Versos de Praia
VONTADE DE NILO DEYSON MONTEIRO
Estar em Família, brincar, sorrir, andar de mãos dadas na praia com que amei de verdade, ah, que saudade do que não vivi...
Epicuro, filósofo bem que disse, que nossos problemas somos nós, na imaginar quem inventamos. Quem sabe viver na ilusão não seja negar a realidade, e sem viver a nossa real verdade... " Nilo Deyson "
COROA VISTOSO
De novo dia 6, segundo mês.
Olha a tentação aqui, outra vez!
Desta vez deu praia,
trouxe a filha, duas sereias, duas raias.
Nunca fui carteiro pra querer ver selo;
Nem trator pra abrir estrada pra ninguém.
Nunca quis ser o primeiro nem o último,
Mas adoro costas em pelo.
Não procurei ser majestoso.
Até tentei viver o cult-fútil...
Se com nenhuma deu muito certo,
sempre cheguei perto
De ser pra sempre o mais gostoso.
E no fim,
Deu certo pra mim...
E, mais além,
Mesmo sem dar em cima de ninguém,
O que sempre procurei ser, ainda sou:
Nem o melhor, nem o mentor.
Sou o que todo vovô quer:
Só um velhinho muito amistoso
Procurado por muita mulher
E ainda chamado de Coroa Gostoso.
Eugênio Ramos 06.02.2022
Praia de Manguinhos
Olhei o mar a movimentar
Era beleza em cada andar
No mergulhar senti sal
Sal do sabor da natureza
Do navegar nas sensações
Marcadas em uma tarde linda.
Ah! Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco praia, carro, jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco
Era um entardecer de céu avermelhado
Na Praia de Abaís
Findando fevereiro
É carnaval, é emoção
É saudade
Dos pierrots, colombinas e arlequins
Do Abaísanas
Da alegria dos foliões
Abram alas para o amor
O calor e as cores de verão
Na beira do mar
O bar do pescador
Água de côco, aratu e moqueca peixe
O melhor lugar é aqui...
...ABAÍS.
GOSTEI...
Fui a praia no domingo
Sem ter nenhum compromisso
Joquei bola, caminhei
Fiz tudo que foi preciso
Depois sorrir e falei
Gostei de ter feito isso.
Viajei para Lisboa
Nunca me senti omisso
Fui ao museu, belas artes
Assim abrir meu sorriso
Depois falei pra quem vi
Gostei de ter feito isso.
Voei para a Argentina
Nunca fui de andar liso
Fui um passeio em Górdoba
Fiz ali um compromisso
Voltei, sorrir e falei
Gostei de ter feito isso.
Esta chuva vai passar, olha para o céu, lá no horizonte; amanhã fará sol e vai dar praia.
Ricardo Baeta.
Não olhe para trás
Não cutuque a ferida.
Não afogue na dor
Não morra na praia .
Tenha coragem
Seja forte.
Sempre, sempre
Siga em frente .
Sempre estará ali
No seu coração
Que te motiva
E um dia, segurou sua mão.
Eu quero ver os teus pés que afundam na areia da praia,
vindo em minha direção, correndo para um abraço.
Que o vento que bagunça os teus cabelos seja
substituído pelas minhas mãos, mas que eu nunca
tome o lugar desse teu universo particular, pois sei
que é a tua paz.
Quero ser um complemento da tua felicidade, não quero ser tudo.
Que você possa deitar em meu peito e dormir tranquila, como quem deita
sobre a grama olhando o céu limpo ou estrelado e sinta liberdade, mesmo
que por vezes sinta-se aprisionada ao meu amor.
Chega, deita e fica.
Por uma hora, por um dia, pra vida inteira que também pode ser um
instante eternizado em nossa alma.
"Verão"
Batendo a estrada em paralelos
Gastando as solas dos sapatos
Rumo à praia fluvial de Fornelos
Descendo por vinhas e socalcos.
