Versículos Bíblicos
Gênesis 31
Jacob foge de Labão
1 Jacó, porém, ouviu falar que os filhos de Labão estavam dizendo: "Jacó tomou tudo que o nosso pai tinha e juntou toda a sua riqueza à custa do nosso pai".
2 E Jacó percebeu que a atitude de Labão para com ele já não era a mesma de antes.
3 E o Senhor disse a Jacó: "Volte para a terra de seus pais e de seus parentes, e eu estarei com você".
4 Então Jacó mandou chamar Raquel e Lia para virem ao campo onde estavam os seus rebanhos,
5 e lhes disse: "Vejo que a atitude do seu pai para comigo não é mais a mesma, mas o Deus de meu pai tem estado comigo.
6 Vocês sabem que trabalhei para seu pai com todo o empenho,
7 mas ele tem me feito de tolo, mudando o meu salário dez vezes. Contudo, Deus não permitiu que ele me prejudicasse.
8 Se ele dizia: 'As crias salpicadas serão o seu salário', todos os rebanhos geravam filhotes salpicados; e, se ele dizia: 'As que têm listras serão o seu salário', todos os rebanhos geravam filhotes com listras.
9 Foi assim que Deus tirou os rebanhos de seu pai e os deu a mim.
10 "Na época do acasalamento, tive um sonho em que olhei e vi que os machos que fecundavam o rebanho tinham listras, eram salpicados e malhados.
11 O Anjo de Deus me disse no sonho: 'Jacó!' Eu respondi: 'Eis-me aqui!'
12 Então ele disse: 'Olhe e veja que todos os machos que fecundam o rebanho têm listras, são salpicados e malhados, porque tenho visto tudo o que Labão lhe fez.
13 Sou o Deus de Betel, onde você ungiu uma coluna e me fez um voto. Saia agora desta terra e volte para a sua terra natal' ".
14 Raquel e Lia disseram a Jacó: "Temos ainda parte na herança dos bens de nosso pai?
15 Não nos trata ele como estrangeiras? Não apenas nos vendeu como também gastou tudo o que foi pago por nós!
16 Toda a riqueza que Deus tirou de nosso pai é nossa e de nossos filhos. Portanto, faça tudo quanto Deus lhe ordenou".
17 Então Jacó ajudou seus filhos e suas mulheres a montar nos camelos,
18 e conduziu todo o seu rebanho, junto com todos os bens que havia acumulado em Padã-Arã, para ir à terra de Canaã, à casa de seu pai, Isaque.
19 Enquanto Labão tinha saído para tosquiar suas ovelhas, Raquel roubou de seu pai os ídolos do clã.
20 Foi assim que Jacó enganou a Labão, o arameu, fugindo sem lhe dizer nada.
21 Ele fugiu com tudo o que tinha e, atravessando o Eufrates, foi para os montes de Gileade.
Labão persegue Jacob
22 Três dias depois, Labão foi informado de que Jacó tinha fugido.
23 Tomando consigo os homens de sua família, perseguiu Jacó por sete dias e o alcançou nos montes de Gileade.
24 Então, de noite, Deus veio em sonho a Labão, o arameu, e o advertiu: "Cuidado! Não diga nada a Jacó, não lhe faça promessas nem ameaças".
25 Labão alcançou Jacó, que estava acampado nos montes de Gileade. Então Labão e os homens se acamparam ali também.
26 Ele perguntou a Jacó: "Que foi que você fez? Não só me enganou como também raptou minhas filhas como se fossem prisioneiras de guerra.
27 Por que você me enganou, fugindo em segredo, sem avisar-me? Eu teria celebrado a sua partida com alegria e cantos, ao som dos tamborins e das harpas.
28 Você nem sequer me deixou beijar meus netos e minhas filhas para despedir-me deles. Você foi insensato.
29 Tenho poder para prejudicá-los; mas, na noite passada, o Deus do pai de vocês me advertiu: 'Cuidado! Não diga nada a Jacó, não lhe faça promessas nem ameaças'.
30 Agora, se você partiu porque tinha saudade da casa de seu pai, por que roubou meus deuses?"
31 Jacó respondeu a Labão: "Tive medo, pois pensei que você tiraria suas filhas de mim à força.
32 Quanto aos seus deuses, quem for encontrado com eles não ficará vivo. Na presença dos nossos parentes, veja você mesmo se está aqui comigo qualquer coisa que lhe pertença, e, se estiver, leve-a de volta". Ora, Jacó não sabia que Raquel os havia roubado.
33 Então Labão entrou na tenda de Jacó, e nas tendas de Lia e de suas duas servas, mas nada encontrou. Depois de sair da tenda de Lia, entrou na tenda de Raquel.
34 Raquel tinha colocado os ídolos dentro da sela do seu camelo e estava sentada em cima. Labão vasculhou toda a tenda, mas nada encontrou.
35 Raquel disse ao pai: "Não se irrite, meu senhor, por não poder me levantar em sua presença, pois estou com o fluxo das mulheres". Ele procurou os ídolos, mas não os encontrou.
36 Jacó ficou irado e queixou-se a Labão: "Qual foi meu crime? Que pecado cometi para que você me persiga furiosamente?
37 Você já vasculhou tudo o que me pertence. Encontrou algo que lhe pertença? Então coloque tudo aqui na frente dos meus parentes e dos seus, e que eles julguem entre nós dois.
38 "Vinte anos estive com você. Suas ovelhas e cabras nunca abortaram, e jamais comi um só carneiro do seu rebanho.
39 Eu nunca levava a você os animais despedaçados por feras; eu mesmo assumia o prejuízo. E você pedia contas de todo animal roubado de dia ou de noite.
40 O calor me consumia de dia, e o frio de noite, e o sono fugia dos meus olhos.
41 Foi assim nos vinte anos em que fiquei em sua casa. Trabalhei para você catorze anos em troca de suas duas filhas e seis anos por seus rebanhos, e dez vezes você alterou o meu salário.
