Versos Curtos da Infância

Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como os outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar das fontes igual à deles;
e era outro o canto, que acordava
o coração de alegria
Tudo o que amei, amei sozinho.

Não quero adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto;
e velhos, para que nunca tenham pressa.

Sou hoje um caçador de achadouros da infância.
Vou meio dementado e enxada às costas cavar no meu quintal vestígios dos meninos que fomos.

Lutei para escapar da infância o mais cedo possível.
E assim que consegui, voltei correndo pra ela.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância

Verbetes

Infância - A vida em tecnicolor.
Velhice - A vida em preto-e-branco.

Meus brinquedos

De repente
Ao lembrar dos brinquedos queridos
Que ficaram esquecidos
Dentro do armário
Me bate uma saudade
Me bate uma vontade
De voltar no tempo
De voltar ao passado
Mas nada acontece
Nada parece acontecer
E eu choro
Choro como o bebê que fui
E a criança que quero voltar a ser
Não quero crescer!

Quando rever é reviver

Preciso reviver, eu bem sei,
mesmo que só na lembrança,
voltar à minha antiga casa,
rever a minha infância
e todos os momentos felizes que lá passei.

Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.

O grande homem é aquele que não perdeu a candura de sua infância.

A religião é comparável a uma neurose da infância.

A infância é a idade das interrogações, a juventude a das afirmações, a velhice a das negações.

Feliz, feliz Natal, que nos traz de volta as ilusões da infância, recorda ao idoso os prazeres da juventude e transporta o viajante de volta à própria lareira e à tranquilidade do seu lar.

A vida é a infância da imortalidade.

Pegamos o telefone que o menino fez com duas caixas de papelão e pedimos uma ligação com a infância.

A vida do homem divide-se em cinco períodos: infância, adolescência, mocidade, virilidade e velhice. No primeiro período o homem ama a mulher como mãe; no segundo, como irmã; no terceiro, como amante; no quarto, como esposa; no quinto, como filha.

O segredo da genialidade é carregar o espírito da infância na maturidade.

Todas as paixões passam e se apagam, exceto as mais antigas, aquelas da infância.

Só havia três coisas sagradas na vida: a infância, o amor e a doença. Tudo se podia atraiçoar no mundo, menos uma criança, o ser que nos ama e um enfermo. Em todos esses casos a pessoa está indefesa.

A vida humana não tem só um nascimento, só uma infância, é feita de vários renascimentos, de várias infâncias.