Versos de Saudade
À NOITE QUANDO A LUA...
À noite quando a lua convidou-me para escrever
Pensei em escrever um poema só para ti;
Mas só sentia solidão……
Uma dor dentro do peito
Como uma faca afiada, espetada no coração
Rabisquei, apaguei, rasguei, rescrevi
Não é nada fácil escrever para ti
Amo-te tanto que já mais amarei assim mais alguém
Com uma saudade, vontade doida de te ver
Os teus olhos quando se cruzam com os meus.
São os meus poemas já escritos
Os dedos das tuas mãos entrelaçadas nas minhas
São os versos que faço a pensar em ti;
Esta saudade…..
Esta dor no peito, esta ausência de ti em mim
É à noite quando a lua convida-me para escrever
Da certeza que tenho…
Que preciso escrever tudo o que sinto por ti!
DESATEI TODAS AS PALAVRAS
Desatei todas as palavras e deitei-as a voar
---------------Fugiram para as estrelas na palidez da lua.
Lamentos de um coração ferido, partido.
-------------------Carrego nos ombros, os filhos que eu pari
Flores abrir, no orvalho quente da manhã
--------É nas tintas que escrevo que mergulho e esqueço
Folha branca escrita em que meto-me e liberto-me!
-------------É nas palavras que navego no silêncio da noite
Luto contra os uivos e gemidos do vento
------------------Tintas de um poema de letras magníficas
Onde eu encontro-me e perco-me no tempo !!
Escrevo um livro fechado
Com as páginas intactas
A minha alma é um cadáver
Que foi pedir sonhos aos mortos.
Sem medos sem culpas;
Quer se faça dia, ou noite de trevas
Presságios fúnebres de nocturnas preces
Leva adiante de pávidos rostos abaixo do mar
A sombra de uma só covardia de sossego; desfeita em desassossego
Pedras geladas, fragas raras, mármore precioso
Oh morte leva contigo o perfume das flores, dos cravos, das rosas
Estás aqui comigo, oh morte na sombra deste sol quente
Escrevo que a minha alma é um cadáver
Para pedir um sonho aos mortos
Afinal os vivos não me ouvem ou fingem não ouvir
Que ninguém rasgue os livros escritos nas folhas do sonho
Feita de poemas cheios de amor e dor.!
Escrevo todos
Escrevo todos os meus sentimentos
Procuro nas palavras o que sinto
O chão foge a cada minuto dos pés
Palavras escritas mal ditas da voz
Renasce um silêncio rasgado de dor
Cresce um vazio que em mim é vazio.
Escrevo todas as magoas e tristezas
Aninho-me em ti, sentindo o teu calor
Esperança guardada levada pelo vento
A parede que morre da árvore a morrer.
Incômodo desnecessário feito de lágrimas
Céu morto nascido parido no nosso inverno!
Jardim vivo
Jardim colorido
Por entre tulipas e lírios
Vivo todos os meus delírios
Com o coração cansado amargo na alma
Lembranças de uma vida feliz
Com o terço na mão
De um tempo em que amei
E fui muito amada
Solidão que fere e dilacera a alma
Ferida não cicatrizada que não se esquece
Quando as duas almas têm os seus destinos traçados
Conhecem todos os medos
Fraquezas e desejos
Acorrentei-me a ti e agora?
Mesmo que me soltes eu não quero ser livre
Quero acabar meus dias acorrentada a ti
No jardim colorido
Onde vive todos os meus delírios!
AS FOLHAS DAS LETRAS
As folhas das letras atravessam os carris
Elas desconhecem as linhas do destino
Chegam à estação na vertigem do silêncio.
Viagem atribulada feita na escuridão dos túneis
O poeta escreve nos caminhos mais noturnos
A morte desvenda o mistério de um rosto triste
Os labirintos da alma são a solidão do corpo
Palavras secas no palato da nossa memória
No silêncio descrevo com esta sonolência
Poética onde invento ninhos feitos de ilusões
Palavras por escrever, por dizer tantas vezes
Sussurradas nas páginas brancas do poema
Dor sentida de lamento nas esquecidas letras
Onde atravessam os carris da nossa curta vida
Viagem atribulada esta a nossa, do destino incerto
A morte desvenda o mistério da vida mal vivida!