42 Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão, o Temor de Isaque, não estivesse comigo, certamente você me despediria de mãos vazias. Mas Deus viu o meu sofrimento e o trabalho das minhas mãos e, na noite passada, ele manifestou a sua decisão".
43 Labão respondeu a Jacó: "As mulheres são minhas filhas, os filhos são meus, os rebanhos são meus. Tudo o que você vê é meu. Que posso fazer por essas minhas filhas ou pelos filhos que delas nasceram?
44 Façamos agora, eu e você, um acordo que sirva de testemunho entre nós dois".
45 Então Jacó tomou uma pedra e a colocou em pé como coluna.
46 E disse aos seus parentes: "Juntem algumas pedras". Eles apanharam pedras e as amontoaram. Depois comeram ali, ao lado do monte de pedras.
47 Labão o chamou Jegar-Saaduta, e Jacó o chamou Galeede.
48 Labão disse: "Este monte de pedras é uma testemunha entre mim e você, no dia de hoje". Por isso foi chamado Galeede.
49 Foi também chamado Mispá, porque ele declarou: "Que o Senhor nos vigie, a mim e a você, quando estivermos separados um do outro.
50 Se você maltratar minhas filhas ou menosprezá-las, tomando outras mulheres além delas, ainda que ninguém saiba, lembre-se de que Deus é testemunha entre mim e você".
51 Disse ainda Labão a Jacó: "Aqui estão este monte de pedras e esta coluna que coloquei entre mim e você.
Então Jacó fez um juramento em nome do Temor de seu pai, Isaque.
52 São testemunhas de que não passarei para o lado de lá para prejudicá-lo, nem você passará para o lado de cá para prejudicar-me.
53 Que o Deus de Abraão, o Deus de Naor, o Deus do pai deles, julgue entre nós".
54 Ofereceu um sacrifício no monte e chamou os parentes que lá estavam para uma refeição. Depois de comerem, passaram a noite ali.
55 Na manhã seguinte, Labão beijou seus netos e suas filhas e os abençoou, e depois voltou para a sua terra.
Gênesis 32
Jacob prepara-se para se encontrar com Esaú
1 Jacó também seguiu o seu caminho, e anjos de Deus vieram ao encontro dele.
2 Quando Jacó os avistou, disse: "Este é o exército de Deus!" Por isso deu àquele lugar o nome de Maanaim.
3 Jacó mandou mensageiros adiante dele a seu irmão Esaú, na região de Seir, território de Edom.
4 E lhes ordenou: "Vocês dirão o seguinte ao meu senhor Esaú: Assim diz teu servo Jacó: Morei na casa de Labão e com ele permaneci até agora.
5 Tenho bois e jumentos, ovelhas e cabras, servos e servas. Envio agora esta mensagem ao meu senhor, para que me recebas bem".
6 Quando os mensageiros voltaram a Jacó, disseram-lhe: "Fomos até seu irmão Esaú, e ele está vindo ao seu encontro, com quatrocentos homens".
7 Jacó encheu-se de medo e foi tomado de angústia. Então dividiu em dois grupos todos os que estavam com ele, bem como as ovelhas, as cabras, os bois e os camelos,
8 pois assim pensou: "Se Esaú vier e atacar um dos grupos, o outro poderá escapar".
9 Então Jacó orou: "Ó Deus de meu pai Abraão, Deus de meu pai Isaque, ó Senhor que me disseste: 'Volte para a sua terra e para os seus parentes e eu o farei prosperar';
10 não sou digno de toda a bondade e lealdade com que trataste o teu servo. Quando atravessei o Jordão eu tinha apenas o meu cajado, mas agora possuo duas caravanas.
11 Livra-me, rogo-te, das mãos de meu irmão Esaú, porque tenho medo que ele venha nos atacar, tanto a mim como às mães e às crianças.
12 Pois tu prometeste: 'Esteja certo de que eu o farei prosperar e farei os seus descendentes tão numerosos como a areia do mar, que não se pode contar' ".
13 Depois de passar ali a noite, escolheu entre os seus rebanhos um presente para o seu irmão Esaú:
14 duzentas cabras e vinte bodes, duzentas ovelhas e vinte carneiros,
15 trinta fêmeas de camelo com seus filhotes, quarenta vacas e dez touros, vinte jumentas e dez jumentos.
16 Designou cada rebanho sob o cuidado de um servo e disse-lhes: "Vão à minha frente e mantenham certa distância entre um rebanho e outro".
17 Ao que ia à frente deu a seguinte instrução: "Quando meu irmão Esaú encontrar-se com você e lhe perguntar: 'A quem você pertence, para onde vai e de quem é todo este rebanho à sua frente?',
18 você responderá: É do teu servo Jacó. É um presente para o meu senhor Esaú; e ele mesmo está vindo atrás de nós".
19 Também instruiu o segundo, o terceiro e todos os outros que acompanhavam os rebanhos: "Digam também a mesma coisa a Esaú quando o encontrarem.
20 E acrescentem: Teu servo Jacó está vindo atrás de nós". Porque pensava: "Eu o apaziguarei com esses presentes que estou enviando antes de mim; mais tarde, quando eu o vir, talvez me receba".
21 Assim os presentes de Jacó seguiram à sua frente; ele, porém, passou a noite no acampamento.
Jacob luta com Deus
22 Naquela noite, Jacó levantou-se, tomou suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos para atravessar o lugar de passagem do Jaboque.
23 Depois de havê-los feito atravessar o ribeiro, fez passar também tudo o que possuía.
24 E Jacó ficou sozinho. Então veio um homem que se pôs a lutar com ele até o amanhecer.
25 Quando o homem viu que não poderia dominar Jacó, tocou-lhe na articulação da coxa, de forma que a deslocou enquanto lutavam.
