. (Cristina C.F)
Eu normalmente estou certo em relação as pessoas, e isso é horrível, pois quero acreditar que as pessoas são mais do que esses poços de previsibilidade e não matam todas as imprevisibilidades em suas cabeças, por medo de reações previsíveis de outras pessoas previsíveis.
Fingir que somos completos, que nos importamos com as coisas. No final, somos todos quebrados, e as coisas em geral nos aborrecem, ou não são suficientes, se você realmente quer algo de verdade. O pior é quando somos uma dessas coisas.
Eu falei quando poderia ter ficado em silêncio. Eu briguei quando deveria ter apaziguado. Eu toquei quando deveria ficar distante. Eu fugir quando a única coisa que ele tinha era meu abraço... No final das contas, percebo que a escolha tem seus dois lados, e a decisão só será analisada quando a primeira lagrima escorrer pelo seu rosto, transbordando um conjunto de emoções e sensações que nos envolve na mais pura delicadeza do nosso sentir, por mais complicado que seja sentir o do outro.
No fim das contas, só existem dois seres: nós e Deus. Além do nosso próprio eu, não há mais ninguém senão o nosso criador, o único a quem devemos satisfação de nossos atos. Todas as demais criaturas são entes com os quais convivemos que por estarem na mesma condição nos dão uma sensação de pertencimento, companheirismo e fraternidade. Mas elas também estão sós em suas jornadas, seus caminhos se cruzam com os nossos, se entrelaçam, mas no fundo continuam separados...A coletividade é o sentimento que compartilhamos e nos protege da horrível realidade da solidão em todas as suas nuances.
Quero afogar meus vícios nesse mar negro, como irei se ainda tenho vontade de curtir o verão passado nessa areia cinzenta que tanto me feriu, são memorias de um antigo alguém, tão gostoso seu sabor e perigo, foi essa mesma caipirinha gelada que deixei-me levar pelo prazer até perder minha consciência, só quando meu bolso vazio acordo sozinho, nu, em um bar que fechou a porta sem dor quando precisei me levantar, tentei insistir, mas esse bar já tinha anos de experiências, recebe bem e cuida de seus estrangeiros até o dia que encontrar o freguês das quantias noturnas.
Amar tem dessas coisas... uma linha tênue entre viver em plena poesia ou perder, cruelmente, o nosso brilho.
Tenho me amado profundamente, sorrido das minhas próprias bobagens, me acolhido, aceitado a lentidão de um processo longo de cura, mas confesso que não é em tudo que isso pode ser possível. Sinto falta de um afago, de uma troca de olhares, dos beijos e das carícias que tenho evitado. Eu não consigo me permitir viver algo raso com quem quer que seja. Tenho medo das consequências e do enorme vazio que isso me causará. Quem sabe um dia eu encontre o amor que nunca tive, alguém que me respeite e não queira nunca me perder e se esforce para isso. Estou cansada de amar sozinha a vida toda, implorar para que fiquem, eu nunca mais farei isso. Quem sabe um dia eu encontre esse amor recíproco que eu sei que mereço. Eu não tenho escolha, apenas aceitar que não tenho os abraços, afagos, carícias, beijos e companhia de uma pessoa que eu ame e que me ame também.
"Enquanto houver erros, haverá aprendizados a serem descobertos. Os seres humanos são inerentemente propensos a cometer erros, mas enquanto houver humanidade, existirá uma busca incansável por respostas. No final, resta-nos a compreensão de que nada no mundo é tão desolador quanto a solidão."