Versos de Renato Russo
Feche a porta do seu quarto
Porque se toca o telefone pode ser alguém
Com quem você quer falar
Por horas e horas e horas.
Vinte e nove
Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais.)
Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.
Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.
E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez.
Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto
Quando o sol bater
Na janela do teu quarto,
Lembra e vê
Que o caminho é um só,
Porque esperar
Se podemos começar
Tudo de novo?
Agora mesmo.
A humanidade é desumana
Mas ainda temos chance,
O sol nasce pra todos,
Só não sabe quem não quer.
Até bem pouco tempo atrás,
Poderíamos mudar o mundo,
Quem roubou nossa coragem?
Tudo é dor,
E toda dor vem do desejo,
De não sentimos dor.
Uma guerra sempre avança a tecnologia
Mesmo sendo guerra santa, quente, morna ou fria
Para quê exportar comida, se as armas dão mais lucros na exportação?
Quem me dera, ao menos uma vez, ter de volta todo o ouro
que entreguei a quem conseguiu me convencer que era prova
de amizade se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
É a verdade o que assombra, o descanso o que condena, a estupidez o que destrói...
Quando se aprende a amar, o mundo passa a ser seu.
Tenho andado distraído,
impaciente e indeciso.
E ainda estou confuso,
só que agora é diferente:
Estou tão tranquilo e tão contente.
Quando Você Voltar
Vai, se você precisa ir
Não quero mais brigar esta noite
Nossas acusações infantis
E palavras mordazes que machucam tanto
Não vão levar a nada, como sempre
Vai, clareia um pouco a cabeça
Já que você não quer conversar.
Já brigamos tanto
Mas não vale a pena
Vou ficar aqui, com um bom livro ou com a TV
Sei que existe alguma coisa incomodando você
Meu amor, cuidado na estrada
E quando você voltar
Tranque o portão
Feche as janelas
Apague a luz
e saiba que te amo...
Os Barcos
Você diz que tudo terminou
Você não quer mais o meu querer
Estamos medindo forças desiguais:
Qualquer um pode ver
Só terminou para você.
São só palavras: teço, ensaio e cena
A cada ato enceno a diferença
Do que é amor ficou o seu retrato
A peça que interpreto
Um improviso insensato
Essa saudade eu sei de cor
Sei o caminho dos barcos
E há muito estou alheio e quem me entende
Recebe o resto exato e tão pequeno:
É dor se há, tentava, já não tento.
E ao transformar em dor o que é vaidade
E ao ter amor se este é só orgulho
Eu faço da mentira, liberdade
E de qualquer quintal faço cidade
E insisto que é virtude o que é entulho:
Baldio é meu terreno e meu alarde.
Eu vejo você se apaixonando outra vez
Eu fico com a saudade
E você com outro alguém
E você diz que tudo terminou
Mas qualquer um pode ver,
Só terminou para você.
Acho que sempre lhe amarei
Só que não lhe quero mais.
Não é desejo, nem é saudade
Sinceramente, nem é verdade
Ainda é Cedo
Estamos todos aqui e não temos lugar para ir
Tenha cuidado porque o mundo é perigoso
E quem não tem meninas não tem lugar para ir
Estamos todos aqui
Um por todos e todos por um
Mas parece que é cada um por si
E Deus contra todos
Tem gente que gosta de machucar os outros
Um dia os mortos vão se levantar
E vão pegar você e vão levar você
Eles estão vindo te pegar
E não tem nada que você possa fazer a respeito disso
Mas se a amizade é o mais importante
E mesmo que tudo pareça perdido
Tenho certeza que existe alguém
Que vai querer te ajudar
Tenho certeza que vai melhorar
Certeza que o dia vai chegar
Está tudo muito mal demais
Tudo isso tem que se acabar
Guerra... tem que acabar
É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há.
Quando penso em alguém, só penso em você.
Quero ter alguém com quem conversar. Alguém que depois não use o que eu disse contra mim...
Nota: Trecho da música "Andrea Doria", da banda Legião Urbana, composta por Renato Russo, Renato Rocha e Marcelo Bonfá.
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