26 Então o homem disse: "Deixe-me ir, pois o dia já desponta". Mas Jacó lhe respondeu: "Não te deixarei ir, a não ser que me abençoes".
27 O homem lhe perguntou: "Qual é o seu nome?" "Jacó", respondeu ele.
28 Então disse o homem: "Seu nome não será mais Jacó, mas sim Israel, porque você lutou com Deus e com homens e venceu".
29 Prosseguiu Jacó: "Peço-te que digas o teu nome". Mas ele respondeu: "Por que pergunta o meu nome?" E o abençoou ali.
30 Jacó chamou àquele lugar Peniel, pois disse: "Vi a Deus face a face e, todavia, minha vida foi poupada".
31 Ao nascer do sol, atravessou Peniel, mancando por causa da coxa.
32 Por isso, até o dia de hoje, os israelitas não comem o músculo ligado à articulação do quadril, porque nesse músculo Jacó foi ferido.
Gênesis 33
Jacob encontra-se com Esaú
1 Quando Jacó olhou e viu que Esaú estava se aproximando com quatrocentos homens, dividiu as crianças entre Lia, Raquel e as duas servas.
2 Colocou as servas e os seus filhos à frente; Lia e seus filhos, depois; e Raquel com José, por último.
3 Ele mesmo passou à frente e, ao aproximar-se do seu irmão, curvou-se até o chão sete vezes.
4 Mas Esaú correu ao encontro de Jacó e abraçou-se ao seu pescoço, e o beijou. E eles choraram.5 Então Esaú ergueu o olhar e viu as mulheres e as crianças. E perguntou: "Quem são estes?" Jacó respondeu: "São os filhos que Deus concedeu ao teu servo".
6 Então as servas e os seus filhos se aproximaram e se curvaram.
7 Depois, Lia e os seus filhos vieram e se curvaram. Por último, chegaram José e Raquel, e também se curvaram.
8 Esaú perguntou: "O que você pretende com todos os rebanhos que encontrei pelo caminho?" "Ser bem recebido por ti, meu senhor", respondeu Jacó.
9 Disse, porém, Esaú: "Eu já tenho muito, meu irmão. Guarde para você o que é seu".
10 Mas Jacó insistiu: "Não! Se te agradaste de mim, aceita este presente de minha parte, porque ver a tua face é como contemplar a face de Deus; além disso, tu me recebeste tão bem!
11 Aceita, pois, o presente que te foi trazido, pois Deus tem sido favorável para comigo, e eu já tenho tudo o que necessito". Jacó tanto insistiu que Esaú acabou aceitando.
12 Então disse Esaú: "Vamos seguir em frente. Eu o acompanharei".
13 Jacó, porém, lhe disse: "Meu senhor sabe que as crianças são frágeis e que estão sob os meus cuidados ovelhas e vacas que amamentam suas crias. Se forçá-las demais na caminhada, um só dia que seja, todo o rebanho morrerá.
14 Por isso, meu senhor, vai à frente do teu servo, e eu sigo atrás, devagar, no passo dos rebanhos e das crianças, até que eu chegue ao meu senhor em Seir".
15 Esaú sugeriu: "Permita-me, então, deixar alguns homens com você".
Jacó perguntou: "Mas para quê, meu senhor? Ter sido bem recebido já me foi suficiente!"
16 Naquele dia, Esaú voltou para Seir.
17 Jacó, todavia, foi para Sucote, onde construiu uma casa para si e abrigos para o seu gado. Foi por isso que o lugar recebeu o nome de Sucote.
18 Tendo voltado de Padã-Arã, Jacó chegou a salvo à cidade de Siquém, em Canaã, e acampou próximo da cidade.
19 Por cem peças de prata comprou dos filhos de Hamor, pai de Siquém, a parte do campo onde tinha armado acampamento.
20 Ali edificou um altar e lhe chamou El Elohe Israel.
Gênesis 35
Jacob volta a Betel
1 Deus disse a Jacó: "Suba a Betel e estabeleça-se lá, e faça um altar ao Deus que lhe apareceu quando você fugia do seu irmão, Esaú".
2 Disse, pois, Jacó aos de sua casa e a todos os que estavam com ele: "Livrem-se dos deuses estrangeiros que estão entre vocês, purifiquem-se e troquem de roupa.
3 Venham! Vamos subir a Betel, onde farei um altar ao Deus que me ouviu no dia da minha angústia e que tem estado comigo por onde tenho andado".
4 Então entregaram a Jacó todos os deuses estrangeiros que possuíam e os brincos que usavam nas orelhas, e Jacó os enterrou ao pé da grande árvore, próximo a Siquém.5 Quando eles partiram, o terror de Deus caiu de tal maneira sobre as cidades ao redor que ninguém ousou perseguir os filhos de Jacó.
6 Jacó e todos os que com ele estavam chegaram a Luz, que é Betel, na terra de Canaã.
7 Nesse lugar construiu um altar e lhe deu o nome de El-Betel, porque ali Deus havia se revelado a ele, quando fugia do seu irmão.
8 Débora, ama de Rebeca, morreu e foi sepultada perto de Betel, ao pé do Carvalho, que por isso foi chamado Alom-Bacute.
9 Depois que Jacó retornou de Padã-Arã, Deus lhe apareceu de novo e o abençoou,
10 dizendo: "Seu nome é Jacó, mas você não será mais chamado Jacó; seu nome será Israel". Assim lhe deu o nome de Israel.
11 E Deus ainda lhe disse: "Eu sou o Deus todo-poderoso; seja prolífero e multiplique-se. De você procederão uma nação e uma comunidade de nações, e reis estarão entre os seus descendentes.