Ando descalça pela calçada......
Com os candeeiros velhos iluminados.....
Onde tiro as pedras da rua......
Vejo-te ao longe, em passos largos....
Afinal és aquele, com quem divido as minhas lágrimas....
Murmúrios.... e desabafos......
Contigo deixo a dor.......adormecer no desespero....
E escrevo em poemas......todos os desejos....
Cobertos de sentimentos áridos......
Suspiros.....mágoas......e murmúrios......
Onde escuto as palavras passadas....
Cegas e ensurdecidas pela raiva.....
Esquecidas...de lágrimas..... e de risos...
Almas brilhantes...onde o mar cantava...
E canta.....uma bela melodia....
O vento falava com doces palavras, com gestos delicados......
Onde eu voo com asas de um condor...ou de uma águia....
No luar da meia noite...que eu tanto queria ver....
Dando a outra face, De um rosto...triste....e talvez envelhecido....
Dorme....docemente com os aromas......perfumes.....
Cheiros de poesia...afinal ando descalça contigo..!!!!
OH MORTE...OH MORTE...ADEUS -
Oh morte que o pavor me cubra
Dos olhos da esperança por quem viveu
Ou talvez de quem já não vive
Oh morte que o pavor me cubra
Muda agonia que o meu alento desfalece
Oh devora-me o corpo exausto que repousa
Jaz de morte nos lábios meus
Mortal desgosto cobre o meu rosto
Pedra de mármore fria de macio encosto
Oh saudade insana que não quer perder a alma
Magoa deixada na escuridão dos olhos
- Oh morte...oh morte...adeus -
Vai-te embora oh morte, ainda não é a minha hora.
OCULTA ADVERTÊNCIA
Oculta advertência sem assistência
Consciência perdida por convivência
Fragas em permanência de uma abstinência
Numa fuga de preferência sem resistência
Sangue que corre nas veias por insuficiência
Vitórias que a vida nos dá por providência
A tua alma que morre em mim por imprudência
Sonho com o teu corpo com bastante impaciência
Derrotas feitas tantas vezes de turbulência
Passos gigantes desconcertantes sem coerência
Um coração leviano apaixonado com confidência
O pecado sem virtude…É um vício de muita resistência!
" GLORIA"
Gloria ao sol dos mortos
Aos sonhos que eles nos dão
Silabas adormecidas no tempo
Combustão de recantos poéticos
Monte de arvoredo visível no inconsciente
Cheio de bolor
Sopra o vento assolando a minha alma
Tantas vezes desabrigada
Poemas escritos no ventre colorido
De pétalas num livro aberto
Gloria ao sol dos vivos
Aos sonhos que nos deixam saudade
Rezas de uma poesia feita de sombras amadas
No silencio da vida
Poemas escritos num beijo que te dei bordado de esperança
Segredei ao vento o teu nome
E a chuva em resposta beijo-me o rosto!!
"Eu sou óbvia e nem por isto menos surpreendente".
Sou clara,embora tenha algumas imperfeições.
Mas pode estar certo, que sou tudo isto que mostro;
qualidades e imperfeições.....
Os meus interesses são sempre legítimo e a minha saudade
autêntica...
Eu aprendi que não posso escolher, como me sinto..mas posso
escolher o que fazer a respeito.....!!!
*-*..!!!M@ri!!!*-*
EMBORA BANHADA
Embora banhada se encontre a minha alma
Carrego em mim……
Um segredo fechado a sete chaves
És a sombra que não deixo ir…………
A lua que espero para dormir
Na corrida do dia, na calmaria da noite…
Venço sempre a tempestade
Pernoitando em ti………….
Rendendo-me e adormecendo em mim, em ti
Acreditei no teu amor………
Colhi as tuas dores, banindo os teus temores
Embora banhada e perdida se encontre esta minha alma
Coloquei-te no meu peito…….
Refeito de emoções, cheias de silêncios.
Rosa desfeita em sílabas de dor………
Amor sufocado de palavras nas noites solitárias!
SAUDADES
Amor, quantas vezes você quer ouvir?
Ou precisa ouvir? Diz pra mim...
Sei que errei, peço desculpa por isso.
