Versos com Rima
Você é mais mulher que poesia
Você é um encanto
e desencontro
de um verso sem rima;
é um conto,
uma prosa ou poema,
com uma narrativa sem fim,
que eu condenso
em algumas frases,
só para te provocar.
É algo complexo, confuso,
que não se pode explicar.
Ao falar, exige atenção
exclusiva e permanente,
e não pode ser interrompida,
mesmo que o enunciado
pareça não ter fim e,
quanto mais racional
for a resposta,
maior o seu inconformismo,
como se tudo o que dissesse
tivesse se perdido.
Se não fosse assim
não seria mulher,
não seria poesia.
Ela é
Poesia
Que não se encontra em qualquer nota ou rima
E nem se canta em qualquer melodia
Essa menina
Ela é o refrão
Melodia, estrofe que estão
Nos versos da minha melhor canção.
DOR
Desbotada, à rima da poesia sombria
Sobre a agonia da sorte predestinada
Tal qual a lua na noite, esbranquiçada
O versar na prosa é de pálida melodia
E nesse tom lúrido e de sensação fria
A inspiração pela solidão é embalada
No silêncio das ideias, cheio de nada
Onde cada verso, de agrura se vestia
Chora o verso, e o verso vai chorando
Sofrença palpitando, as quimeras indo
Da imaginação. A tortura no comando
Não rias da poesia, ó vil dita, convindo
Pois, o versejar vela a tristura rimando:
Com muitas lágrimas no papel caindo!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04 de maio, 2023, 15’55” – Araguari, MG
PERDURAR
Se poeto verso cheio de piedade
Com rima leve de coração gentil
Retalham-me inquieto e tanto vil
Com a poética cheia de vaidade
Não quero maldade, nem deidade
Tão pouco um cântico mais hostil
Mas sim, sensato, amoroso e sutil
Feito com sentimento e suavidade
Meu amor delira, meu peito chora
Sinceramente, no prosar e, assim
Embriagado na inspiração, aflora
Ah! Paixão, dá-me o tom no viver
Tira a exclusão de dentro de mim
Para não deixar a emoção morrer.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09 maio, 2024, 12’28” – Araguari, MG
SEM DESAFETO NEM MEDIDA
Poeto sem desafeto nem medida
Pois o amor na poética é sentido
Rima o cativar, e se faz divertido
Sem tal bem, que valeria a vida?
Pois, depois da estima já perdida
O verso no sentimental é morrido
Pois zelo, emoção, o bem pedido
Pra inspiração se manter garrida
Amemos, pois, tal como amante
Eternamente, amador, e ao ser
Apurado, faça eterno o instante
Ser prosaico pôr o amor poetar
Baboseira! É paixão, podes crer
Pois sente-se vão quem deixar!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
01 junho 2024, 07’18” – cerrado goiano
AUTO SONETO
Rima soneto, o meu eu sem detrimento
Diz ao verso a perfeita e a real melodia
Se de sintonia, alegria ou de nostalgia
Traz à flor da pele o capricho do talento
Revela que sou sensações em categoria
Da alma, da emoção e do pensamento
Na dor, amor, que eu sou toada e alento
Anatomize o meu eu poético com eufonia
Vai soneto, me revelando a cada tento
Em loas de aprazimento duma parceria
De que na prosa eu vivo de sentimento
E neste último terceto, desta biografia
Deixo a minha paixão pelo letramento
No meu encruzar, imortal, só a poesia!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22, agosto, 2016 - cerrado goiano
AQUI TEM
Não repararam agora? pela poesia
Nos versos, suave rima enamorada
Que canta a paixão tão encantada
Musicando o poema numa sinfonia
Que tenteia a sensação com euforia
Deixando a satisfação d’alma alada
Criando inspiração pela madrugada
Numa poética que pulsa com magia
O afeto, o sentimento, olhar atraído
O sentido. Aquele beijo tão dividido
- Enfim feliz! Acontecido, bom, vem!
