Versos de Clarice Lispector

Quero escrever noções sem o uso abusivo da palavra. Só me resta ficar nua: nada tenho mais a perder.

Clarice Lispector
Borelli, Olga. Clarice Lispector: esboço para um possível retrato. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
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Inserida por tham

Depois de um certo tempo cada um é responsável pela cara que tem. Vou olhar agora a minha.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.
Inserida por rayssaemanuelle

Mas estou tentando escrever-te com o corpo todo, enviando uma seta que se finca no ponto tenro e nevrálgico da palavra.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.
Inserida por mauraprada

Só não me agradaram as notícias de que vocês duas não aproveitaram bem as férias. Detesto pessoas que se parecem comigo...

Clarice Lispector
Minhas queridas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

Nota: Trecho de carta para Elisa Lispector, escrita em 19 de março de 1945.

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Inserida por tham

Precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica "Precisa-se".

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Inserida por lubaffa

A incomunicabilidade de si para si mesmo é o grande vórtice do nada. Se eu não acho um modo de falar a mim mesmo a palavra me sufoca a garganta atravessando-a como uma pedra não deglutida. Eu quero ter acesso a mim mesmo na hora em que eu quiser como quem abre as portas e entra. Não quero ser vítima do acaso libertador. Quero eu mesmo ter a chave do mundo e transpô-lo como quem se transpõe da vida para a morte e da morte para a vida.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por lubaffa

É em mim que tenho de criar esse alguém que entenderá.

Clarice Lispector
A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por julianemaciel

⁠Vida é o desejo de continuar vivendo e viva é aquela coisa que vai morrer. A vida serve é para se morrer dela.

Clarice Lispector
Borelli, Olga. Clarice Lispector: esboço para um possível retrato. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
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Inserida por Demeguajara

Quero lonjuras. Minha selvagem intuição de mim mesma. Mas o meu principal está sempre escondido. Sou implícita. E quando vou me explicar perco a úmida intimidade.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por pensador

⁠Eu queria uma liberdade olímpica. Mas essa liberdade só é concedida aos seres imateriais. Enquanto eu tiver corpo ele me submeterá às suas exigências. Vejo a liberdade como uma forma de beleza e essa beleza me falta.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por welinghton_soares

Era finalmente o natural viver sozinha.

Clarice Lispector
O lustre. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por pensador

A realidade precisava da mocinha para ter uma forma.

Clarice Lispector
A cidade sitiada. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por pensador

Seu coração faminto dominou desajeitado o vazio.

Clarice Lispector
A maçã no escuro. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por pensador

A esperança era o meu pecado maior.

Clarice Lispector
A legião estrangeira. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho do conto Os desastres de Sofia.

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Inserida por pensador

Sentimentos são água de um instante.

Clarice Lispector
A legião estrangeira. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho do conto A legião estrangeira.

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Inserida por pensador

Os infelizes se compensam.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por pensador

A tímida e voraz curiosidade pela alegria.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica O passeio da família.

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Inserida por pensador

Seu corpo também reclama direitos.

Clarice Lispector
A bela e a fera. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Inserida por pensador

Se eu não me amar estarei perdida – porque ninguém me ama a ponto de ser eu, de me ser.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por pensador

De algum modo já aprendera que cada dia nunca era comum, era sempre extraordinário. E que a ela cabia sofrer o dia ou ter prazer nele.

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por pensador