Versos de Amar
Não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não me contento com a metade. Não serei sua meio amiga e nem te darei meu quase amor.Detesto coisas mais ou menos, não sei amar mais ou menos,não me alimento de quases. É tudo ou nada.Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.
Amar é sorrir por nada e ficar triste sem motivos, é sentir-se só no meio da multidão, é o ciúme sem sentido, é ser feliz de verdade.
Eu chorei porque eu te amo mas eu não sei amar. Eu chorei porque eu sempre canso de tudo e tudo sempre cansa de mim. Chorei de cansaço profundo de sempre cansar de tudo e tudo sempre cansar de mim. Chorei de apego ao cheiro do novo e principalmente de melancolia pelo cheiro do velho. E chorei porque tudo envelhece com novos cheiros e a vida nunca volta. Eu chorei de pavor da rotina, de pavor do fim, de pavor de sair da rotina e começar outros fins.
Eu não entendia, não entendo e nunca poderia entender – veja bem, ela dizia me amar. Sim, claro, eu sou uma doente mental que acredita no que nos dizem...
Amar dói tanto que você volta a lembrar que existe algo maior, você se lembra de Deus, você se lembra de vida após a morte. Amar dói tanto que você fica humilde e olha de verdade para o mundo, mas ao mesmo tempo fica gigante e sente a dor da humanidade inteira. Amar dói tanto que não dói mais, como toda dor que de tão insuportável produz anestesia própria.
Amar não acaba. É como se o mundo estivesse à minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera.
Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Nossa capacidade de amar é limitada, e o amor infinito; este é o drama.
Eu sou o antes, eu sou o quase, eu sou o nunca. E tudo isso ganhei ao deixar de te amar.
Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Uma solidão de artista e um ar sensato de cientista… tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.
Que mérito há em amar os que nos amam?
Nota: Trecho de "A Morte de Jesus", texto originalmente publicado no jornal 'A Revolução de Setembro' (1870). A frase é uma referência clara à Bíblia: Link
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