Versos de pensamentos
VERDE.
Quando se ouve um trovão
dos vocais da natureza
é sinal que a irrigação
vai suprir nossa represa
e quando chove no sertão
a riqueza vem do chão
e é servida em nossa mesa.
Quem vive da plantação
no peito tem a certeza
daquele que ara o chão
não falta nada na mesa
quem é filho do sertão
é herdeiro da natureza.
Há um ar de tristeza quando chove
Frio, saudade e muta solidão
É uma melancolia que nos absorve
Nessa úmida desolação
V- iver é muito diferente de apenas
E- xistir, como é bom poder
R- ir e chorar! Ser por querer
O- melhor da vida é se expressar
N- avegar no mais profundo do
I-nconsciente,vivendo o presente. E
C- rer que o nosso existir de
A- manhã será um novo Ser. Seja
Venho de um povo valente
dos valores culturais
sou da terra do Oxente
dos sofrimentos reais
em cada passo temente
tenho medo da enchente
mas da seca eu tenho mais.
Se adormecer
Contive-se a angústia
Renascida em mim
Ao despertar,
Não teria quê remediar
A melancolia que sinto
Ao acordar.
Nada é fácil de ser conseguido, há que se trabalhar muito para obter sucesso e mesmo assim nem sempre ele vem. O que vale é ter lutado, a vida é luta diária.
O OLHAR.
O cuidado é essencial
é a fonte pertinente
não seja individual
fique na linha de frente
a tempestade é igual
mas o barco é diferente.
FOCO.
O Brasil não se acovarda
firme na sua conduta
seja de jaleco ou farda
tem a força absoluta
quem pode se resguarda
quem não pode vai a luta.
Meu nordeste brasileiro
das praias e da cultura
da barra de rapadura
da sanfona e do pandeiro
do pescador e do vaqueiro
das quadrilhas de são joão
do sol quente de verão
do cuscuz amanteigado
desse povo abençoado
e de Luiz rei do baião.
Nordestino quando some
foge da seca medonha
na distância nada come
muito faz e pouco sonha
mas honrado seja o nome
passa frio e passa fome
só não vai passar vergonha
O mundo prossegue,
Difere-se dele meu sentimento
O coração que te entregue
Se presencia alvacento.
O reflexo de meu olhar
Entrega também este vazio
O amor que viste pairar
Chora ao infinito um rio.
Não há sequer
Dentre tantos e poucos
Afável como tu podes ser,
Conquanto discordem outros.
Em tua risada,
Perdoe, vejo-me horas
Esta inquietação por tu causada
Desde teu olhar mais que mil auroras.
Nessa terra nordestina
onde a chuva pouco vem
cada poço é uma piscina
que o destino nos convém
nosso povo segue a sina
e o nordeste desatina
sem ajuda de ninguém.