Versos de Clarice Lispector

⁠Escrever, e falo de escrever de verdade, é completamente mágico.

Clarice Lispector
Outros escritos. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Trecho da crônica Literatura e magia.

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Inserida por pensador

⁠As palavras vêm de lugares tão distantes dentro de mim que parecem ter sido pensadas por desconhecidos, e não por mim mesma.

Clarice Lispector
Outros escritos. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Trecho da crônica Literatura e magia.

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⁠O tempo passava, o tempo passava, o tempo passava, e indefinível amadurecia-se o futuro.

Clarice Lispector
A maçã no escuro. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
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Fiz da língua portuguesa a minha vida interior, o meu pensamento mais íntimo, usei-a para palavras de amor.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Esclarecimentos – explicação de uma vez por todas.

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Acho que viver no Nordeste ou Norte do Brasil é viver mais intensamente e de perto a verdadeira vida brasileira que lá, no interior, não recebe influência de costumes de outros países.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Esclarecimentos – explicação de uma vez por todas.

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Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento e de alerteza.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Declaração de amor.

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⁠Se sou um escritor há muito tempo, só posso dizer quanto mais se escreve mais difícil é escrever.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
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⁠Sou imatura bastante para não suportar bem um prazer frustrado.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Comer.

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⁠Grossura é pureza? Uma coisa sei: amor, por mais violento, é.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica O vestido branco.

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⁠Tantos querem a projeção. Sem saber como esta limita a vida.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Anonimato.

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⁠Eu sou sim. Eu sou não. Aguardo com paciência a harmonia dos contrários. Serei um eu, o que significa também vós.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Crônica Sim e não.

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⁠Detesto que esperem por mim. Não é por delicadeza ou por medo de desapontar. É que alguém esperando por mim é um medo de não se estar só.

Clarice Lispector
Caderno “Estar mortas ou ser o mar”.
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⁠Fiquei de novo diante de mim, boba. Não sei o que fazer. Que sou? Realmente, não posso nem de longe escrever como escrevo. Ou deixo definitivamente de escrever ou escrevo de outro modo. Não posso ficar em arabescos. Se eu não tenho mais nada a dizer, que eu morra.

Clarice Lispector
Caderno “Estar mortas ou ser o mar”.
Inserida por pensador

⁠Não quero ser platônica em relação a mim mesma. Sou profundamente derrotada pelo mundo em que vivo.

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
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⁠Eu não quero ser eu só porque tenho um eu próprio. Eu quero é a ligação extrema entre a terra do Brasil e eu.

Clarice Lispector
Caderno “The question is”.
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E quando a festa [Carnaval] ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
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Inserida por Guilhermebrytto550

Quero lonjuras. Minha selvagem intuição de mim mesma. Mas o meu principal está sempre escondido. Sou implícita. E quando vou me explicar perco a úmida intimidade.

Clarice Lispector
Água Viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
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As coisas foram feitas para serem ditas à luz do dia e se não se pode dizê-las é porque são de má qualidade.

Clarice Lispector
Todos os contos. Rio de Janeiro: Rocco, 2016.

Nota: Trecho do conto Cartas a Hermengardo.

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Inserida por pensador

Se tu não puderes te libertar de desejar paixões, lê romances e aventuras, que para isso também existem os escritores.

Clarice Lispector
Todos os contos. Rio de Janeiro: Rocco, 2016.

Nota: Trecho do conto Cartas a Hermengardo.

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