12 A terra que dei a Abraão e a Isaque, dou a você; e também aos seus futuros descendentes darei esta terra".
13 A seguir, Deus elevou-se do lugar onde estivera falando com Jacó.
14 Jacó levantou uma coluna de pedra no lugar em que Deus lhe falara, e derramou sobre ela uma oferta de bebidas e a ungiu com óleo.
15 Jacó deu o nome de Betel ao lugar onde Deus tinha falado com ele.
A morte de Raquel e Isaque
16 Eles partiram de Betel, e, quando ainda estavam a certa distância de Efrata, Raquel começou a dar à luz com grande dificuldade.
17 E, enquanto sofria muito, tentando dar à luz, a parteira lhe disse: "Não tenha medo, pois você ainda terá outro menino".
18 Já a ponto de sair-lhe a vida, quando estava morrendo, deu ao filho o nome de Benoni. Mas o pai deu-lhe o nome de Benjamim.
19 Assim morreu Raquel, e foi sepultada junto do caminho de Efrata, que é Belém.
20 Sobre a sua sepultura Jacó levantou uma coluna, e até o dia de hoje aquela coluna marca o túmulo de Raquel.
21 Israel partiu novamente e armou acampamento adiante de Migdal-Éder.
22 Na época em que Israel vivia naquela região, Rúben deitou-se com Bila, concubina de seu pai. E Israel ficou sabendo disso.
Jacó teve doze filhos:
23 Estes foram seus filhos com Lia: Rúben, o filho mais velho de Jacó, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom.
24 Estes foram seus filhos com Raquel: José e Benjamim.
25 Estes foram seus filhos com Bila, serva de Raquel: Dã e Naftali.
26 Estes foram seus filhos com Zilpa, serva de Lia: Gade e Aser. Foram esses os filhos de Jacó, nascidos em Padã-Arã.
27 Depois Jacó foi visitar seu pai Isaque em Manre, perto de Quiriate-Arba, que é Hebrom, onde Abraão e Isaque tinham morado.
28 Isaque viveu cento e oitenta anos.
29 Morreu em idade bem avançada e foi reunido aos seus antepassados. E seus filhos, Esaú e Jacó, o sepultaram.
Gênesis 36
Os descendentes de Esaú
1 Esta é a história da família de Esaú, que é Edom.
2 Esaú casou-se com mulheres de Canaã: com Ada, filha de Elom, o hitita, e com Oolibama, filha de Aná e neta de Zibeão, o heveu;
3 e também com Basemate, filha de Ismael e irmã de Nebaiote.
4 Ada deu a Esaú um filho chamado Elifaz; Basemate deu-lhe Reuel;5 e Oolibama deu-lhe Jeús, Jalão e Corá. Esses foram os filhos de Esaú que lhe nasceram em Canaã.
6 Esaú tomou suas mulheres, seus filhos e filhas e todos os de sua casa, assim como os seus rebanhos, todos os outros animais e todos os bens que havia adquirido em Canaã, e foi para outra região, para longe do seu irmão Jacó.
7 Os seus bens eram tantos que eles já não podiam morar juntos; a terra onde estavam vivendo não podia sustentá-los, por causa dos seus rebanhos.
8 Por isso Esaú, que é Edom, fixou-se nos montes de Seir.
9 Este é o registro da descendência de Esaú, pai dos edomitas, nos montes de Seir.
10 Estes são os nomes dos filhos de Esaú: Elifaz, filho de Ada, mulher de Esaú; e Reuel, filho de Basemate, mulher de Esaú.
11 Estes foram os filhos de Elifaz: Temã, Omar, Zefô, Gaetã e Quenaz.
12 Elifaz, filho de Esaú, tinha uma concubina chamada Timna, que lhe deu um filho chamado Amaleque. Foram esses os netos de Ada, mulher de Esaú.
13 Estes foram os filhos de Reuel: Naate, Zerá, Samá e Mizá. Foram esses os netos de Basemate, mulher de Esaú.
14 Estes foram os filhos de Oolibama, mulher de Esaú, filha de Aná e neta de Zibeão, os quais ela deu a Esaú: Jeús, Jalão e Corá.
15 Foram estes os chefes dentre os descendentes de Esaú: Os filhos de Elifaz, filho mais velho de Esaú: Temã, Omar, Zefô, Quenaz,
16 Corá, Gaetã e Amaleque. Foram esses os chefes descendentes de Elifaz em Edom; eram netos de Ada.
17 Foram estes os filhos de Reuel, filho de Esaú: Os chefes Naate, Zerá, Samá e Mizá. Foram esses os chefes descendentes de Reuel em Edom; netos de Basemate, mulher de Esaú.
18 Foram estes os filhos de Oolibama, mulher de Esaú: Os chefes Jeús, Jalão e Corá. Foram esses os chefes descendentes de Oolibama, mulher de Esaú, filha de Aná.
19 Foram esses os filhos de Esaú, que é Edom, e esses foram os seus chefes.
20 Estes foram os filhos de Seir, o horeu, que estavam habitando aquela região: Lotã, Sobal, Zibeão e Aná,
21 Disom, Ézer e Disã. Esses filhos de Seir foram chefes dos horeus no território de Edom.
22 Estes foram os filhos de Lotã: Hori e Hemã. Timna era irmã de Lotã.
23 Estes foram os filhos de Sobal: Alvã, Manaate, Ebal, Sefô e Onã.
24 Estes foram os filhos de Zibeão: Aiá e Aná. Foi esse Aná que descobriu as fontes de águas quentes no deserto, quando levava para pastar os jumentos de Zibeão, seu pai.
