Versos de Esperança
Hoje eu acordei com o universo em mim, milhares de palavras se aglomeravam na construção de novas ideias, formando os mais belos cânticos de celebração de diversos sentimentos ambíguos e paradoxais. Mas a cotidiana e rotineira obrigação exauriu-me de tal modo, que meu vasto universo se encolheu e transformou-se em um ínfimo grão de areia.
O tempo é como uma instituição finaceira onde fazemos todos os nossos investimentos, desde o nascimento. A taxa de manutenção cobrada é altíssima; sua juventude, saúde, sua vida. Então não perca tempo, invista alto, busque e alcance seus objetivos, sejam eles quais forem; amor, filhos, sucesso profissional. Porque o valor cobrado pelo tempo será o mesmo, ainda que você nada faça ou nada queira.
Pior que reconhecer as nossas falhas, é conviver com pessoas que no nosso lugar, jamais falhariam. É necessário paciência, acima de tudo, para manter-se em harmonia no convívio social.
As ideias são como imagens formadas por peças de um quebra-cabeça. A genialidade decorre da formação de uma imagem nunca antes vista.
Os limites do universo esbarram nos muros do conhecimento. Se eu consigo entender que cada ser possui seu próprio universo, conhecer e aceitar as diferenças entre o meu e o deles, o quanto mais heterônomas sejam, à medida que interajo com outras pessoas mais amplio o meu universo, pois os meus muros nunca estarão no mesmo lugar.
Então, aprendi a controlar a língua e a mascarar minhas feições de modo que ninguém pudesse jamais ler meus pensamentos.
Eu, que sou um cometa viajante, já fui uma estrela brilhante, estacionada a esmo em uma das minhas vazias existências.
Enquanto a minha alma grita e o meu corpo queima, pela angústia das lembranças dos seus braços fortes, e do toque suave da sua mão na minha nuca enquanto seu corpo de macho pressiona as minhas coxas, e as nossas respirações, ofegantes, aceleram cada vez mais no ritmo do prazer, a minha dor e satisfação é que eu sei que você nunca vai saber, que eu só precisava ouvir a sua voz e te sentir, mais uma vez, por toda minha vida.
Eu quero uma desilusão, daquelas que o peito arde e faz sufocar. Quero uma desilusão que me dilacere a alma, que me faça perder o sentido e a razão, que me faça contorcer de dor pela falta da mesma mentira contada todos os dias. Quero me perder de mim, duvidar dos outros, mergulhar numa genuína solidão, onde não haja nada, nem mesmo eu. Quero buscar perguntas sem respostas e olhar apenas para o vazio deixado pela ilusão arrancada. Quero perde a fome, a alegria, o prazer, a fé, a humanidade, e o desejo de ser feliz novamente. Eu preciso de outra ilusão.