Versos de Loucura

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Caminhos (Walmir Palma)

Há o de ida.
Sabe- se o que se quer.
Quando o verbo é ir, ficar não releva.

O de volta,
É o que se colhe na busca
Compreender a espera.

Atalhos a mente cria,
Para os passos ou não.
A imaginação é guia.

Impulso e reflexão.
Dois motores da vida
Eis a loucura e a razão.

Você diz que sou louco
Porque acha que não sei o que você fez
Mas quando me chama de amor
Eu sei que não sou o único

Por que tem pessoas que aparecem assim de repente e mexem com nossa mente, Mesmo você estando bem consistente se sentindo plenamente, te abala emocionalmente e te deixa impaciente, com um toque de descrente com um gostinho
De querer mais.

Queria não te querer...

Você bem que avisou
Eu achei que dessa vez seria diferente
Que eu saberia me controlar
Não me envolver
Seria só um caso com alguém que já tem alguém
Mas a quem eu queria enganar?
A mim? Ou a você?
A você...
Porque eu já sabia...
Depois daquela nossa conversa
Sabia que já tinha passado do ponto de não me encantar
Os beijos já não eram mais só beijos
Tinha algo a mais
Além do desejo
Das loucuras que fazemos
E daquelas que ainda só imagino

Apostaria que você sente o mesmo
Mas não sou de apostar
Prefiro sentir
Sinto que você sente o mesmo
Mas do que me vale, se não admite nem pra você mesma?
Acho que chega de escrever...
Chega de querer não querer
No momento,
Queria mesmo
Não querer
Não mais te querer

“Grande parte das pessoas abrem

mão do amor próprio (geralmente

não tem) para amar alguém. Amor

de verdade não vem com

sacrifício e nem sofrimento. Pois

se você lutou, tem alguma coisa

errada, amor não é luta, não é

uma conquista barata é um

encontro de alma. Se você entrou

nesta loucura, não reclame pois

este será o caminho para o eterno

sofrimento!”

Você

Você passa como uma saudade,
de repente e nostálgico,
em meu coração surge uma dor,
uma dor ruim, uma dor de amor...

Minha dor é forte,
Parece a minha morte.
Mas por que sinto isso?
É um castigo?

Eu sei que é ilusão,
mas essa dor é de rejeição,
sua rejeição que me causou
uma depressão de terror.

Quando falou que não me queria,
uma tristeza se alojou em mim,
e a frustração que senti,
foi horrível, sei que sim...

O meu delírio por ti acabou,
O valor que eu sentia também,
Sua sedução foi embora,
Com a sua sombra que me acompanhava há horas...

Minhas janelas agora são fechadas,
Para que a ventania não bagunce meu coração,
e que o sentimento que eu tinha por você,
volte com mais paixão...

Você não existe mais,
existe, mas não do modo que pensei,
eu sei que é loucura,
mas eu te amo e te odeio, meu bem...

Mero sonho mortal

Atrapalho-me quando vejo teus olhos,
entristeço-me quando eles choram,
alegro-me por saber que é de alegria
esqueço-me a distância.
Sinto-te cada dia mais perto,
Acanho-me com a sua chegada
suspiro com sua presença
Enlouqueço com teu carinho
desespero-me com a sua partida!
Reajo contra o destino
arranco-te sorrisos bobos
daqueles que menos esperei.
Lugares que íamos para ver o tempo passar
O tempo passou e não estamos mais lá,
Lembro-me do vento em seus cabelos.
Lembro-me da visão imperial que tinha.
Meias rasgadas provocando a visão
Teu cheiro doce esquentando o ar
Tua calma e velocidade a me sequestrar
É difícil definir a loucura
Pois intensa vontade é uma forma de enlouquecer.
A companhia, a estadia, a inocência perdida.
Há certas culpas que adoraria não ter.

Corações bons sofrem por mentes gananciosas,
Não falei das flores pois prefiro rosas,
Sua beleza exalta más o espinho corta,
E no fim o começo já não mais importa,
A vida é ciclo de ilusão onde a visão é sempre torta,
Distorcemos sem noção de quem nossa palavra toca,
O motivo do escrito nem sempre é dor e tristeza,
E a busca por respostas vem da nossa própria natureza,
Após a reflexão temos noção do que é clareza,
Beleza? é relativo, tudo é ponto de vista,
Ver no fim um recomeço, o sol nascendo, um novo dia!