Por estrada de frondosos castanheiros
Descendo por carreiros até ao rio Aguilhão
Que em dias de grande estio refrescam
Nossas caminhadas em tardes de Verão.
Sol escaldante em terras durienses
De verdejantes relvados bem tratados
Num ventre de águas transparentes
Em correrias de tilintares soluçados.
Espraiado em penhascos e vinhedos
Numa bela orquestra de cachoeiras
Por encostas e campos cultivados
Entre penedos e silvados de amoreiras.
Vou ali e já venho
Gastar as solas ao descer
Até à praia fluvial de Fornelos
E do meu mergulho tirar prazer.
Hei-de depois esticar-me ao sol
A bronzear-me na relva um pouquinho
A beber um ice tee fresquinho
Ou a comer um geladinho.
Quando o fim do dia acontecer
E a casa de novo regressar
Tentarei o prazer do luar
Na frescura da noite a passear.
Viver ou morrer?
Há coisas que fazem
Minha solidão
Caminhar na praia
Sonhar no colchão
Eu já não sei o que fazer
Viver ou morrer?
Meu choro é sincero
Um chá pra dormir
Sem apologias aqui
Eu gosto de você
Mas gosto mais de mim
Caminhos que não se cruzam
E não tem fim.
Por vezes...
Deboche é minha praia
Vez em quando tiro as vestes
Nua, de educação
Nua de bons modos
E não me venham com cara de bom moços
De gente de alma podre
De gente cheia de não me toques
Demagogia, hipocrisia...
Tô pedindo passagem
Meu trem, não para em qualquer estação !
04/12/2021
Até o fim
Nuvens plúmbeas no céu.
Gaivotas em voos rasantes.
Vem as ondas beijar a praia.
Nada mais agora é como era antes.
O sol não madruga mais.
O vento sopra ou não sopra... tanto faz.
A chuva cai alaga ruas, campos, jardins.
Ou não cai... seca tudo.
Racha-se em pedacinhos a terra seca.
Não há alma que não se esmoreça.
Tudo tanto faz... como tanto fez...
Quem foi que assim fez?
Somos só e somente só um contorno nas mãos de um escultor que os criou do pó.
O que tem de vida dentro de mim
Conseguirá respirar até o fim?
BÁRBARA GOMES DA SILVA
Que dia complicado. Sua foto na praia. Estava linda, mas estava com ele. Pelo que vejo, está feliz. Isso que importa.
Essa crise de ansiedade está me consumindo. Não ter você é tão difícil.
O quanto eu te amo realmente não dá pra explicar. Não queria estar aqui.
Não tenho chão.
Não tem sido nada fácil. Eu só queria o seu abraço e o seu cheio. Já não aguento mais chorar escondido.
Mas vai passar
22/06/2022
Certa vez uma mamãe tartaruga botou vários ovos enterrados na praia para chocarem.
Passaram-se alguns meses e nasceram vários filhotinhos, e todos eles correram rapidamente para o mar.
Alguns filhotes conseguiram de uma vez só entrarem lá, entretanto, outros bateram com a cara em alguns pedras que havia no caminho, machucando-se, então, no meio deles, uma tartaruguinha exclamou:
-Meus irmãos, esse caminho é muito difícil! Vamos dar meia volta e outro procurar.
As que ficaram lá tentaram novamente, outra vez fracassando, então, no meio delas, outra tartaruguinha exclamou:
-Por que nossos irmãos conseguiram e nós não?!
E lá ficou parada reclamando.
As tartaruguinhas que não ficaram paradas reclamando ou desistiram facilmente tentaram mais um vez, assim, conseguindo entrar no mar.
JÁ "ERAS"
Velha barraca de praia
Nem conheci de quem era
Vem outra linda e formosa
Bom cabra não foge à raia
Virá uma nova era
Que seja séria e jocosa
Aqui em futura baia
Já em compasso de espera
Pra outros dedos de prosa.