Versos de Consolação

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...me consola, moço.
Fala uma frase, feita com o meu nome,
Para que ardam os crisântemos
E eu tenha um feliz Natal!...

O homem sem constância não pode ser consolador nem médico.

A imaginação oferece às pessoas consolação por aquilo que não podem ser e humor por aquilo que efectivamente são.

A imaginação consola os homens do que não podem ser; o sentido de humor consola-os do que são.

O ser humano consola-se com muitos amigos, quando não encontrou nenhum.

A religião como fonte de consolação é um obstáculo à verdadeira fé; nesse sentido, o ateísmo é uma purificação.

A vida ensinou-me que ninguém é consolado, sem que tenha primeiro consolado outros; que nada recebemos, sem que primeiro tenhamos dado.

Os velhos gostam de dar bons conselhos para se consolarem de já não estarem em estado de dar maus exemplos.

Consolação é o fato de saber que alguém melhor que nós está mais infeliz do que nós.

Não há maior consolação para a mediocridade do que o fato de o gênio não ser imortal.

As lágrimas de piedade consolam quando é um amigo que as derrama.

Longe um trinado.
O rouxinol não sabe
que te consola.

A verdade que fere é pior do que a mentira que consola.

...é certo, se isso lhe serve de consolação, que se antes de cada acto nosso nos puséssemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-los, para congratular-nos, ou pedir perdão, aliás, há quem diga que isso é que é a imortalidade que tanto se fala....

Um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).

Tão carente que só o amor de todo o universo por mim poderia me consolar e me cumular.

Clarice Lispector
A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.

Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade deste acto não será demasiada para nós? Não teremos de nos tornar nós próprios deuses, para parecermos apenas dignos dele? Nunca existiu acto mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte, mercê deste acto, de uma história superior a toda a história até hoje!

Refugio-me nas rosas, nas palavras. Pobre consolação. Estou inflacionada. Não valho nada.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Na almofada do mal é Satã Trismegisto
Quem docemente nosso espírito consola
[...]
É o Diabo que nos move e até nos manuseia!

O casamento é o mesmo medo partilhado, a mesma necessidade de ser consolado, a mesma vã carícia na escuridão.