Versos de agradecimento

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⁠" ERRADO "

-“Mas, olha… Tá fazendo tudo errado
e tens, tu, de mudar esse teu jeito!...
Esse quem és precisa ser refeito
pra gente ver, por fim, o resultado!”...

Se repararmos bem, é mesmo aceito
que é da mulher querer mudar o estado
do homem que puser-se do seu lado
e for por companheiro do seu leito!

Parece instinto, sina, maldição
querer ser mãe do outro na edição
em vez de ser por cúmplice e parceira…

Ninguém muda ninguém, é este o fato,
a menos que o outro queira, é o que constato!
De resto, vai esperar a vida inteira!

⁠" DISTANTE "

Se foi! Distante vai na longa estrada
e já não tem mais volta ao que antes era!
Se fez simples momento, uma quimera
a ser posta de lado e abandonada!

Deixou, como registro nessa esfera,
resquícios, cicatrizes da jornada
porquanto a alma inquieta, ali, marcada,
neste abandono insiste, em triste espera.

As gotas de um riacho correm, leves,
cientes que os instantes curtos, breves,
não mais retornarão ao leito de águas…

Distante vai, na longa estrada, o amor
deixando, aos lábios teus, o dissabor
e o gosto tão amargo de tuas mágoas!



@poetaesoneto - @s.juniorpaulo
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⁠" IMAGINÁRIO "

Eu busco, no prazer do imaginário,
o encontro de nós dois, a qualquer dia,
e vivo, ali, tão doce fantasia
mantendo o amor presente por cenário!

Vivemos, do desejo, essa magia
irreverente, de um querer diário,
sem restrições quaisquer! Pelo contrário:
em liberdade plena, audaz, bravia!

Te entregas como entrego-me: sem medo!
Deixamos que o prazer nos dite o enredo
e cumpra o seu destino nos traçado…

No imaginário, eu busco-te à vontade
porquanto esse querer me toma, invade,
e, ali, gozamos todo o amor arfado!

⁠" A PRESA "

De sonhos, cá se vive… De ilusão,
de medos, de esperanças, de saudade,
te afetos, de querer, fraternidade,
do que se nutre e quer o coração!

Se vive de desejos, da maldade,
de arroubos, infundados, da paixão…
De gana, de vontades, de ambição
ou tudo o mais que der felicidade.

Assim, em vez de sermos, nós, pensantes
tornamo-nos foi seres, sim, amantes
que vivem do que amam nesta vida…

Se busca o que nos nutre todo anseio,
por birra, por loucura ou qualquer meio
até se ter a presa pretendida!

⁠" VEREI? "

Verei, de novo, a noite enluarada
silenciar-me a alma em seu suspiro
e despertar-me à carne outro vampiro
no veio da poesia em mim sangrada?

Debruçarei por sobre o sol no giro
de um ano a mais na solitude dada
ou deixarei que a luz da madrugada
descanse em mim o verso em que respiro?

Contemplarei, de outra nudez, o encanto
ou, da paixão, a voz em acalanto
chamando-me à união uma vez mais?

De novo, já nem sei se o esplendor
verei, de reluzente e incauto amor
a se atracar no escuro do meu cais!

⁠" ASSIM "

Por certo foi amor expresso, escrito,
notório em teu sorriso, ali, discreto…
Te despertou, para outro alguém, o afeto
e um sentimento nobre, enfim, bonito!

Não haveria, eu, posto em secreto,
de abençoar-te o amor, raro, infinito,
que liberou, de outra paixão, o grito
e pôs-te o pé em tão feliz trajeto?

Contente fico aqui de ver-te bem
quer mesmo que nos braços de outro alguém…
Completa-se, portanto, a nossa história…

É sempre assim, o amor! Tem seu momento
e aquece-nos em puro sentimento
pra que nos permaneça na memória!

⁠" NOTADA "

Se faz, com graça e charme, ser notada
e não tem como não dar-lhe atenção
se a traz a chama intensa de paixão
assim, tão docemente, apresentada!

Não há quem não se encante da visão
por bela, inebriante, ali postada
e assim se faz, por tantos, desejada
tal como a mim que dei-lhe o coração.

