Versos de Saudade
Desfolhos
Do outono no cerrado e seus desfolhos
Minha saudade caia ao chão fragoso
Do meus ásperos e mirrado tristes olhos
Em tal lira de verso aflito e rancoroso
Nos ventos secos e enrugados chiavam
Os gritos da noite numa solitária canção
Onde lembranças aos astros clamavam
Esmolando do silêncio alguma atenção
Só um olhar neste brado de compaixão
Um olhar, um eco, uma mão...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30/04/2016, 18'00" – cerrado goiano
Poeminha
Hoje te encontrei na saudade
Nas fotos no tempo amareladas
Que um dia se fez realidade
E as noites dores enrugadas
Eu te encontrei na saudade...
No varal do quintal pendurada
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09 de maio, 2016 – Cerrado goiano
oposição
agora,
que a distância virou saudade
os amigos viraram outrora
e o cerrado extremidade
das bandas do meu poetar
a solidão tornou-se traição
na enzima
na inspiração
da trova, sem estima
de uma rima menor...
Em opor,
pude encontrar na poesia
iguaria, suor, rubor
e companhia...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
maio, 2016 – Cerrado goiano
O retrato do mar
Vi-te e desejei-te perto;
A saudade quis te buscar;
Vi-me e senti o deserto;
Lembrei-me de em ti mergulhar.
Quis. Quis voltar no tempo;
Aos dias de nossa vivência;
Quis. Quis sentir o vento;
Sofri com a tua ausência.
Tu vens? Ou eu vou a ti?
À distância aborreço. Há saudade;
Tu queres. Queres vir?
Tem um começo. Sem vaidade.
O vento continua aí;
De cá estou eu tristonho;
O amor ainda mora aqui;
Apesar do lugar enfadonho.
Para ver-te há que viajar;
A viagem será mesmo assim;
Não importa se for pelo ar;
Só espero. Não fuja de mim.
Eu te vi no retrato guardado;
Fui feliz ao te fotografar;
O dia que saí eu molhado;
O encontro que foi com o mar.
Saudade eu desejo, em segredo, em segredo
Então peço que fique um pouco mais
Te chamo pra valsa e você nega
Mas se é pra ciranda pede e me espera
Que eu já vou
Tem gente que vira saudade,
Tem gente que vira passado,
Tem outras que se viram para ficar com você, e tem eu, que viro borracha e apago tudo.
Saudade
Daquele romance que a gente viveu.
Saudade do instante, em que eu te encontrei.
Saudade, do imenso desejo que a gente perdeu.
Eu tenho é muita saudade,
Do tempo que amei
Saudade de uma realidade, que nos tempo atuais reina mais que a saudade;
"Salve aqueles áureos tempos
que ficou para trás, em
que correr e se esconder era
uma brincadeira divertida.
No qual um simples taco de
madeira já era um desafio atrás
do outro. A tempos que essa realidade
deixa saudades, o que vemos no tempos
atuais são pobres mortais, jovens que se isolam em computadores, celulares, Tablets vídeo- games entre outros eletrônicos, perdem um tempo precioso da sua infância. usam livros para segurar a porta de sua casa, e sua leitura é escassa e virtual, quanto ao conteúdo bem pouco convencional. Um dia talvez voltaremos a ver a infância crescer, e evoluir de uma forma mais saudável, só espero que isso seja em breve, porque estes tempos atuais não podem mais fazer parte da nossa realidade cotidiana"..
Violeiro chora a viola
Violeiro, está viola canta
e chora a saudade deste chão
este chão árido que o pranto na garganta
canta os amores nas cordas desta canção...
No meu peito também chora
este choro que não vai embora
junto da viola, que vai no raiar da aurora
Violeiro, chora a viola no meu pranto
deste desencanto que a sorte me reservou
se podes neste canto me consolar tanto
não se acanhe em espantar a solidão que aproximou...
No meu peito também chora
este choro que não vai embora
junto da viola, que vai no raiar da aurora
Violeiro, canta a viola no choro dos amores
se hoje sozinho, tenho ela cancioneiro e senhora
então consola minha solidão e minhas dores
daqui só saio se a viola for embora...
Viola e violeiro deixam eu ter este proveito
do canto e choro da viola, em poesia
pois assim alivia o meu peito...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Maio, 2016
Cerrado goiano
ODISSEIA (soneto)
Minha saudade de querer-te, ideia
Meus dias poetam versos em te ter
Pois vives no meu viver sem tu crer
Numa saudade de vida em odisseia
Não é só uma razão no meu querer
És o enamorar em noite de lua cheia
Mistérios pra que minh'alma te reteia
E contos de amor escritos pra eu ler
Já tantas vezes lidos, no céu, na areia
Relidos nos sonhos do meu entardecer
É tão presente numa clássica epopeia
És o meu amor, a aurora no amanhecer
Quem no meu palco encenou a estreia
Enlouquecendo por inteiro o meu ser
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
16/06/2016, 17'26"
Cerrado goiano
CHOROSO SONETO
Daqui deste rincão do cerrado
Quisera de a saudade apartar
Mas os ventos só põem a chiar
Quimeras percas no passado
Não sou um poeta de chorar
Mas choro um choro calado
Amiúde e assim comportado
Paliando soluços no poetar
Tão menos viver pontificado
No sofrer, brado, quero voar
Lanço meu olhar ao ilimitado
E pelo ar vai o desejo represado
Liberando as fontes do amar
Livres e do suspiro desgarrado
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
INCONTENTADO (soneto)
Saudade sem dor, amor sem fantasia,
Que aperta o suspiro dentro do peito,
Que no sim perpetuado, assim queria,
Que nada mais se sente tão satisfeito.
Emoção, que o doce sossego repudia,
Na palavra rude dita sem o respeito,
E, tirando dos sorrisos toda a alegria,
Fica ferido, e sem qualquer proveito.
Que viva sempre a sede e a tua fome,
Paixão sem queixa, e sem lamento,
E que ebule o amor em suas rimas.
Sempre tenha, o nome que consome,
Que eu tenha sempre, contentamento,
No incontentado amar e suas pinimas.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, setembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
carnívora
a saudade não nos engana
sua chegada
faminta e soberana
só traz dores gigantes
no vinho carraspana
amantes mais que antes
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
SAUDADE
Saudade sinto da menina
que roubou meu coração
que deixo - me na tristeza
na imensa solidão.
Sofro tanto nessa vida
pelo canto enfadonho,
que saudade da manina
só a vejo em meus sonhos.
Foi embora sem avisar
não deu beijos nem abraço
não deixou nenhum bilete
nem uma foto 3x4.
Quem déra se voltasse
pra ficar junto a mim
menina que saudade,
porque maltrata assim?
Volta ainda é tempo
não me deixe desse jeito
saudade doi de mais,
saudade doi no peito.