Sei que duvidei de você, culpa minha você estar assim
Culpa minha eu estar assim... Insegurança
Só eu sei o que estou passando,
Sofrendo, chorando
Volta pra mim
Tenho tanto pra dizer,
Nossos sonhos, nossos momentos
Lembranças. Amor! Mais uma vez...
TE AMO!
"VIDA"
Na vida, muitas vezes vivemos dificuldades e infortúnios
Sofremos, desesperamos, lamentamos e choramos
A vida é complexa, é como um imenso labirinto de fragas
Constantemente caminhamos por caminhos de cenários brutescos
E ininterruptamente nos deparamos em situações...
Que nos transformam
Que modificam a nossa própria natureza
Do nosso instinto selvagem
Que exigem qualidades, que muitas vezes não possuímos
Exigindo dos outros, valores extraordinários!
Luz da insônia
Assim danifica a luz da insônia
Sabes que o poema esta vivo
E eu estranhamente na minha velhice apressada
Sinto os favos de mel de uma alma estéril
Fragas em lascadas, pedras perdidas
Onde o poema escrito dormita com a minha alma
Doloroso o meu desassossego
Dos instantes de um adeus
A tua boca solta um grito maldiçoado
Perco os sentidos de um passado em crepúsculo
Enquanto eu te invento, encosto-me a ti em mim
Entrego-te o relógio de areia
Que dorme na minha boca
Onde a caricia do vento, acaricia-me o corpo frio
Invento-te nos meus poemas escritos
Com a luz da minha insônia
Nesta minha estranha velhice talvez ou não apressada!
De repente me bateu uma vontade do teu abraço...
aquele abraço em que o tempo pára..parece que o universo
todo cabe num só abraço...um abraço apertado, sincero,
amigo, que fala tantas coisas sem dizer uma só palavra..
não sei dizer quantas palavras cabem em um abraço..
até porque foi de repente que me bateu a saudade do teu abraço...dois sorrisos,
o aconchego, o carinho de um momento especial...
olha só...a lua brilha lá no céu..vejo o reflexo no mar...parece até
que o mar está agasalhando a lua...que estranho...de repente
bateu essa saudade...uma vontade do teu abraço...
AH! COMO EU QUERIA QUE O CANTO QUE EU CANTO AGORA TIVESSE O MESMO ENCANTO DOS CANTOS QUE JÁ CANTEI
QUERIA QUE A LUA QUE VEJO AO LONGE FOSSE A MESMA LUA QUE UM DIA TROUXE DENTRO DE MIM
QUERIA QUE O TEMPO QUE ME AMARRA
FICASSE POR UM POUCO FROUXO PRA QUE UM DIA EU TE ENCONTRE UM POUCO ,
UM POUCO MESMO QUE LONGE DAQUI
AH !! COMO EU QUERIA QUE AS CORDAS QUE EU TOCO AGORA TIVESSEM O SOM DO PINHO QUE EM TODO CANTO ME ACOMPANHAVA QUANDO PRA TI TOCAVA OS SONS MAIS LINDOS QUE JÁ TOQUEI
MAS JURO QUE SE UM DIA EU VOLTO EU VOLTO INTEIRO COMO EU TE ENCONTREI
FOI COMO UM SONHO,
ENCONTRAR A VIDA INTEIRA
EM BREVES INSTANTES REPRIZADOS
E VER QUE O MEDO DE PERDER
É O QUE NOS TIRA TODAS AS CERTEZAS
VER QUE OS CONCEITOS CRAVADOS NA ALMA,
PASSAM A CRIAR DÚVIDAS ENTRE O BEM E O MAL
E QUE AMORES FORTALECIDOS PELO TEMPO,
CONVIVEM COM A DESESPERANÇA DA FÉ
ES QUE SURJE O TEMPO DE MUDAR
PODAR COMO FORMA DE CRESCER
FAZER MAIS COM MENOS E ENFIM
MORRER COMO CONDIÇÃO DE VIDA.
FOI COMO UM SONHO,
ONDE O ESPELHO NÃO ME VIA MAIS
O TEMPO TEVE SEU TEMPO CERTO
MAS FOI DERREPENTE,
“NÃO MAIS QUE DERREPENTE”
RESTOU A SAUDADE DE MINUTOS,
DE VIDA