Verso para Ex Ficante
A música sublime de Ludwig Van Beethoven tem o grande poder de nos fazer acreditar que é possível existir um Mundo onde todas as pessoas tenham a mesma dignidade e possam viver de acordo com os príncipios da Fraternidade! A sua música é algo que transcende a razão humana!
Classe A, B, C, D, E........X, Z, Y...é tudo balela. Só existem três classes sociais: a elite, a classe média e o resto, ou seja, nós.
Falar mal de ex ou, como é muito mais comum, do marido, em público, é muito feio. Eu nunca ouço essas queixas e saio convencida da má índole do ausente. Esse tipo de querela só faz todos pensarem que a queixosa é fraca, infeliz ou maldosa. Quando se reúnem muitas senhoras, com ordinariedade, num mesmo lugar, não demora uma semana para todos saberem dos defeitos dos maridos das outras. Para mim, sempre foi muito claro, em todos os relacionamentos, que as minhas faltas superavam em muito as do meu companheiro. Existe um princípio profissional usado nas empresas e que deveria ser aplicado nos namoros de quem pretenda um dia amar de verdade: todas as queixas devem ser feitas em privado e com discrição e todos os elogios devem ser públicos e bem enfatizados. Nestas quase três décadas da minha vida, eu nunca vi minha mãe falar mal do meu pai para um conhecido ou amiga íntima. Minha mãe sempre está certa.
Voltar com ex é perda de tempo, pois os problemas que levarão a separação continuarão lá e ainda é infrutífero tentar algo que já deu errado.
Acho incrível nossa capacidade de jogar amores fora, pior ainda é nem olhar nos olhos aquele(a) que um dia foi tudo. Há pessoas quem falam, "se acabou , não mantenho nem contato", bloqueia das redes sociais, não frequenta os mesmos lugares e nem anda com as mesmas pessoas do ciclo de amizade. Outros mais sensatos ou masoquistas preferem ficar ali ao redor. Cada um age, reage de uma forma. Eu prefiro "ré-ciclar", ré, ciclo, enfim reciclar, se não pode ser "aquela" forma de amor, seja uma mais leve, mas seja, esteja. Acho melhor do que fingir amnésia durante o tempo juntos. Sei lá, só acho.
Temos que ser mais fortes que o coração, e mostrar pra ele que é a gente que manda e não ele que manda na gente.
Tenho fantasiado com alguma frequência esbarrar com meus ex e sua atual. Mas nessas fantasias eu esbarro neles com um caminhão.
Pode até parecer óbvio, mas morar num cemitério me faz pensar na morte. Aqui há uma ordem que não existe na vida real, e acho isso estranhamente reconfortante. Talvez essa seja a beleza da morte. Nada mais é complicado. Tudo é fechado e definitivo.
Invocação
(a uma filha morta)
Ontem a minha dor foi tão grande
como um terramoto
que vertiginosamente correu
para dentro da loucura.
Foi da espessura da morte!
As árvores podem correr
para mim de braços abertos
as rosas do campo sorrir,
que os lírios choram por dentro de mim
às portas da sepultura
onde te foram a enterrar.
À tua chegada
transformaram-se os céus noturnos
em nítidos céus
e chama
e calor
e luz,
quando tu os abriste
com ígnea chave em tua mão
tão franzina.
Interrompeu-se o olhar
sobre a terra
que te cobriu.
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Adivinha, as linhas que hoje escrevo, são livres, não estão mais ligadas ao passado.
São apenas relatos soltos de momentos ao vento.
Não carregam as sombras do passado, nem tampouco relatos de você.
Então, pare, apenas pare de tentar decifrar o que nunca foi capaz; pare de querer decifrar minha vida!
Cuide de seu palácio, porque do meu, cuido eu!