25 Estes foram os filhos de Aná: Disom e Oolibama, a filha de Aná.
26 Estes foram os filhos de Disom: Hendã, Esbã, Itrã e Querã.
27 Estes foram os filhos de Ézer: Bilã, Zaavã e Acã.
28 Estes foram os filhos de Disã: Uz e Arã.
29 Estes foram os chefes dos horeus: Lotã, Sobal, Zibeão, Aná,
30 Disom, Ézer e Disã. Esses foram os chefes dos horeus, de acordo com as suas divisões tribais na região de Seir.
Os chefes de Edom
31 Estes foram os reis que reinaram no território de Edom antes de haver rei entre os israelitas:
32 Belá, filho de Beor, reinou em Edom. Sua cidade chamava-se Dinabá.
33 Quando Belá morreu, foi sucedido por Jobabe, filho de Zerá, de Bozra.
34 Jobabe morreu, e Husã, da terra dos temanitas, foi o seu sucessor.
35 Husã morreu, e Hadade, filho de Bedade, que tinha derrotado os midianitas na terra de Moabe, foi o seu sucessor. Sua cidade chamava-se Avite.
36 Hadade morreu, e Samlá de Masreca foi o seu sucessor.
37 Samlá morreu, e Saul, de Reobote, próxima ao Eufrates, foi o seu sucessor.
38 Saul morreu, e Baal-Hanã, filho de Acbor, foi o seu sucessor.
39 Baal-Hanã, filho de Acbor, morreu, e Hadade foi o seu sucessor. Sua cidade chamava-se Paú, e o nome de sua mulher era Meetabel, filha de Matrede, neta de Mezaabe.
40 Estes foram os chefes descendentes de Esaú, conforme os seus nomes, clãs e regiões:
41 Oolibama, Elá, Pinom,
42 Quenaz, Temã, Mibzar,
43 Timna, Alva, Jetete, Magdiel e Irã. Foram esses os chefes de Edom; cada um deles fixou-se numa região da terra que ocuparam. Os edomitas eram descendentes de Esaú.
Gênesis 37
O sonho de José
1 Jacó habitou na terra de Canaã, onde seu pai tinha vivido como estrangeiro.
2 Esta é a história da família de Jacó:
Quando José tinha dezessete anos, pastoreava os rebanhos com os seus irmãos. Ajudava os filhos de Bila e os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e contava ao pai a má fama deles.
3 Ora, Israel gostava mais de José do que de qualquer outro filho, porque lhe havia nascido em sua velhice; por isso mandou fazer para ele uma túnica longa.
4 Quando os seus irmãos viram que o pai gostava mais dele do que de qualquer outro filho, odiaram-no e não conseguiam falar com ele amigavelmente.5 Certa vez, José teve um sonho e, quando o contou a seus irmãos, eles passaram a odiá-lo ainda mais.
6 "Ouçam o sonho que tive", disse-lhes.
7 "Estávamos amarrando os feixes de trigo no campo, quando o meu feixe se levantou e ficou em pé, e os seus feixes se ajuntaram ao redor do meu e se curvaram diante dele."
8 Seus irmãos lhe disseram: "Então você vai reinar sobre nós? Quer dizer que você vai nos governar?" E o odiaram ainda mais, por causa do sonho e do que tinha dito.
9 Depois teve outro sonho e o contou aos seus irmãos: "Tive outro sonho, e desta vez o sol, a lua e onze estrelas se curvavam diante de mim".
10 Quando o contou ao pai e aos irmãos, o pai o repreendeu e lhe disse: "Que sonho foi esse que você teve? Será que eu, sua mãe, e seus irmãos viremos a nos curvar até o chão diante de você?"
11 Assim seus irmãos tiveram ciúmes dele; o pai, no entanto, refletia naquilo.
José é vendido pelos irmãos
12 Os irmãos de José tinham ido cuidar dos rebanhos do pai, perto de Siquém,
13 e Israel disse a José: "Como você sabe, seus irmãos estão apascentando os rebanhos perto de Siquém. Quero que você vá até lá". "Sim, senhor", respondeu ele.
14 Disse-lhe o pai: "Vá ver se está tudo bem com os seus irmãos e com os rebanhos, e traga-me notícias". Jacó o enviou quando estava no vale de Hebrom.
Mas José se perdeu quando se aproximava de Siquém;
15 um homem o encontrou vagueando pelos campos e lhe perguntou: "Que é que você está procurando?"
16 Ele respondeu: "Procuro meus irmãos. Pode me dizer onde eles estão apascentando os rebanhos?"
17 Respondeu o homem: "Eles já partiram daqui. Eu os ouvi dizer: 'Vamos para Dotã' ". Assim José foi em busca dos seus irmãos e os encontrou perto de Dotã.
18 Mas eles o viram de longe e, antes que chegasse, planejaram matá-lo.
19 "Lá vem aquele sonhador!", diziam uns aos outros.
20 "É agora! Vamos matá-lo e jogá-lo num destes poços, e diremos que um animal selvagem o devorou. Veremos então o que será dos seus sonhos."
21 Quando Rúben ouviu isso, tentou livrá-lo das mãos deles, dizendo: "Não lhe tiremos a vida!"
22 E acrescentou: "Não derramem sangue. Joguem-no naquele poço no deserto, mas não toquem nele". Rúben propôs isso com a intenção de livrá-lo e levá-lo de volta ao pai.
23 Chegando José, seus irmãos lhe arrancaram a túnica longa,
24 agarraram-no e o jogaram no poço, que estava vazio e sem água.
25 Ao se assentarem para comer, viram ao longe uma caravana de ismaelitas que vinha de Gileade. Seus camelos estavam carregados de especiarias, bálsamo e mirra, que eles levavam para o Egito.
26 Judá disse então a seus irmãos: "Que ganharemos se matarmos o nosso irmão e escondermos o seu sangue?
27 Vamos vendê-lo aos ismaelitas. Não tocaremos nele, afinal é nosso irmão, é nosso próprio sangue". E seus irmãos concordaram.
28 Quando os mercadores ismaelitas de Midiã se aproximaram, seus irmãos tiraram José do poço e o venderam por vinte peças de prata aos ismaelitas, que o levaram para o Egito.