Já, o poetificar - bem mais tagarela
Vai cantando e deixando mais bela
A prosa, de um amor, que aqui tem!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22 agosto 2024, 05’33” – Araguari, MG
SONHO, QUE SONHA TANTO
Embalara a rima em um cântico
do sentimento, que d’alma salta
a minha paixão, e que se exalta
e vê arfar o coração, romântico
Como o delírio corre semântico
na ilusão, cantam eles na ribalta
e nem uma saudade ali me falta
compondo o encanto gigântico
Deixe-me cantar o ardor infindo
amar e reviver. Quero, sentindo
pressentir o meu verso sedutor
Não me despertes, até quanto
houver sonho, que sonha tanto
pra não tirar da poética o amor.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
11/09/2024, 19’54” – cerrado goiano
TER-TE EM VERSO
Ter-te em verso, em rima afeiçoada
em variado sentimento maravilhoso
cheiro, sussurro, um olhar malicioso
possuir, a ventura, alma enamorada
O amor, este, sem demandas, nada
que traga divisão, e sim um gostoso
beijo, e o fartar em abraço avultoso
deixando a poética toda encantada
Este versejar que busco do coração
na inspiração com suave sensação
com a paixão, a contê-la no acerto
A manter-se tão sentimental, forte
a emoção que traz ao peito aperto
a esperar avidamente pelo aporte.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/11/2024, 14’18” – Araguari, MG
APENAS
Que eu trove, somente, a minha saudade
Como se fosse o suspiro em mais um verso
A rima perdida na recordação, no disperso
Enfim, a sensação de liberdade e de vontade
Que eu liberte uma qualquer imaginação:
Olhares meigos e aquela aprazível alegria
Inspirada pra você, com a ventura luzidia
Inteira, pelos vários sentidos duma emoção
Que me tenhas teu, só teu, a todo momento
E seja o sentimento, a tua boca o meu alento
Ousadia, companhia e tão cheio de fantasia
E que, apenas, sinta, sussurre á minha prosa
Agrados, emoções, aquela ternura carinhosa
Na poética saudosa com porção de nostalgia.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 dezembro, 2021, 21’04” – Araguari, MG
PREDESTINAÇÃO
Imerso em versos dum sonho fundo
Com rima amável, tão simplesmente
Sublime, lia-se na poesia claramente
Que não era igual, era amor fecundo
Tinha na poética algo mais profundo
Aquele olhar sedutor de quem sente
Uma métrica enamorada, docemente
Singular, nobre, do coração oriundo
E neste rubro, e emotivo entardecer
Pra sempre se tornou um significado
Serenamente, no peito, doce abrigo
És então, definição, sentido, um crer
E a solidão uma toada do passado...
Agora, o predestinado amor comigo!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
12 abril, 2024, 16’40” – Araguari, MG
O poeta fala e a alma escuta
Teus versos de palavra bruta
Facetados numa rima absoluta
Que a quimera na poesia tributa
Em alaridos e silêncio em disputa...
Pois, o poeta cala e a alma executa
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Tento escrever e só tem rima inocente
num papalvo poetar, sem a tal magia
e no complexo o inopinado ausente
Vendo que da mesmice ele não sairia
fico no comum e do belo pendente
e assim me conformo com sua amorfia
SONETO NUM MANTRA
Vai, poema meu, declame emoção
diz a vida, que o bom é ter sinfonia
se a rima em prece ou em melodia
no sentimento amor, luz e canção
Se de saudade, pouca sê a nostalgia
se com tristeza, que venha agitação
se silêncio, que seja para inspiração
só não deixe a sorte sem ter alegria
Pois sem estas razões, é desilusão
e desiludido o meu verso morreria
e a minha alma perderia o coração
Então, em cada estrofe, ore fantasia
enchendo os versos com doce ilusão
assim, num mantra de paz e de poesia
Luciano Spagnol
Outubro de 2016
Cerrado goiano
AMOR
Amor... pode rimar com dor
Com alegria, com essência
Mas tua rima maior é o valor
Deste vocábulo de cadência
De “a” de alma, de acolhedor
Para louvar, nossa reverência
Para haver, mestre professor
A base de todo o bem, referência
Onde o coração pulsa no infinito
No âmago desta retórica serena
De estórias cantadas em manuscrito
De vivência e de emoção plena
Que nos leva a ensaiar o infinito
Único, de tal palavra tão pequena
E tão grande na existência, tenho dito!
Soneto Amoroso
Este é um soneto amoroso
Que verseja alacridade
Recoberto de docilidade
E rimas de um olhar airoso
São versos tão teus
Desenhados nos sonhos
Aqueles doces risonhos
De momentos teus e meus
Sirvo-te em oferenda
Está tão terna prenda
De entrelaçada renda
Assim, aqui metrificado
E na alma concretizado
O amor deste apaixonado
Minha poesia
Cada verso da minha poesia
Rima choro rima alegria
E neste côncavo e convexo
A voz e o olhar estão anexo
Na ilusão que delira cada trova
Atadas ao afeto e posto em cova
O que prova toda a alquimia
Da paixão que tenho na poesia
A lágrima escrita com sorriso
Também escreve o improviso
Da vida, com sua diversidade
“Poemando” toda a fertilidade
Da inspiração, do amor, da emoção
Todas rimas vindas do coração
A minha poesia é caipira é do mar
Do cerrado, montanha, qualquer lugar
(São falas da alma que se põe a poetar)