Versos de Despedida
Oziel,
Deus te abençoe!
Foi ótimo ter trabalhado com você, mesmo que por pouco tempo.
Sucesso na sua caminhada.
Oziel,
Desejo muito sucesso!
Que você continue sendo essa pessoa agradável e receptiva.
Adorei trabalhar com você.
Oziel,
Desejo toda sorte de bençãos a você, em sua nova caminhada.
Que o Senhor guie seus passos e direcione suas decisões.
Abraços,
GENIVAL LACERDA
Partiu hoje sem aviso
Forrozeiro Genival
Céu agora tá em festa
Só a gente ficou mal
Com Sivuca e Gonzagão
Vai ter festa de montão
Até Deus tá de alto astral
Assim como o sol se põe
Pôr da vida será fado
Só quero na hora
Ter meus filhos a meu lado
Apertar as suas mãos
Depois fechar a visão
Dar adeus a meus amados
Se tivesse um dia só,
que é que você faria?
Planejar e só pensar
já não adiantaria.
Beijaria o seu filho?
Vagaria de andarilho?
Que vida cê levaria?
Se tivesse um dia só,
que é que você diria?
Mediria as palavras?
Pecado, confessaria?
Faria longo discurso?
Falaria do seu curso?
Que palavra cê diria?
E o dia vai veloz,
não dá pra ficar parado,
nem pra só se preocupar
com algo que está errado.
Só falta mais uma hora,
pensa, pensa, e agora?
Relógio acelerado.
Amanhã já será tarde
Quero logo te dizer
Falar que te amo tanto
E te fazer perceber
E quando a porta fechar
E quando a vida passar
Esperar pra te rever
Guardei momentos lindos
O resto joguei fora
Guardei do riso
O mais lindo sorriso
Da boca o que dela foi preciso
O resto joguei fora
Guardei o silêncio do aconchego
O eu te amo, te desejo
O barulho do seu beijo
O resto joguei fora
Guardei e muito bem guardado
Tudo que me foi doado
Em cada toque compartilhado
O resto joguei fora
Guardei momentos lindos
O resto joguei fora.
Cacofonia
Enquanto te espero
Não realizo o que quero
Melhor deixar-te partir
Sei bem por onde eu quero ir
- Eu pensei que nunca mais te teria!
Olhos nos olhos.
Respiração ainda ofegante.
Nenhuma palavra.
- É, infelizmente não te tenho mais mesmo, concluiu ele. Alguns amores reclamam uma cerimônia fúnebre.
Só isso.
Sem epitáfios.
Com a face temperada de choro ele se despede enquanto abre a porta.
Não quer demonstrar tristeza ou fraqueza já que este era o último adeus.
Ele a ama e sabia que precisava abrir a porta para seu amor poder ir embora.
Ato mais nobre não conheço, abrir mão do objeto de seu amor para demostrar ao mesmo que continua amando...
Mal sabia que durante o próximo semestre praticamente deixaria de existir.
É mais fácil quando não sabemos a dor que podemos causar.
É mais fácil continuar quando é a gente quem vai embora.
A canção de quem fica é sempre a mais triste.
As memórias são mais difíceis de esquecer.
Ele ainda ama, por isso a porta continua aberta.”
Eu olhei a tristeza nos olhos e acolhi a sua presença.
Quem sabe ela só precisasse de um ouvido generoso.
Eu olhei a tristeza nos olhos e a abracei demoradamente.
Quem sabe ela me abraçasse também.
Sentir um pouco de tristeza é fundamental para provarmos nossa humana capacidade de reinvenção.
Seria ela um sopro de felicidade em fase de germinação?
Eu olhei a tristeza nos olhos e encarei-a com esperança.
Dei-lhe um ombro macio e pedaços novos de velhos sentimentos.
Despedimo-nos. De mim, nada levou.
Eu olhei a tristeza nos olhos e a deixei ir.
Até a tristeza precisa de um adeus para partir...
Eu olhei a tristeza nos olhos e sorri.
Tudo aquilo que tu perdes quando estás a despedires permanece em tua alma, tua mente e em teu coração. Mas veridicamente , nada que tu vives no presente, jamais voltarás a viver novamente de tal forma como fora dantes. Ou seja, todo até breve que receberes, entenda como um absoluto "adeus".
161222II
Tudo aquilo que se perde quando estás a despedires, permanece aprisionado na alma e na mente, retido sutilmente em nossos corações.
071223
Alguém que queria se comunicar com essa dimensão, resolveu nos enviar mensagens de orientação, uma espécie de mapa.
Essa foi a estratégia mais perfeita que eu já conheci. Por saber que temos preguiça de ler livros inteiros, nos foi dada a oportunidade de lermos e ouvirmos mensagens e respostas.
Por isso, para mim, pessoas não são meramente pessoas, são mensagens e tentativas de conexão; e por se tratar de um território ainda em progresso, haverão ruídos.
É melhor prestarmos mais atenção, antes que as mensagens tão caprichadas se acabem.
Sergio Junior
SONETO DA PARTIDA
Ao despedir do cerrado, central sertão
na noite, eu deixarei a luz da lua acesa
a minha admiração posta, fica na mesa
e as lembranças largadas no árido chão
Os cuidados, ao pai, deixo minha certeza
que o bem é mais, mais que a ingratidão
que a vida com amor é repleta de razão
e que o sono só descansa com nobreza
Talvez sinta falta ou talvez só indagação
o que importa foi a história com clareza
e paz que carrego no adeus com emoção
E nesta canção de laço e fé no coração
a esperança na bagagem, única riqueza
se parto, também, fica a minha gratidão
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
Será que tive que cruzar o oceano para encontrar você?
Será que fui tolo de me declarar sabendo que não poderia te ter?
Sera que nosso fio vermelho é tão forte ao ponto de não se romper?
Queria querer estar com você, mas me impede a certeza pois tão grande é a dureza de ter que sofrer.
SE UM DIA
Se um dia você partir...
Ainda sim
posso dizer que tenho um local
de onde eu derrame minhas
lágrimas ao mar.
Se houver esse dia
não quero estar sozinho.
Quero ter somente a lua
como testemunha.
Porque quando chegar a noite
e olhares para os céus
a lua não te negará a verdade...
O artista não morre se transforma em fração do infinito...
- Maestro Guilherme Vaz
POR AQUI PASSOU UM LOBO SOLITÁRIO
Quatro da tarde
O pranto indígena em prece
A dor açoita. O vento arde
O silêncio cresce, sem meça
Do choroso canto à parte...
Junta-se o coração em pedaços
Em sentidos lamentos à la carte
Gemidos partidos, sublinhados em traços
Do travador, mestre, da saudade em encarte.
“Por aqui passou um lobo solitário.”
Não foi mais um, foi um! Foi arte!
... foi vário.
“Ele está em todos lugares e em lugar nenhum.”
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
ao primo Guilherme Vaz.
TRISTE MENINA
Chora cá a tua morte pra eternidade
os soluços que assim a memoraram
as lágrimas arrancadas não secaram
nos carecentes campos da saudade
Aflitiva entre as aflitas a tua verdade
molesta por todos faltos que faltaram
as tuas consumições nunca cessaram
na tua meiga e agitada sensibilidade
Então, sonha aí, posta na conciliação
no teu moimento da campa santa
agora pode aquietar o teu coração
Dorme, na graça e na união Divina
dói n’alma o silêncio que agiganta
ide em paz, saudosa, triste menina!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/11/2020, 11’23” – Triângulo Mineiro
Sétimo dia da Páscoa da prima Flávia Magalhães Nogueira