29 Quando Rúben voltou ao poço e viu que José não estava lá, rasgou suas vestes
30 e, voltando a seus irmãos, disse: "O jovem não está lá! Para onde irei agora?"
31 Então eles mataram um bode, mergulharam no sangue a túnica de José
32 e a mandaram ao pai com este recado: "Achamos isto. Veja se é a túnica de teu filho".
33 Ele a reconheceu e disse: "É a túnica de meu filho! Um animal selvagem o devorou! José foi despedaçado!"
34 Então Jacó rasgou suas vestes, vestiu-se de pano de saco e chorou muitos dias por seu filho.
35 Todos os seus filhos e filhas vieram consolá-lo, mas ele recusou ser consolado, dizendo: "Não! Chorando descerei à sepultura para junto de meu filho". E continuou a chorar por ele.
36 Nesse meio-tempo, no Egito, os midianitas venderam José a Potifar, oficial do faraó e capitão da guarda.
Gênesis 39
José e a mulher de Potifar
1 José havia sido levado para o Egito, onde o egípcio Potifar, oficial do faraó e capitão da guarda, comprou-o dos ismaelitas que o tinham levado para lá.
2 O Senhor estava com José, de modo que este prosperou e passou a morar na casa do seu senhor egípcio. José era atraente e de boa aparência,
3 Quando este percebeu que o Senhor estava com ele e que o fazia prosperar em tudo o que realizava,
4 agradou-se de José e tornou-o administrador de seus bens. Potifar deixou a seu cuidado a sua casa e lhe confiou tudo o que possuía.5 Desde que o deixou cuidando de sua casa e de todos os seus bens, o Senhor abençoou a casa do egípcio por causa de José. A bênção do Senhor estava sobre tudo o que Potifar possuía, tanto em casa como no campo.
6 Assim, deixou ele aos cuidados de José tudo o que tinha, e não se preocupava com coisa alguma, exceto com sua própria comida.
7 e, depois de certo tempo, a mulher do seu senhor começou a cobiçá-lo e o convidou: "Venha, deite-se comigo!"
8 Mas ele se recusou e lhe disse: "Meu senhor não se preocupa com coisa alguma de sua casa, e tudo o que tem deixou aos meus cuidados.
9 Ninguém desta casa está acima de mim. Ele nada me negou, a não ser a senhora, porque é a mulher dele. Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus?"
10 Assim, embora ela insistisse com José dia após dia, ele se recusava a deitar-se com ela e evitava ficar perto dela.
11 Um dia ele entrou na casa para fazer suas tarefas, e nenhum dos empregados ali se encontrava.
12 Ela o agarrou pelo manto e voltou a convidá-lo: "Vamos, deite-se comigo!" Mas ele fugiu da casa, deixando o manto na mão dela.
13 Quando ela viu que, ao fugir, ele tinha deixado o manto em sua mão,
14 chamou os empregados e lhes disse: "Vejam, este hebreu nos foi trazido para nos insultar! Ele entrou aqui e tentou abusar de mim, mas eu gritei.
15 Quando me ouviu gritar por socorro, largou seu manto ao meu lado e fugiu da casa".
16 Ela conservou o manto consigo até que o senhor de José chegasse à casa.
17 Então repetiu-lhe a história: "Aquele escravo hebreu que você nos trouxe aproximou-se de mim para me insultar.
18 Mas, quando gritei por socorro, ele largou seu manto ao meu lado e fugiu".
19 Quando o seu senhor ouviu o que a sua mulher lhe disse: "Foi assim que o seu escravo me tratou", ficou indignado. José ficou na prisão,
20 Mandou buscar José e lançou-o na prisão em que eram postos os prisioneiros do rei.
21 mas o Senhor estava com ele e o tratou com bondade, concedendo-lhe a simpatia do carcereiro.
22 Por isso o carcereiro encarregou José de todos os que estavam na prisão, e ele se tornou responsável por tudo o que lá sucedia.
23 O carcereiro não se preocupava com nada do que estava a cargo de José, porque o Senhor estava com José e lhe concedia bom êxito em tudo o que realizava.
Gênesis 40
O chefe de vinhos e o padeiro
1 Algum tempo depois, o copeiro e o padeiro do rei do Egito fizeram uma ofensa ao seu senhor, o rei do Egito.
2 O faraó irou-se com os dois oficiais, o chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros,
3 e mandou prendê-los na casa do capitão da guarda, na prisão em que José estava.
4 O capitão da guarda os deixou aos cuidados de José, que os servia.
Depois de certo tempo,5 o copeiro e o padeiro do rei do Egito, que estavam na prisão, sonharam. Cada um teve um sonho, ambos na mesma noite, e cada sonho tinha a sua própria interpretação.
6 Quando José foi vê-los na manhã seguinte, notou que estavam abatidos.
7 Por isso perguntou aos oficiais do faraó, que também estavam presos na casa do seu senhor: "Por que hoje vocês estão com o semblante triste?"
8 Eles responderam: "Tivemos sonhos, mas não há quem os interprete".
Disse-lhes José: "Não são de Deus as interpretações? Contem-me os sonhos".
9 Então o chefe dos copeiros contou o seu sonho a José: "Em meu sonho vi diante de mim uma videira,
10 com três ramos. Ela brotou, floresceu e deu uvas que amadureciam em cachos.
11 A taça do faraó estava em minha mão. Peguei as uvas, e as espremi na taça do faraó, e a entreguei em sua mão".
12 Disse-lhe José: "Esta é a interpretação: os três ramos são três dias.
13 Dentro de três dias o faraó vai exaltá-lo e restaurá-lo à sua posição, e você servirá a taça na mão dele, como costumava fazer quando era seu copeiro.
