Poemas curtos de Clarice Lispector

Um dos indiretos modos de entender é achar bonito.

Clarice Lispector
A maçã no escuro. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por catarinaester

Poucos querem o amor verdadeiro, porque o amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões. Há os que se voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal. É o contrário: amor é finalmente a pobreza.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Atualidade do ovo e da galinha (II).

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Inserida por pensador

A felicidade pertence aos laboriosos; o amor é daqueles que trabalham...

Clarice Lispector
Correio feminino. Rio de Janeiro: Rocco, 2013.
Inserida por pensador

Cuidemos muito bem do amor, que possuímos, pois se é verdade que ele nasce de menor coisa, também é verdade que se esvai sem facilidade, e qualquer coisa pode matá-lo; às vezes a falta de uma carícia; outras vezes uma simples corrente de ar frio...

Clarice Lispector
Correio feminino. Rio de Janeiro: Rocco, 2013.
Inserida por pensador

A ninguém amamos tanto como a nós mesmos; somos o nosso grande amor.

Clarice Lispector
Correio feminino. Rio de Janeiro: Rocco, 2013.
Inserida por pensador

Nunca dei amor, sem sentir que também eu recebi amor.

Clarice Lispector
Correio feminino. Rio de Janeiro: Rocco, 2013.
Inserida por pensador

A invenção do hoje é o meu único meio de instaurar o futuro.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por pensador

Gostar de estar vivo dói.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Atualidade do ovo e da galinha.

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Inserida por pensador

A vastidão parecia acalmá-la, o silêncio regulava sua respiração. Ela adormecia dentro de si.

Clarice Lispector
Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por pensador

Eu mal entrei em mim e assustada já quero sair. Eu descubro que estou além da voracidade. Sou um ímpeto partido no meio.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Inserida por pensador

Porque é cruel demais saber que a vida é única e que não temos como garantia senão a fé em trevas – porque é cruel demais, então respondo com a pureza de uma alegria indomável. Recuso-me a ficar triste.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por pensador

Estou sofrendo de amor feliz. Só aparentemente é que isso é contraditório. Quando se sente amor, tem-se uma funda ansiedade. É como se eu risse e chorasse ao mesmo tempo. Sem falar no medo que essa felicidade não dure.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Inserida por pensador

E quando a festa [Carnaval] ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por pensador

Qualquer que tivesse sido o crime dele [Mineirinho], uma bala bastava. O resto era vontade de matar, era prepotência.

Clarice Lispector

Nota: Trecho de entrevista concedida para a TV Cultura, em 1977.

Inserida por DySoares

A verdade é que Laura tem o pescoço mais feio que já vi no mundo. Mas você não se importa, não é? Porque o que vale mesmo é ser bonito por dentro.

Clarice Lispector
A vida íntima de Laura. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Inserida por pensador

A vida é tão contínua que nós a dividimos em etapas, e a uma delas chamamos de morte.

Clarice Lispector
A Paixão Segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por tomazdeaquino

Não sei expressar-me por palavras. O que sinto não é traduzível. Eu me expresso melhor pelo silêncio. Expressar-me por meio de palavras é um desafio. Mas não correspondo à altura do desafio. Saem pobres palavras. E qual é mesmo a palavra secreta? Não sei e por que a ouso? Só não sei porque não ouso dizê-la?

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Inserida por este3r

Irei até onde o ar termina, irei até onde a grande ventania se solta uivando, irei até onde o vácuo faz uma curva, irei aonde meu fôlego me levar.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por paulinhopqd

Vivam os mortos porque neles vivemos.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Inserida por pensador

Inspiração não é loucura. É Deus.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Inserida por pensador