Versos curtos de amor

Um amor-susto. Um amor raio-trovão, fazendo barulho. Me bagunça. E chove em mim, todos os dias.

Eles não tinham nada incomum, exceto os dois olhos, o nariz, a boca e o amor que sentiam um pelo outro.

Que imensa miséria o grande amor - depois do não, depois do fim - reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas. Num bar qualquer, numa esquina da vida.

Ouvi falar de amor como de um crime...

Pra mim tudo tem remédio, só a morte que não. Porque eu aprendi que mal de amor, se cura com o novo amor. Não deu certo com aquele babaca? Tenta com outro.

O “garoto perfeito” não vai simplesmente cair do céu e se apaixonar por você. O nome é amor, não milagre.

O amor floresce como serviço desinteressado, compaixão e bondade. Sem bondade em ação, não há amor.

Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim

"O amor é uma coisa íntima, mas todos nós temos a necessidade de torná-lo público. É a nossa vitória contra a solidão."

Amamos A, amamos B, amamos C, e por alguns nem era amor, e sim entusiasmo, e sabe-se lá de quantos entusiasmos somos capazes.

E subo bem alto pra gritar que é amor.

Em duas ocasiões não sabemos o que dizer: no início e no fim de um amor.

Não sou capaz de amar mulher alguma, o amor da humanidade é uma mentira.

Augusto dos Anjos

Nota: Adaptação de trecho de "Queixas Noturnas" com trecho de "Idealismo"

A paixão é para todos, o amor é para poucos. Paixão é estágio, amor é profissionalização. Paixão é para ser sentida; o amor, além de ser sentido, precisa ser pensado. Por isso tem menos prestígio que a paixão, pois parece burocrático, um sentimento adulto demais, e quem quer deixar de ser adolescente?

(...) Tenham coragem, sejam capazes de amar, mesmo que o amor pareça uma coisa traiçoeira e terrível. Alegrem-se no amor. Alegrem-se na vitória. Sigam o que o seus corações mandarem.

Um amor deve servir de trampolim para nossos saltos ornamentais, não para provocar escorregões e vexames.

É que eu queria um amor novinho em folha. Que viesse de caminhos parecidos com os meus. Que conhecesse todos os lados da moeda do amor e desamor, de lágrimas e sorrisos, dos dias nublados e coloridos. Um amor que viesse de histórias bem resolvidas e terminadas. Vividos até a última gota. Assim como eu. Um amor novinho, inteiro, que viesse pra ficar enfim, para sempre; na minha história...

Afoguei o quase amor que tinha por você e decidi seguir em frente.

Encontrei o amor. Ele não é real, mas que se há de fazer? A gente não pode ter tudo na vida.

É a pior morte, a do amor. Porque a morte de uma pessoa é o fim estabilizado, é o retorno para o nada, uma definição que ninguém questiona. A morte de um amor, ao contrário, é viva. O rompimento mantém todos respirando: eu, você, a dor, a saudade, a mágoa, o desprezo - tudo segue. E ao mesmo tempo não existe mais o que existia antes.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Fora de Mim. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2010.