Versos

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Já bebi e devo estar com alguma alegria na minha alma, ou não...
Sinto-me estranhamente inútil, sem cor e sem dor, com sono apenas.
Alguém que gosta muito de mim disse-me que eu estava com o meu olhar distante.
Por que será que desapareço sempre por entre as conversas que se perdem algures num cigarro esquecido?
Só sei que construí a minha saudade à volta das minhas alegrias...
Esqueçam, estou bêbado.

Não me importa o que você faz para sobreviver.
Quero saber se você pode conviver com a alegria, minha ou sua, se pode dançar com selvageria e deixar o êxtase preenchê-lo até o limite, sem lembrar de suas limitações de ser humano.
Não me importa se a estória que você me conta é verdadeira.
Quero saber se você é capaz de desapontar o outro para ser verdadeiro para si mesmo, se pode suportar a acusação da traição e não trair sua própria alma.
Não me importa saber onde, o que, ou com quem você estudou.
Quero saber o que sustenta o seu interior quando todo o resto desaba.
Quero saber se você pode estar só consigo mesmo e se verdadeiramente gosta da companhia que carrega em seus momentos vazios...

Endymion

O que é belo há de ser eternamente
Uma alegria, e há de seguir presente.
Não morre; onde quer que a vida breve
Nos leve, há de nos dar um sono leve,
Cheio de sonhos e de calmo alento.
Assim, cabe tecer cada momento
Nessa grinalda que nos entretece
À terra, apesar da pouca messe
De nobres naturezas, das agruras,
Das nossas tristes aflições escuras,
Das duras dores. Sim, ainda que rara,
Alguma forma de beleza aclara
As névoas da alma. O sol e a lua estão
Luzindo e há sempre uma árvore onde vão
Sombrear-se as ovelhas; cravos, cachos
De uvas num mundo verde; riachos
Que refrescam, e o bálsamo da aragem
Que ameniza o calor; musgo, folhagem,
Campos, aromas, flores, grãos, sementes,
E a grandeza do fim que aos imponentes
Mortos pensamos recobrir de glória,
E os contos encantados na memória:
Fonte sem fim dessa imortal bebida
Que vem do céus e alenta a nossa vida.

John Keats
KEATS, J. The poetical works of John Keats. London: William Smith, 1841.

Nota: Trecho do soneto "Endymion", traduzido por Augusto de Campos no livro "Byron e Keats: Entreversos" (2009)

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A consciência de amar e ser amado traz um conforto e riqueza à vida que nada mais consegue trazer.

Os ignorantes, que acham que sabem tudo, privam-se de um dos maiores prazeres da vida: aprender.

Se não existe vida fora da Terra, então o universo é um grande desperdício de espaço.

A vida sem ciência é uma espécie de morte.

Só existe um êxito: a capacidade de levar a vida que se quer.

A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.

A vida dá lições que só se dão uma vez.

O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.

Ver e ouvir são as únicas coisas nobres que a vida contém. Os outros sentidos são plebeus e carnais. A única aristocracia é nunca tocar.

Fernando Pessoa
SOARES, B. Livro do Desassossego. Vol.II. Lisboa: Ática. 1982. 264p.

Quem encontrar na vida o verdadeiro amor, deve escondê-lo, longe do mundo, como um tesouro.

Quem disser que pode amar alguém durante a vida inteira é porque mente.

Num certo momento da vida, não é a esperança a última a morrer, mas a morte é a última esperança.

A um homem bom não é possível que ocorra nenhum mal, nem em vida nem em morte.

Não gosto da vida em banho-maria, gosto de fogo, pimenta, alho, ervas. Por um triz não sou uma bruxa.

Não posso imaginar que uma vida sem trabalho seja capaz de trazer qualquer espécie de conforto. A imaginação criadora e o trabalho para mim andam de mãos dadas; não retiro prazer de nenhuma outra coisa.

Pratica cada um dos teus atos como se fosse o último da tua vida.

Tente a sua sorte! A vida é feita de oportunidades. O homem que vai mais longe é quase sempre aquele que tem coragem de arriscar.