Versos Com Rima Para Os Dias Dos Pais

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Três coisas na vida jamais me tirarão:

Meus versos
Deus
E a mim de mim

De tudo o resto me podem despojar!
É indiferente ...

Inserida por Eliot

Eu, os versos e a solidão,
O título certo para uma história de vida
Que vivi!

Inserida por Eliot

Certa vez perguntaram-me porque não falava dos meus versos.

Respondi:

- Porque para mim fazer poesia é como respirar! E como da respiração ninguém fala mas todos respiram, também faço poesia sem falar nela!

Inserida por Eliot

Eu sou o Poeta da morte,
Por isso, sou um Poeta de maus versos!

Inserida por Eliot

- PALIDEZ -

Eu sou a lava de um vulcão
Sou as noites de pobreza
Sou os versos de tristeza
Que só sabem a solidão.

Eu sou nada e nada quero
Nada tenho e nada sou
Sei que irei e sempre vou
Onde leva o desespero.

Não sou bem e não sou mal
Sou bastardo do amor
Entre um servo e um Senhor
Sou um forte vendaval.

As gentes não me entendem
Nem me vêem como sou
Que só irei e sempre vou
Onde meus passos me levem.

Errarei por minhas mãos
Chorarei pelos meus olhos
Que sobre silvas e Abrolhos
Sou Destino e Solidão.

Inserida por Eliot

- SÓ EU SEI -

Só eu sei
quantas horas da minha vida
gastei nos versos que escrevi!
As mágoas que senti
a Solidão a que me dei
o vazio de que bebi!
Só eu sei
a tristeza sem destino
que nos versos arrastei,
a amargura, a saudade,
e quanta saudade, Deus meu!
Tantas horas d'infortunio
e malfazeja que me encheram
de medo o coração!
Tudo tão meu. Tão colado
ao meu silêncio. Tão impresso
em meu destino!
Só eu sei ... Só eu sei ...

Inserida por Eliot

Dispersão -

Vivo num dissolver-me constante
dos Versos que escrevo ...
Pássaro cansado de voar,
parado a meio do tempo
sem vontade de ficar!

Cai a tarde ...
A noite não dempra ...
Vem a madrugada ...
Chega outro dia ...

A vida é mentira!
Uma roda cruel sem
desejos de infinito ...

E a jeito de nos ultrapassar,
tudo chega ao fim,
pois vivemos cada dia
de mão dada com a morte.

Quero dormir ...
Não quero pensar ...
Quero escrever ...
Não quero chorar ...
Só quero morrer ...

Inserida por Eliot

⁠Dos Silêncios e das Grades -

Às vezes tenho pena dos versos
que escrevo!
Não porque os escrevo mas como
os sinto ...
Meus versos são eu continuando-me
em silêncio ...
Porque faço eco de vozes passadas e
gestos cortantes que se espraiam nas
madrugadas dos meus sonhos.
Há rios de luz no meu olhar!
De tanto sonhar perdi-me no tempo
sem perder-me de mim!
Versos trago-os aos molhos ...
E os meus dias nascem, desde então,
dos silêncios e das grades!

Inserida por Eliot

⁠Versos Repetidos -

Se eu pudesse daria novos mundos
ao mundo ...
Porque meu coração batendo vai
além de tudo!
As palavras não existem, estão ocas,
estão vazias na ponta do olhar de quem
as diz! Só há versos repetidos...
As palavras já não dizem do que antes
era; de quando o medo não pairava!
Se eu pudesse daria novos olhos
ao silêncio ... nova voz!
Novas estradas ao destino ...
Novos destinos ao amor ...
Novo amor a cada homem ...
Ah se eu pudesse ... se eu pudesse
daria novos mundos ao mundo ...

Inserida por Eliot

Do Profundo Abismo -

Do profundo abismo destes versos
ergue-se a mortalha de silêncio
que me veste o corpo desde o
berço ...
Há faces (tantas) por saber em minha face,
ventos, labaredas, agonias e cansaços.
Puras são as pedras! Que francamente
sendo pedras não desejam ser mais nada!
São elas! Assim! Inteiras! ...
Outros barcos virão que a morte não dá,
outro cais, outro mar ...
A vida está presa aos nossos dedos sem
estar em nossas mãos ... tudo é efémero!
Não tenham pena dos meus poemas
castigados!

Inserida por Eliot

⁠- Versos no Espelho -

Ontem escrevi um poema
Guardei-o bem no peito
Sem passado nem presente
Ao meu gosto, ao meu jeito
Dormi com ele no meu leito!

Hoje sinto-me diferente ...
É que os versos são presságio
D'uma Alma sem descanso
Que se canta num Adágio
Profundo, triste e manso!

Amanhã a vida seguirá
Outros versos nascerão
O silêncio será voz
Vestirei a solidão
Estarei de novo a sós!

E depois? O que virá?
Terei Alma? Terei corpo?
Só Deus sabe o meu destino ...
E as maselas do meu rosto
Hei-de vê-las no caminho!

Inserida por Eliot

⁠VERSOS DE ONDE A ONDE -

Eu Sou esse não-ser
já sem memória,
barco à vela que zarpou
sem História ...