Eu lhe admiro as formas, bem traçadas,
expostas e, com graça, reveladas
sem medo de se expor ao meu querer…

No fundo ela bem sabe da vontade
que, sem pudor algum, me chega e invade
por tanto que lhe tem a oferecer!

⁠" RESERVADO "

Não fugirei do que me for dado em destino
e nem irei, pois, recusar lhe olhar de frente!
Querer barrar-me, bem eu sei, há quem intente
só por maldade, mão de ferro e olhar ferino!

Sou o que sou, sem medo algum, bom combatente,
fiel a mim, já como o fui desde menino,
e piso o chão com pés de amante e peregrino
seguindo em busca do melhor, como é evidente.

Se queres vir seguir comigo nessa estrada
esteja, então, disposta a tudo e apaixonada
das mesmas coisas, mesmos sonhos me ofertados…

Pois, do destino que estiver-me reservado
não fugirei, nem quem comigo pôr-se ao lado,
até cumprir-se o que, no amor, for frutos dados!

⁠" MELHOR IDADE "

Melhor idade? A que tu tens agora…
A que se vive com intensidade,
sem medos, sem receios, com vontade
sabendo que o prazer nos revigora!

Qualquer momento é de preciosidade
e, o instante, é que essa carne comemora
por todo esse querer que, dele, aflora
e que constrói, em nós, a eternidade.

Agora, é o tempo! Viva-o intensamente,
sem grilos, preconceitos, teus, da mente,
sem restrições vazias, sem pudor…

A tua melhor idade, em toda a vida,
a ser intensamente bem vivida,
é aquela em que viveres teu amor!

⁠" SEM "

Foi longo o tempo sem de um terno abraço,
sem beijos, sem carinhos, sem paixão,
sem de outro corpo a fim de uma união
que, do viver, tirasse esse cansaço.

Sem compromisso… Alguém… Só solidão…
Sem parceria alguma pra um amasso,
nem coxas se buscando num enlaço
nem toques, nem carícias de outro, então…

Foi toda a eternidade sem amor,
sem vínculo qualquer, seja o que for,
nem sonhos, nem encontros… Sem razões…

Um tempo longo, eterno e infinito,
sem preces para o coração contrito,
sem, de qualquer promessa, as ilusões!

⁠" ABATE "

Depois não quer ouvir nenhum gracejo,
cantadas, assobios, piadinha
de quem, por tal vontade, sai da linha
rendido, na visão, por tal desejo!

Se ofende dos olhares que ela aninha
depois de provocar querer sobejo
e segue erguendo as ancas no molejo
até mostrar as barras da calcinha.

Culpado, quem corteja e quem se expõe
no enredo em que, a atitude, se supõe
qual sendo, pois, de caça e caçador…

Quer venha o abate, ou não, no fim das contas,
depois das atitudes, das afrontas,
não se instaurou o vínculo do amor!

⁠" ANELO "

Ao longe vês, o amor, chegando a ti
em seu cavalo branco, então, montado,
e o riso teu se põe emoldurado
nos grossos lábios teus cor de rubi!...

O coração palpita acelerado
como a querer fugir mesmo, de si,
num galopar, qual o corcel, ali,
de encontro ao peito teu enamorado.

Percebes que chegou o fim da espera
tal como a cartomante te dissera
que, um dia, ele viria ao teu castelo…

Chegando vês, de longe vindo, o amor
para atender, de vez, ao teu clamor
e saciar ao que te foi o anelo!...

⁠" LÁ VAI "

Lá vai o amor que sonho, livre, leve,
num caminhar seguro, em alegria,
e leva o meu olhar que lhe cobria
mas que, contar-lhe o fato, não se atreve!

Carrega sua paixão cruel, vadia,
que nunca acaba, morre e nem prescreve
fingindo que virá me ver, em breve,
como o querer em mim lhe fantasia.

Que mal pode fazer-me, então, sonhar
que um dia, assim, virá me visitar
pra, enfim, ficar de vez aqui comigo?...

Vai livre, leve, o amor que sonho, enfim,
passando lá distante, pois, de mim
sequer pensando em dar-me o seu abrigo!

