Poemas curtos de Clarice Lispector

Viver tem dessas coisas: de vez em quando se fica a zero. E tudo isso é por enquanto. Enquanto se vive.

Clarice Lispector
A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto Por enquanto.

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Escrever pensando em leitor é bobagem. Leitor não existe.

Clarice Lispector
Gotlib, Nádia B. Clarice: uma vida que se conta. São Paulo: Ática, 1995.

Nota: Trecho de entrevista com Ziraldo, em 1974.

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Tão poderosa que imaginava ter escolhido os caminhos antes de neles penetrar – e apenas com o pensamento.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
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A gente não cria os filhos para a gente, nós os criamos para eles mesmos.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica As três experiências.

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Voar alto e selvagemente para soltar as minhas grandes asas. Até agora parece-me que eu não voei grande.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
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Eu agora sei pensar em nada. Foi uma conquista. Não pensar significa o contato inexprimível com o Nada.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
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Um lugar do mundo está esperando que eu o habite.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
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Só depois que você morrer é que vou te amar totalmente. Preciso de toda a tua vida para que eu a ame como se fosse minha.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
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Respirar é coisa de magia.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
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Sim, ela era alegrezinha dentro de sua neurose.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
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Em tudo, em tudo você terá a seu favor o corpo. O corpo está sempre ao lado da gente. É o único que, até o fim, não nos abandona.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Crônica Boa notícia para uma criança.

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Mas é que o erro das pessoas inteligentes é tão mais grave: elas têm os argumentos que provam.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Crônica Mas é que o erro…

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Mas se nós, que somos os reis da natureza, não havemos de ter medo, quem há de ter?

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Crônica O cetro.

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Pense que ninguém é uma fortaleza, que nós todos somos apenas humanos e nos ajudamos, pense que não existe uma só pessoa no mundo que não tenha pelo menos uma vez (é pouco uma vez, muito mais vezes) necessidade inclusive de chorar.

Clarice Lispector
Todas as cartas. Rio de Janeiro: Rocco, 2019.

Nota: Trecho de carta à Tania Kaufmann, escrita em 4 de fevereiro de 1957.

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Acontece que sou tão ávida da vida, tanto quero dela e aproveito-a tanto e tudo é tanto – que me torno imoral. Isso mesmo: sou imoral.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Brasília: Esplendor.

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Além do vento há uma outra coisa que sopra.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Brasília: Esplendor.

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Como conseguirei saber do que nem ao menos sei?

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Lembrar-se.

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Nunca nasci, nunca vivi: mas eu me lembro, e a lembrança é em carne viva.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Lembrar-se.

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Não podia me dar ao luxo de pedir, lembrei-me de todas as vezes em que, por ter tido a doçura de pedir, não me deram.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Mal-estar de um anjo.

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Ah, mas se por um instante eu entender que a fúria é contra os meus erros e não contra os dos outros, então esta cólera se transformará nas minhas mãos em flores, em flores, em coisas leves, em amor.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Uma ira.

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