Versos de Solidão
Na quietude, mergulho em memórias e afetos,
Na solidão, busco reflexão sobre um passado marcado, Ingratidão, uma sombra que obscurece o caminho trilhado, Filhos ausentes, pedaços do coração distantes, Não busco ser um super pai, apenas ser constante.
Recordações ecoam, lembranças de tempos já vividos, A dor da ausência, um peso nos sonhos compartilhados, Ser pai vai além do título, é ser presente no coração, Apenas humano, com erros, busco compreensão.
Na quietude do vazio, eu sinto a solidão,
Um eco solitário, uma sombra na escuridão.
Palavras ecoam sem resposta, o coração anseia,
Um anseio por conexão, uma busca pela ideia.
Caminho solitário pelas estradas do pensamento,
A solidão me envolve, um sentimento lento.
No silêncio das horas, meu ser busca companhia,
Um toque de empatia, uma luz que me guia.
Mas na solidão também encontro espaço para crescer,
Explorando meu mundo interior, aprendendo a compreender.
É uma jornada solitária, mas não sem valor,
Pois é na solidão que descubro meu próprio clamor.
Assim, abraço a solidão como parte do meu ser,
Uma oportunidade de reflexão, de me conhecer.
E enquanto busco conexões que possam me abraçar,
A solidão continua a me ensinar e a me transformar.
A solidão faz presença a meu lado
De olhos cansados, animada a vejo cantar
É insensível, de tanto que me faz sentir
Desesperado, iludido. Mas não abandonado
Não, solitário. Solidão inquieta espreita
Calma, volátil, às vezes dançarina
Traz consigo o desejo, e a aspirina
Semeia o desinteresse, e vai embora.
Vai porque é covarde, tal como eu
Vem porque tem saudade, até do que não é seu
A solidão ambiciosa me quer, mas não pode ficar
Porque quando me tiver, mais nada terá
Sou solitário, não esquecido
Do sentir arbitrário, de sofrer desmedido
Sou hoje fruto de quem não quis me livrar
Sou hoje a semente, tão descontente, a solidão semear
No Silêncio da Solidão
No silêncio profundo da solidão,
Ecoa uma melodia sombria,
O coração solitário busca em vão,
Por uma luz que o guie noite e dia.
As sombras dançam em torno, frias,
A alma anseia por uma mão amiga,
Mas na vastidão das horas vazias,
A solidão persiste, triste e antiga.
Solidão Silenciosa
Em quartos vazios, a solidão reside,
Um eco vazio nas paredes canta,
Um coração solitário bate em segredo,
Nas madrugadas longas e malditas.
Palavras não ditas, pensamentos sós,
Um vazio profundo em cada olhar,
Na solidão silenciosa, a alma chora,
Por um abraço, por alguém a amar.
Lágrimas da Solidão
Lágrimas da solidão, salgadas e puras,
Escorrem silenciosas pela face marcada,
A alma solitária vagueia pelas ruas,
Buscando uma luz na noite enluarada.
Um coração solitário anseia por abrigo,
Em um mundo de rostos desconhecidos,
A dor da solidão é um grito perdido,
Um eco de tristeza em sonhos adormecidos.
Solidão no Peito
No peito, a solidão tece sua teia,
Uma sensação de vazio e desamparo,
Como uma sombra que nunca se esvanece,
A solidão se torna um constante amparo.
Nas páginas da vida, um capítulo solitário,
Caminhando por estradas desconhecidas,
A solidão é um verso triste no diário,
Um eco de saudade em noites esquecidas.
Das Sombras à Graça Divina
Nas sombras da alma, a solidão se instalou,
A ansiedade teceu uma teia de agonia,
Mas no horizonte da fé uma luz brilhou,
Cristo, a esperança, trazendo melodia.
A dor insuportável da alma ferida,
A ansiedade como tempestade a assolar,
Mas Cristo, com amor, a dor desvanecida,
E da escuridão, uma nova aurora a despertar.
Do abismo da solidão, surgiu a mão divina,
A graça de Deus, como bálsamo a curar,
A ansiedade, enfim, perdeu sua sina,
Na fé em Cristo, a alma se pôs a caminhar.
Encontro de Alma e Graça
Na escuridão da solidão, o coração chorou,
A ansiedade como uma névoa densa,
Mas a graça de Cristo, como um sol, brilhou,
A alma encontrou paz, ganhou nova crença.
A ansiedade, como tempestade avassaladora,
Cedeu ao poder da fé e do amor divino,
Cristo, a esperança eterna e redentora,
Trouxe libertação, fez-se o caminho.
Das profundezas da solidão, surgiu um louvor,
A ansiedade, em Cristo, se dissolveu,
Na graça e no amor, a alma encontrou valor,
E em Cristo, a paz eterna, alegremente floresceu.
Solidão, por que fizeste isso?
Que mal fiz a ti, para me torturares dentro de minh'alma,
Torturas-me com teu estrondo silencioso;
Roubaste a luz dos meus olhos;
Sem abrigo para me esconder de ti;
Pois estás a cada passo meu,
O silêncio em mim é devastador,
Corvos rodeiam-me;
Eles sentem minha alma apodrecendo;
Não resta mais nada além de aceitar a morte..
Navegar pelas águas do tempo
Um manto de tristezas convida a alma
Onde a solidão flui ao longo desses rios
Eu espero por ela vir
- Starry Queen
Sonatina
É mau que eu viva areado, e sem prumo
Posto numa solidão daquele que não crê
Que já está acostumado, ao léu, à mercê
Prosando lembranças, poesia sem rumo
Mas, lá no fundo, a esperança, presumo
Tenha a compaixão deste pobre crupiê
Do amor, sem sorte, e cheio de porque
Pois, a boa sonatina a paixão é insumo
E, se insistir com a poética nesta saga
Deixando a poesia com a emoção vaga
Não serão somente versos de soledade
Será também a alma cheia de lamento
Porque no vazio há sempre sofrimento
E a dor o verso imerso numa saudade!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 agosto, 2023, 15’56” – Araguari, MG
Sob chuva forte a solidão se esconde,
Gotas tristes ecoam, coração responde.
Na tempestade, lágrimas se misturam,
Almas molhadas, memórias perduram.
Talvez a grande diferença entre solidão e solitude, seja que a solidão carrega o sentimento de incapacidade, e a solitude de poder de escolha.
Para chegar a solitude é preciso superar a solidão!
Exploramos o mundo, mão na mão,
Cúmplices nas alegrias e na solidão.
Em cada silêncio, gesto e olhar trocado,
Nosso amor se fortalece, não é segredo guardado.
" Sobre o acorde do silêncio da quarta esmaecida, na rua a solidão percorre, esperando a quaresma vestida de reflexão, a trazer o sentido da vida."
" Quarta de Cinzas"
(MELO, Rilnete., "Construindo Versos". Pindaré-mirim- MA: Selo ACILBRAS , 2022, p.58.
Soneto destituído
Parece, ou eu me engano, que a solidão
De repente deixou o prazer no passado
O letrando, o cântico, agora desafinado
Se vai o sentimento cheio de sensação
Por que não há vão, que não vá ao chão
Da saudade, da dor do falto, tão pesado
Até de aflição pulsa o versar atordoado
Nem uma voz se ouve vinda do coração
Um usurpar da feição poética, advieste
Deixando a prosa triste, num desvario
E de lágrima tétrica a poesia se reveste
Nesta carência da alma, foi-se o gentio
Sentido, e sem que a emoção lhe reste
Assim, destituído de gesto, terno feitio
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
7 setembro, 2023, 6’57” – Araguari, MG