Versos de Solidão
Hoje é seu aniversário
Mas não posso contigo comemorar
Pois você me deixou
E comigo deixou de falar
Sinto falta da sua risada
Da sua gargalhada
Do seu jeito
Que só ele de felicidade me alimentava
Hoje, sozinho nessa madrugada
Veio várias lembranças
Das nossas presepadas
Eu queria tanto você aqui
Não queria que fosse embora sem se despedir
Eu falei para você
Que só ia deixar de te amar
Só quando eu morrer
Eu sempre vou te amar
Enquanto eu puder viver
Mas feliz aniversário
Em forma de poema
Porque se eu falar com você
Pode dar problema.
na esquina do cerrado
com a sequidão
me perdi calado
me vi na imensidão
me tornei alado
na abstração
na poesia
na imaginação
da noite vazia...
Virei um sobrevivente
me vesti de fantasia
a lua tornou-se confidente
enquanto ruminava ousadia
de uma solidão presente.
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Maio, 2016
Cerrado goiano
olho para cada momento postado,
penso cada palavra deixo um espaço em branco,
vejo suas fotos em status limitado aos meus pensamentos,
tantos querer apenas uma imagem na imensidão.
Oração de um Pescador
Me ensurdeço com o barulho do nada
Mas agradeço aos céus pela morada
É que dói no coração não ter ninguém
Que me entenda e me faça ver além -
Dos pensamentos que não querem me deixar
Pois com eles não consigo mais me amar
O que eu quero de verdade está no rio
É o que me faz fugir do meu vazio
Vejo os peixes e também os alimento
Sinto a brisa e navego contra o vento
Porém sempre quando eu piso na areia
Que eu percebo como a minha vida é cheia -
De tristezas que não posso suportar
Eu espero que algo possa me mudar
Se eu não fosse tão ingrato com o mundo
Talvez não seria hoje um vagabundo
É por isso que eu suplico e peço a Ti
Me renova e faça um novo 'eu' de mim
Mando então essa mensagem ao Senhor
É uma simples oração de um pescador
Flores eu deixei
Ah! destino meu...
Leva-me de encontro a minha amada
Para que eu veja a beleza de tua face
E me alegre de corpo, alma e coração.
Quão linda flor é a minha pequenina!!!
O seu perfume é a essência viva
Que envolve toda a minh’alma...
A vista dos meus olhos
As cores que reluzem os teus reflexos
Fundem-se na linha do horizonte,
Mesclando os teus cabelos
Ao dourado por do sol...
Eu me vejo correndo ao teu encontro
Neste findo tempo melancólico
Que se esvai ao último faixo de tua luz,
Desterrando em teus braços
A sombria e devasta solidão.
E nos caminhos que andei
Muitas flores eu deixe...
Pra que perfume a minha vida
A única flor que eu desejei.
Edney Valentim Araújo
Entre as flores
Estive perto de você
Nestes caminhos tenros
Que nos viu passar...
Deixei em ti o meu coração
Desejando atá-lo ao teu
Em um eterno enlace de amor.
Vai diante de mim onde eu possa te encontrar!...
Seguirei os teus passos
Até que me tenhas em teus braços.
E aonde forem os teus passos
Irão também meus pensamentos...
Neles eu me verei em ti
Até que possa dar-me teu coração.
Pelos caminhos deixarei flores,
As mesmas rosas vermelhas
Que me assistiram declara-te meu amor.
E se voltares ao meu encontro
Por esta mesma estrada que lhe viu partir,
Receber-te-ei entre as flores que colheram minhas lágrimas.
Edney Valentim Araújo
Tantos momentos reais.
todas suas mentiras são visualizadas,
meus vícios são como os anjos,
tentei arrancar meu coração,
mas senti tudo o que restou,
quero te dizer tantas coisas,
mais a madrugada passou,
ninguém compreende o que senti,
o dia passou a dor começou,
nem a noite com tuas virtudes
devorou momento absurdo,
agora deixo profundo da alma.
tudo está num espaço vazio,
pode olhar nos meus olhos,
tudo tem a dizer queima,
me responda pelo menos uma vez,
todo foi uma passagem que acabou...
mais uma noite de pesadelos...
vozes na mente parecem reproduzir sonhos ou pesadelos,
sendo algo sem fins para todo estante vulgar desmereço,
mas tudo se reverte nas horas que passam, desdenho,
cada ato reprimido de cada desejo, no espaço e tempo,
mergulho no algoz outras vezes, me delicio,
apenas por te ter... na solidão de meus pensamentos.
