Versos de Rosa

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Cansado de eternidade,
Deus fez-se tempo e espaço,
e explodiu em átomos e galáxias
no infinito de si mesmo.

Não somos mais aqueles cujo amor
imaginou a juventude eterna.
Hoje, idosos, os corpos sem calor...
O fogo da paixão agora hiberna.

Somente o amor, essa visão interna
consegue ainda ver todo o esplendor
da convivência cada vez mais terna
em saudades diárias a compor

e recompor, história por história,
as imagens dos dias consumidos
a fim de preservar mútua memória.

Mesmo que restem fatos esquecidos,
no turbilhão da vida transitória,
jamais se perderão, porque vividos.

Já disseram que somos deuses.
O que é ser um deus?
Nem mesmo sequer sabemos
o que é ser humano!

Um choro fraco mostra um momento de dor
Ou muitas vezes a esperança de um grande amor...

Eu sei que sempre foi meu Deus
Mas sei também
Que é o meu melhor amigo.
Eu sei que me perdi no tempo,
Mas sei que sou muito melhor contigo.

Será que foi de propósito
que Deus fez a vida
sem propósito?

Foi o homem que inventou
o propósito da vida.

Por isso, não pode entender
que a vida é sem propósito.

E sofre assim sem propósito.

Gosto ,gostei sempre gostarei do gosto gostoso.
DE GOSTAR DE VOCÊ!!!

Deus é espaço e tempo,
infinito e eternidade.
Nascimento, mudança, morte
e renascimento de tudo.

Quem é humilde, não busca, voluntariamente, a humilhação, mas se sujeita à humilhação, que lhe é imposta.
Há, no entanto, os que se humilham para satisfazer a vaidade de parecerem humildes.

Somos o que fazemos
para mudar o que fomos.

Existe uma rosa na vida de todo mundo que sempre vai dar bem-me-quer, não importa quantas pétalas você arranque. Esta rosa, que não tem espinhos e é da mesma cor da sua alma, murcha quando você entristece e floresce com as suas risadas. E o perfume, ah, o perfume...
Ele impregna na memória para e reacende em cada colo, cada carinho, enfim, cada gesto de AMOR da sua vida.

Ninguém vai chorar por você,
mas pela falta que você fará,
a companhia e a presença,
o tempo compartilhado,
os espaços preenchidos,
seu ouvido disponível,
sua voz consoladora.

A morte destrói o corpo,
não o amor que ficou,
embora em dor e saudade.

Lembrança é quase pessoa,
vagando por toda a casa,
perfume de coisas órfãs,
gemendo em cada lugar.

Qual o peso e o tamanho
da saudade que sentimos?

Que distância é a saudade
entre as pessoas ausentes?

Qual o tempo da saudade
para doer na perda
das afeições mais queridas?

Qual o peso da saudade
no coração solitário?

Raposa

Jovem raposa, quem é você?

A ti foi dada a chave de meu coração
Coração este sombrio, selado por espessos
cristais de gelo.

E agora você simplesmente abre-o e nele põe
uma chama viva...
Chama esta que em pouco tempo reaqueceu
o que antes era frio,
Chama esta que iluminou o que antes era pura
escuridão...

Como faz isto?
De onde vem?

A ti hoje confio de olhos vendados.
Como fez isso?
Como ganhou minha confiança em tão pouco tempo?

Tornou-se domadora de um lobo que antes, era selvagem.

Jovem raposa, quem é você?

Você realmente me assusta,
Mas me cativa.
Você literalmente me domina,
Mas me motiva.

Isso é o que chamam de amor?
Esta chama que plantaste em meu coração?
Se for, é a melhor de todas as coisas.

E quanto a ti, a mais sábia e bela de todas as
raposas...

Não sejais como o homem que morria de sede no deserto,
que ao deparar-se com uma rosa e com um cacto,
preferiu o perfume da rosa
e desprezou o cacto
que poderia salvar-lhe a vida ao saciar a sua sede.

ÁRIA PARA ASSOVIO

Inelutavelmente tu
Rosa sobre o passeio
Branca! e a melancolia
Na tarde do seio.

As cássias escorrem
Seu ouro a teus pés
Conheço o soneto
Porém tu quem és?

O madrigal se escreve:
Se é do teu costume
Deixa que eu te leve.

(Sê... mínima e breve
A música do perfume
Não guarda ciúme).

Meu sofrimento não tinha fim, mas foi interrompido pela salsa eletrônica do meu novo celular rosa. Era ele do outro lado: “Conversa comigo? Tô sem sono…”
Eu sabia, eu sabia, nem todas as “sultãonetes” do mundo eram capazes de dar a ele o que eu dava. Ainda que meu coração fosse um só.

Inserida por nadyapaz

A saudade eu mato; a lembrança eu guardo; a tristeza eu supero; A alegria eu conservo; Já as pessoas iguais a você eu nunca esqueço.

Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.

Karine Rosa

Nota: Trecho da crônica "Sapato velho", publicada em 12 de julho de 2009. A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuída a Caio Fernando Abreu e Tati Bernardi.

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Os outros eu conheci por acaso. Você eu encontrei porque era preciso.