14 Quando tudo estiver indo bem com você, lembre-se de mim e seja bondoso comigo; fale de mim ao faraó e tire-me desta prisão,
15 pois fui trazido à força da terra dos hebreus, e também aqui nada fiz para ser jogado neste calabouço".
16 Ouvindo o chefe dos padeiros essa interpretação favorável, disse a José: "Eu também tive um sonho: sobre a minha cabeça havia três cestas de pão branco.
17 Na cesta de cima havia todo tipo de pães e doces que o faraó aprecia, mas as aves vinham comer da cesta que eu trazia na cabeça".
18 E disse José: "Esta é a interpretação: as três cestas são três dias.
19 Dentro de três dias o faraó vai decapitá-lo e pendurá-lo numa árvore. E as aves comerão a sua carne".
20 Três dias depois era o aniversário do faraó, e ele ofereceu um banquete a todos os seus conselheiros. Na presença deles reapresentou o chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros;
21 restaurou à sua posição o chefe dos copeiros, de modo que ele voltou a ser aquele que servia a taça do faraó,
22 mas ao chefe dos padeiros mandou enforcar, como José lhes dissera em sua interpretação.
23 O chefe dos copeiros, porém, não se lembrou de José; ao contrário, esqueceu-se dele.
Gênesis 41
O sonho de Faraó
1 Ao final de dois anos, o faraó teve um sonho. Ele estava em pé junto ao rio Nilo,
2 quando saíram do rio sete vacas belas e gordas, que começaram a pastar entre os juncos.
3 Depois saíram do rio mais sete vacas, feias e magras, que foram para junto das outras, à beira do Nilo.
4 Então as vacas feias e magras comeram as sete vacas belas e gordas. Nisso o faraó acordou.5 Tornou a adormecer e teve outro sonho. Sete espigas de trigo, graúdas e boas, cresciam no mesmo pé.
6 Depois brotaram outras sete espigas, mirradas e ressequidas pelo vento leste.
7 As espigas mirradas engoliram as sete espigas graúdas e cheias. Então o faraó acordou; era um sonho.
8 Pela manhã, perturbado, mandou chamar todos os magos e sábios do Egito e lhes contou os sonhos, mas ninguém foi capaz de interpretá-los.
9 Então o chefe dos copeiros disse ao faraó: "Hoje me lembro de minhas faltas.
10 Certa vez o faraó ficou irado com dois dos seus servos e mandou prender-me junto com o chefe dos padeiros, na casa do capitão da guarda.
11 Certa noite cada um de nós teve um sonho, e cada sonho tinha uma interpretação.
12 Pois bem, havia lá conosco um jovem hebreu, servo do capitão da guarda. Contamos a ele os nossos sonhos, e ele os interpretou, dando a cada um de nós a interpretação do seu próprio sonho.
13 E tudo aconteceu conforme ele nos dissera: eu fui restaurado à minha posição, e o outro foi enforcado".
14 O faraó mandou chamar José, que foi trazido depressa do calabouço. Depois de se barbear e trocar de roupa, apresentou-se ao faraó.
15 O faraó disse a José: "Tive um sonho que ninguém consegue interpretar. Mas ouvi falar que você, ao ouvir um sonho, é capaz de interpretá-lo".
16 Respondeu-lhe José: "Isso não depende de mim, mas Deus dará ao faraó uma resposta favorável".
17 Então o faraó contou o sonho a José: "Sonhei que estava em pé, à beira do Nilo,
18 quando saíram do rio sete vacas, belas e gordas, que começaram a pastar entre os juncos.
19 Depois saíram outras sete, raquíticas, muito feias e magras. Nunca vi vacas tão feias em toda a terra do Egito.
20 As vacas magras e feias comeram as sete vacas gordas que tinham aparecido primeiro.
21 Mesmo depois de havê-las comido, não parecia que o tivessem feito, pois continuavam tão magras como antes. Então acordei.
22 "Depois tive outro sonho. Vi sete espigas de cereal, cheias e boas, que cresciam num mesmo pé.
23 Depois delas, brotaram outras sete, murchas e mirradas, ressequidas pelo vento leste.
24 As espigas magras engoliram as sete espigas boas. Contei isso aos magos, mas ninguém foi capaz de explicá-lo".
25 "O faraó teve um único sonho", disse-lhe José. "Deus revelou ao faraó o que ele está para fazer.
26 As sete vacas boas são sete anos, e as sete espigas boas são também sete anos; trata-se de um único sonho.
27 As sete vacas magras e feias que surgiram depois das outras, e as sete espigas mirradas, queimadas pelo vento leste, são sete anos. Serão sete anos de fome.
28 "É exatamente como eu disse ao faraó: Deus mostrou ao faraó aquilo que ele vai fazer.
29 Sete anos de muita fartura estão para vir sobre toda a terra do Egito,
30 mas depois virão sete anos de fome. Então todo o tempo de fartura será esquecido, pois a fome arruinará a terra.
31 A fome que virá depois será tão rigorosa que o tempo de fartura não será mais lembrado na terra.
32 O sonho veio ao faraó duas vezes porque a questão já foi decidida por Deus, que se apressa em realizá-la.
33 "Procure agora o faraó um homem criterioso e sábio e ponha-o no comando da terra do Egito.
34 O faraó também deve estabelecer supervisores para recolher um quinto da colheita do Egito durante os sete anos de fartura.
35 Eles deverão recolher o que puderem nos anos bons que virão e fazer estoques de trigo que, sob o controle do faraó, serão armazenados nas cidades.
36 Esse estoque servirá de reserva para os sete anos de fome que virão sobre o Egito, para que a terra não seja arrasada pela fome."
37 O plano pareceu bom ao faraó e a todos os seus conselheiros.
38 Por isso o faraó lhes perguntou: "Será que vamos achar alguém como este homem, em quem está o espírito divino?"
39 Disse, pois, o faraó a José: "Uma vez que Deus lhe revelou todas essas coisas, não há ninguém tão criterioso e sábio como você.
