Versos de Solidão
O tempo vaga pela minha cabeça, a solidão é a vontade de estar contigo, a nostalgia das aves pairando sobre o crepúsculo do céu, um último suspiro, uma última carícia, um último adeus.
A intimidade é de fato, como geralmente se crê, o último reduto da solidão. Mas basta que ela se descubra a nós para que a solidão cesse. Ela nos revela um mundo que está em nós, mas no qual todos os seres podem ser recebidos. [...] então se produz a mais aguda emoção que podemos sentir. Ela nos revela que nosso mundo mais secreto, e que julgávamos tão frágil, é um mundo comum a todos, o único que não é uma aparência, um absoluto presente em nós, aberto diante de nós, e no qual somos chamados a viver.
Eu acredito que se fui capaz de suportar um domingo cheio de solidão, sou capaz de suportar qualquer outra coisa.
“Aqueles que são amados temem, como o predador cogita tornar-se a presa, a solidão de um coração partido.”
Eu preciso da solidão para a minha escrita; não como a de um ermitão — isso não seria o suficiente — mas como a de um homem morto.
Agora sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão. Quem não é perdido não conhece a liberdade e não a ama.
A solidão é uma coisa maravilhosa Cale, e por dois motivos: Em primeiro lugar, ela permite que um homem esteja consigo mesmo e, em segundo, evita que ele esteja na companhia dos outros.
Dinheiro compra companhia mas não compra solidão. Se a comprasse, seria algo a menos a me consumir, porque eu a consumiria primeiro.
Minha solidão tomou proporções enormes. Nunca os dias foram mais compridos, nunca o sol abrasou a terra com uma obstinação mais cansativa. As horas batiam de século a século, no velho relógio da sala, cuja pêndula, tic-tac, tic-tac, feria-me a alma interior, como um piparote contínuo da eternidade.
Um olhar de carinho e atenção sonegado ou dissimulado hoje, poderá ser a escuridão e a solidão infiltradas ou presentes no amanhã.
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão.
Nota: Esse trecho da canção Há tempos foi originalmente retirado do poema Desiderata, de Max Ehrmann.
A música é libertadora: ela o liberta da solidão e da clausura, da poeira das bibliotecas, e lhe abre no corpo as portas por onde a alma pode sair para confraternizar.