⁠" CANSASTES "

Cansastes, simplesmente! Perceptível!
Não acho nem uma outra explicação
para esse adeus sem causa nem razão
ao que era história rara, bela, incrível!

Qual foi, portanto, a tua motivação,
parece-me, o cansaço, mais plausível!
Estavas numa fase bem sensível
que te feriu, por certo, o coração.

Andar ao lado meu foi cansativo,
sem tréguas, sem paixão, sem lenitivo,
e a decisão tomada foi por isso…

Enfim, cansastes! Sim! De toda a história
e deste um fim no amor, sem qualquer gloria,
restando-me o penar posto em feitiço!

⁠" EU DUVIDO "

Te quero! Mas… Me queres? Eu duvido!
Não tenho aqui cacife ao teu dispor
nem nada além de mim pra te propor,
o que não te parece ter sentido!

Por que darias, pois, qualquer valor
a quem, na vida, só tem padecido
embora, bravamente, resistido
a não se dar, se não for por amor?!...

Deixei meus sonhos todos pela estrada,
os bens, os familiares de jornada,
e só tenho a poesia em companhia…

Me queres, pois, como te quero, enfim?
Duvido! Não há mais valor em mim…
Não sou aquilo que eu já fui um dia!

⁠" ESCOLTA "

Permites que viaje o pensamento
(vai se saber por onde), sem receio,
sem restrições quaisquer, assim, sem freio,
sem dar-lhe prazo ou leis para o momento!

Disfarças, pelas ruas, teu anseio,
teu medo que se perca o sentimento
ou que ele se transforme num lamento
por um qualquer, insano teu, falseio.

O lapso de tempo que isso omite
só faz com que, o temor, teu peito habite
e tira-te a visão do mundo a volta…

Que o pensamento vague, então, permites,
e sem dar, à razão, reais limites
nem vês que o amor, contigo ali, te escolta!

⁠" ARREPENDIMENTO "

Te bate forte o arrependimento,
porém não há regresso nesta estrada
que possa desfazer o mal! Mais nada!
Escrita fez-se a voz do sentimento!

Chorar não deixará a alma lavada,
sequer te livrará deste tormento
de ter a consciência e o pensamento
pesando a decisão que foi tomada.

Te ergas, pois, e siga teu destino
levando o aprendizado e o que de ensino
ficou da história toda deste amor…

Teu arrependimento veio em hora
que não te ajudará chorar agora
e só provocará tristeza e dor!

⁠" TÁ FRIO? "

Eu sou do sol, do céu azul, calor,
da pele exposta ao bronze de verão
e ter, no corpo inteiro, a sensação
da liberdade entregue ao seu sabor!....

Sou eu por lenha seca na paixão
e combustível pronto para o ardor
que se fizer, por chama de um amor,
presente no teor da relação.

Aqueço a carne, o peito, em fiel carinho
chegando como a aurora, de mansinho,
num dia ensolarado sobre a areia…

Tá frio? Chegue mais perto e corra o risco
de se abrasar comigo em meu aprisco
e se embromar de amor na minha teia!

⁠" NASCER DE NOVO "

Se eu não nascer de novo, resta a morte
e o fim de tudo o que foi prometido!
Melhor seria não ter, cá, vivido
do que viver entregue à própria sorte!

Que importa, as intempéries, ter vencido
e ver que me fizeram ser mais forte?
Talvez, para outro alguém, tudo isso importe
mas, para mim, há mais a ser vivido.

Morrer para nascer de novo! Em vida!
É o abraçar da graça recebida
por meio de quem já venceu a cruz…

Me resta a morte, sim, das pretensões
que tomam conta, aqui, dos corações
e o renascer nos braços de Jesus!

⁠" VIDA PLENA "

Libertação: da morte para a vida!
É Páscoa a ser, pra sempre, festejada
e, assim, se ter a história recordada
na graça eterna aqui nos concedida!

Ao anjo, a morte a todos, ordenada
traria, por juízo sem medida,
condenação cruel ali estendida
onde a corrupção fôra instalada.

Mas um cordeiro a ser, pois, abatido
teria sangue, às portas, aspergido
trazendo o livramento e a salvação…

Se sai, assim, da morte obrigatória
pra vida plena, dada por vitória
ao se acolher o Cristo ao coração!