Dizem que sou louca
Que o amor é cego
Que eu estou perdida
Que isso é um mistério
Que eu já não me importo com minha própria sorte
Que acredito, te perdoo, sempre volto
E que não mereço essas horas que me roubas

⁠Este chão não me é chão
É da solidão, um labirinto
De uma louca em aflito
Que se aflige em perdição

Clamo então, por redenção
Por um viver distinto
Em outro plano, outro recinto
Que me permita a aliteração

Como me falta a esperança!
Como me abusa a ânsia!
Nesta maldita terra de intemperança

Na mazela-circunstância
Deito e durmo na lembrança
De ser feliz, mas à distância

Sou louca
Louca por ter a maior sorte do mundo em ser louca


Loica por fazer loucuras
Louca por contagiar minha coragem de ser louca
Louco por reagir a uma sociedade decadente e doente de louco
Louca por não seguir padrões sociais
Louca por não deixar de ser quem sou, louca
Louca, pode-me chamar que ficarei alegre em ser louca


Louca pelo prazer da loucura, então prefiro ser louca
Louca por sonhar acordada e criar a minha realidade de louca

Louco é ter a liberdade de ser louco e não ser um estranho no ninho dos loucos.

Inserida por Eurekah

Revolução soa muito romântico, vocês sabem, mas não é. É sangue, culhão e loucura; é menininhos mortos que ficam no caminho, menininhos que não entendem porra nenhuma do que está acontecendo. É a sua puta, a sua mulher rasgada na barriga por uma baioneta e depois estuprada no cú enquanto você olha. É homens torturando homens que costumavam rir com as historinhas do Mickey Mouse . Antes de você entrar nesta coisa, decida onde está seu espírito e onde ele estará quando a coisa tiver terminado. Eu não acredito que nenhum homem tem o direito de tirar a vida de outro homem. Mas talvez mereça um pouco de reflexão antes. É claro, a porra é que eles têm tirado as nossas vidas sem disparar um tiro.

Prefiro morrer deitado a mais de 140km/h em cima de uma moto do que deitado em uma cama de hospital há mais de 140 dias!

A loucura é a incapacidade de comunicar suas idéias. Como se você estivesse em um país estrangeiro, vendo tudo, entendo o que se passa a sua volta, mas incapaz de se explicar e de ser ajudado, porque você não entende a língua que falam ali. Todos nós já sentimos isso. Todos nós, de um jeito ou de outro, somos loucos.

O que é que uma pessoa diz à outra? Fora “como vai?” Se desse a loucura da franqueza, que diriam as pessoas às outras?

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica “Brain storm”.

...Mais

Meu medo não era o de quem estivesse indo para a loucura, e sim para uma verdade.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Se eu não fosse louca ou chata, estaríamos juntos. Mas quando quero contar uma cena de loucura ou chatice minha, não lembro exatamente de nenhuma que não tenha sido provocada pela sua loucura e chatice. E quando quero lembrar da sua loucura ou chatice, não lembro exatamente de nenhuma que não tenha sido provocada pelas minhas. E de fato, não acho nada louco ou chato.

EU NÃO ENTENDO! Por medo da loucura, renunciei à verdade. Minhas ideias são inventadas. Eu não me responsabilizo por elas. O mais engraçado é que nunca aprendi a viver. Eu não sei nada. Só sei ir vivendo. Como o meu cachorro. Eu tenho medo do ótimo e do superlativo. Quando começa a ficar muito bom eu ou desconfio ou dou um passo para trás.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por joakinasoares

(...) a mesma mansa loucura que até ontem era o meu modo sadio de caber num sistema. Terei que ter a coragem de usar um coração desprotegido e de ir falando para o nada e para o ninguém? Assim como uma criança pensa para o nada. E correr o risco de ser esmagada pelo acaso.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por natxalinha

Uma vitória louca, uma vitória doente. Não era amor. Aquilo era solidão e loucura, podridão e morte. Não era um caso de amor.

Inserida por jubsleu