...espaço vazio...
em horas que espero sua companhia...
apenas a ausência que desdem o momento,
prerrogativa que desaparece entre as paisagens...
Todos dias digo que é para sempre,
Espero todo por do sol para ver,
Na escuridão descanso meus olhos,
Nada pode ser tão perfeito quanto teu amor,
Vigio seus sonhos abraçado por momentos,
Quando acordo o dia já amanheceu,
Espero até entardecer ninguém compreende,
Meu corpo está cansado, mas, minha alma está livre...
Vejo o mundo parado mesmo quando...
Seu espirito paira pela imensidão,
Sendo o fulgor do desejo há nos levar ao caos,
Conflitos da prisão que está vida...
Meus olhos morrem para os céus
Em busca da tua perfeição te amo simplesmente para sempre.
Avatar
Pesares e abstrações
nos sorrisos que se fecham
como flores que emurchecem
e que brota escuridão...
às horas
de carrascais, solidão
que medram qual mata anã
e espinham o ser tão sertão...
Hoje
se abriu uma nova sazão
e fustigou madrugadas
a dor fez-se em refração...
ao despertar nova aurora
trouxe alma e um novo albor
e à luz, ser que novo aflora
com faíscas de manhãs...
afora
o nevoeiro insepulto
veio cores pelo ar
flores e azuis quintais
e o vento sem mais tropeços
levou o singulto embora...
Troféu
Soo a pulsão estancada
sentimentos de robô
de flamas mortas, sem ardor
d'água salobra parada
do tudo que se fez nada
do azedo que já foi mel
do doce que fez-se em fel
deixaste de ser poesia
e o prêmio à tu'alma fria
é o desdém qual troféu.
Invernal
Nas chuvas que caem sem horas
vêm vontades de lhe ter...
sentindo o viver doer
gradeado lá no passado...
brotam em meus olhos molhados
saudades mil de você
e o tempo a voar não passa
porque ainda há o querer...
são d'águas as tuas lembranças
torrentes balança o peito
e o efeito que à alma lança
é de aflições perecer...
Recônditos
Moram em celas sombrias
de um coração baldio
remorsos sem fins
angústias
e ressentimentos
de mornos perjúrios
de afrontas
às boas venturas
por entes
carentes de luz...
sós
como sóis poentes
morrem os poetas
por pudores insepultos
e rogam perdão
prum renascimento...
navegam mares de solidões
bradam às verdades
num hermético cubículo
mas dormem em silêncio...
e em cada gota de tempo
rios de prantos
indiferenças
rebuscas em secas...
por eternidades
vão
por trilhos retorcidos
mortos que se arrastam
por céus já descoloridos...
e sós
arfam
brisas sem movimentos
em climas de objeções
nas aversões de prazeres
e desejos ressequidos.
Dos corolários
Hoje __ um vão solitário
com raízes de passado __
por laço que foi desfeito
com extrema obsessão...
forçou-se em excomunhão
mesmo em lancinante dor
e abnegou-se do amor
ao se abster do prazer...
cativa, morta e à mercê
da própria escravidão
vestiu-se de escuridão
incursa em sua estolidez...
seu nome é solidão
sua alcunha é insensatez
amuo e indisposição;
seu mundo vil: pequenez.
parte da realidade criada por você
pode ser boa na sombras da vida que terminou...
parecendo que tudo que se destina o prazer,
sensações consomem momentaneamente,
e sinceramente o insperado é decorrência
de atos que sugerem que sempre esteve aqui,
só tornei ausente nas minhas profundezas,
quando notei que tu do passou de um conto de terror.
num momento qualquer desejo ter
como meu amor...
desisti de viver como num filme,
tudo que tive em bons estantes
a perdição entre sonhos e ilusão
até nos céus me senti...
quando na verdade tudo que tive foi solidão.
num mais profundo do coração...
quando vejo de fora de tudo isso
e percebo coisas são diferentes
que outros não veem,
o estranho ter essa visão...
sonhos e ilusões
num mundo tão ausente....
respiro fundo cada estante que te espero,
tantos momentos sonhei com você...
nunca tive duvidas...
quando senti que tudo seria perfeito
tornou se uma historia...
de repente quis um pedaço de tantos sonhos,
senti ser parte do além,
tão pouco a toquei em tantos momentos,
estive te procurando dentro do meu mundo...