Versos de Amor entre Primos
O amor é uma carta, mais ou menos longa, escrita em papel velino, corte-dourado, muito cheiroso e catita; carta de parabéns quando se lê, carta de pêsames quando se acabou de ler. Tu que chegaste ao fim, põe a epístola no fundo da gaveta, e não te lembres de ir ver se ela tem um post scriptum...
Fidelidade! Ainda hei de analisá-la um dia. Entra nela o amor da propriedade. Há muitas coisas que jogaríamos fora, se não temêssemos que outrem a pudesse aproveitar.
Parei, talvez, de odiar o amor. Mas o amor, na verdade, ficou lá. Duro que nem pedra. Daqueles que não vão embora nem com reza brava. Amor adolescente, pensei. Com certeza, se eu virar mulher, esse amor bobinho passa. Amor de menina boba. Tratei, então, de virar mulher. Quem sabe mudando de casa, esse amor não se mudava de mim? Nada feito. Casa nova, cama nova, novas contas pra pagar. E o mesmo coração idiota. O mesmo amor de sempre. Coisa chata, não?
Jogue tudo fora, mas principalmente esvazie seu coração, fique pronto para a vida, para um novo amor. Lembre-se somos apaixonáveis, somos capazes de amar muitas e muitas vezes. Afinal de contas, nós somos o amor.
É preciso que a leitura seja um ato de amor.
Amar é o mesmo que exercitar-nos na simplicidade. O amor não complica, porque seu único desejo é resolver.
O amor é sempre paciente e generoso. Nunca é invejoso, não é rude nem egoísta. Não se ofende nem se ressente, mas se regozija com a verdade.
Nota: Adaptação de 1 Coríntios 13:4-7.