Sou essa lonjura,
esse horizonte sem divisória,
Versos de Onde a Onde,
sem cuidado nem vitória!

Imenso fundo, desconhecido,
aquele a quem amamos,
presente ou ausente!

Tela-sem-cor,
ilusória dor-de-Amor: vertigem!

Entre nós tudo cerrado, mudado, em luto ...
Juntos e separados... real mas obscuro!

Encontro?! Desencontro?!
Falar é iludir,
não dizer nada: cansaço!

E as culpas da infância?
Lastro-de-medos, memória ...

Esse peso no mais dentro,
onde o que passa, fica,
deixa ferida ...

É lá que tudo ocorre,
é lá que o tempo passa,
é onde permaneço,
junto destes Versos,
de Onde a Onde! ...

Inserida por Eliot

⁠Estigma -

Teus cabelos de negro carregado
são versos que me escreves e não sentes!
Tuas águas deixam-me afogado,
quando dizes - não te amo - sei que mentes!

Pois, teus olhos virados ao desespero,
correm montes, vales, planuras galopantes ...
Imersos em dolentes madrugadas, sem tempero,
teus olhos me destroem. E porque gritas?! Não me entendes?!

Teu corpo, estigma agridoce, eternas revoadas,
dolentes madrugadas, puro entardecer ...
Pombas brancas que voam tão aladas!

E no cimo do montado, tão frio, tão gelado,
há um Cristo de marfim numa cruz à apodrecer!
Ao vê-lo, resina a minha dor, meu peito fica calado...

Inserida por Eliot

⁠Cansaço -

Estou cansado dos meus versos
sempre tristes sem sentido,
melancólicos, perversos
de um Coração frágil e perdido!

Estou cansado dos meus versos,
vou rasga-los um a um,
sentimentos controversos
já não quero ter nenhum!

Já não quero a solidão!
Estou cansado dos meus versos,
quero é ter um Coração ...

Ó Senhor que já nem rezo,
põe em mim a tua mão
que estou exausto dos meus versos!

Inserida por Eliot

⁠Apontamento -

Eu os versos e a solidão,
o titulo certo para uma
história de Vida que vivi!

Inserida por Eliot

⁠Esperança Imortal -

Pus nos versos uma esperança
que nem a noite mais forte
ou o desejo da morte
me tiraram por vingança.

Nem a pessoa mais culta
ou alguém que até duvida
nem a vida que dá vida
ou a morte que sepulta.

Ninguém de mim arranca
cheio de dor e solidão
estes versos que serão
quem dá vida à minha esperança.

Que a minha vida é assim
esperar por ti como um louco
vestir a dor em meu corpo
chorando lágrimas sem fim.

Inserida por Eliot

⁠Espectros -

Desde a hora em que em meu peito entraram versos
que nunca mais a paz em mim pairou
e na loucura de poemas controversos
meu destino desde então se consagrou!

Mas foi loucura ter aberto o coração,
o mundo não me entende, sou cravo num canteiro
que procura água na secura, solidão,
num jardim de rosas em Janeiro!

Assim é a vida destes seres sonhadores,
diferente, num mundo imenso e abissal,
onde nada nem ninguém acolhe as suas dores ...

Homens livres, na verdade, sem sorte,
vencidos na vida, afinal,
destinados a triunfar depois da morte!

Inserida por Eliot

⁠Miragem de Morrer -

Hoje o dia está cansado
dos meus versos de saudade,
oiço um canto, é um fado
e há silêncio na cidade.

Hoje a noite está perdida
em palavras de amargura
e minh'Alma tão esquecida
no passar da noite escura.

Hoje a morte é só miragem!
P'ra quem tem sorte de morrer
a vida é triste imagem
na vontade de viver ...

Meu destino, nao ter casa,
foi a vida a que me dei,
hoje sinto, não sou nada,
porque o sinto eu nao sei!

Inserida por Eliot

⁠Aos Pés da minha Cama -

Aos pés da minha cama
há um baú cheio de versos
uma dor que é tamanha
de um poeta controverso.

Aos pés da minha cama
há um baú cheio de morte
hora a hora de quem ama
e odeia a sua sorte.

Aos pés da minha cama
há um baú cheio de vida
uma vida de má-fama
de tantas regras despida.

Aos pés da minha cama
há uma dor, triste lembrança,
mil poemas, o meu drama,
o baú da minha herança.


Ao baú cheio de versos que está aos pés da minha cama na casa do Outeiro em Monsaraz.

Inserida por Eliot

⁠Punho dos Poetas -

Nascem do meu punho versos tristes e chorosos,
sem arte nem beleza, cheios de dor e solidão,
úrdidos pelas culpas de assassinos desejosos
de matar em cada um a liberdade e o coração.

Crescem do meu punho relicários de veneno,
excesso do cansaço de um Poeta já cansado,
balsamo que mata mas não temo
porque ambos convivemos lado a lado.

Vivem no meu punho mil Poetas rejeitados
num mudo esquecimento em triste sepultura,
Eles, que os eruditos leram sem ternura
mas que leem com alento os desgraçados!

Inserida por Eliot