40 Você terá o comando de meu palácio, e todo o meu povo se sujeitará às suas ordens. Somente em relação ao trono serei maior que você".
José, governador do Egipto
41 E o faraó prosseguiu: "Entrego a você agora o comando de toda a terra do Egito".
42 Em seguida, o faraó tirou do dedo o seu anel-selo e o colocou no dedo de José. Mandou-o vestir linho fino e colocou uma corrente de ouro em seu pescoço.
43 Também o fez subir em sua segunda carruagem real, e à frente os arautos iam gritando: "Abram caminho!" Assim José foi posto no comando de toda a terra do Egito.
44 Disse ainda o faraó a José: "Eu sou o faraó, mas sem a sua palavra ninguém poderá levantar a mão nem o pé em todo o Egito".
45 O faraó deu a José o nome de Zafenate-Paneia e lhe deu por mulher Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. Depois José foi inspecionar toda a terra do Egito.
46 José tinha trinta anos de idade quando começou a servir ao faraó, rei do Egito. Ele se ausentou da presença do faraó e foi percorrer todo o Egito.
47 Durante os sete anos de fartura a terra teve grande produção.
48 José recolheu todo o excedente dos sete anos de fartura no Egito e o armazenou nas cidades. Em cada cidade ele armazenava o trigo colhido nas lavouras das redondezas.
49 Assim José estocou muito trigo, como a areia do mar. Tal era a quantidade que ele parou de anotar, porque ia além de toda medida.
50 Antes dos anos de fome, Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om, deu a José dois filhos.
51 Ao primeiro, José deu o nome de Manassés, dizendo: "Deus me fez esquecer todo o meu sofrimento e toda a casa de meu pai".
52 Ao segundo filho, chamou Efraim, dizendo: "Deus me fez prosperar na terra onde tenho sofrido".
53 Assim chegaram ao fim os sete anos de fartura no Egito,
54 e começaram os sete anos de fome, como José tinha predito. Houve fome em todas as terras, mas em todo o Egito havia alimento.
55 Quando todo o Egito começou a sofrer com a fome, o povo clamou ao faraó por comida, e este respondeu a todos os egípcios: "Dirijam-se a José e façam o que ele disser".
56 Quando a fome já se havia espalhado por toda a terra, José mandou abrir os locais de armazenamento e começou a vender trigo aos egípcios, pois a fome se agravava em todo o Egito.
57 E de toda a terra vinha gente ao Egito para comprar trigo de José, porquanto a fome se agravava em toda parte.
Gênesis 42
Os irmãos de José vão ao Egito
1 Quando Jacó soube que no Egito havia trigo, disse a seus filhos: "Por que estão aí olhando uns para os outros?"
2 Disse ainda: "Ouvi dizer que há trigo no Egito. Desçam até lá e comprem trigo para nós, para que possamos continuar vivos e não morramos de fome".
3 Assim dez dos irmãos de José desceram ao Egito para comprar trigo.
4 Jacó não deixou que Benjamim, irmão de José, fosse com eles, temendo que algum mal lhe acontecesse.
5 Os filhos de Israel estavam entre outros que também foram comprar trigo, por causa da fome na terra de Canaã.
6 José era o governador do Egito e era ele que vendia trigo a todo o povo da terra. Por isso, quando os irmãos de José chegaram, curvaram-se diante dele com o rosto em terra.
7 José reconheceu os seus irmãos logo que os viu, mas agiu como se não os conhecesse, e lhes falou asperamente: "De onde vocês vêm?"
Responderam eles: "Da terra de Canaã, para comprar comida".
8 José reconheceu os seus irmãos, mas eles não o reconheceram.
9 Lembrou-se então dos sonhos que tivera a respeito deles e lhes disse: "Vocês são espiões! Vieram para ver onde a nossa terra está desprotegida".
10 Eles responderam: "Não, meu senhor. Teus servos vieram comprar comida.
11 Todos nós somos filhos do mesmo pai. Teus servos são homens honestos, e não espiões".
12 Mas José insistiu: "Não! Vocês vieram ver onde a nossa terra está desprotegida".
13 E eles disseram: "Teus servos eram doze irmãos, todos filhos do mesmo pai, na terra de Canaã. O caçula está agora em casa com o pai, e o outro já morreu".
14 José tornou a afirmar: "É como lhes falei: Vocês são espiões!
15 Vocês serão postos à prova. Juro pela vida do faraó que vocês não sairão daqui, enquanto o seu irmão caçula não vier para cá.
16 Mandem algum de vocês buscar o seu irmão enquanto os demais aguardam presos. Assim ficará provado se as suas palavras são verdadeiras ou não. Se não forem, juro pela vida do faraó que ficará confirmado que vocês são espiões!"
17 E os deixou presos três dias.
18 No terceiro dia, José lhes disse: "Eu tenho temor de Deus. Se querem salvar sua vida, façam o seguinte:
19 se vocês são homens honestos, deixem um dos seus irmãos aqui na prisão, enquanto os demais voltam, levando trigo para matar a fome das suas famílias.
20 Tragam-me, porém, o seu irmão caçula, para que se comprovem as suas palavras e vocês não tenham que morrer".
21 Eles se prontificaram a fazer isso e disseram uns aos outros: "Certamente estamos sendo punidos pelo que fizemos a nosso irmão. Vimos como ele estava angustiado, quando nos implorava por sua vida, mas não lhe demos ouvidos; por isso nos sobreveio esta angústia".
22 Rúben respondeu: "Eu não lhes disse que não maltratassem o menino? Mas vocês não quiseram me ouvir! Agora teremos que prestar contas do seu sangue".
23 Eles, porém, não sabiam que José podia compreendê-los, pois ele lhes falava por meio de um intérprete.
24 Nisso José retirou-se e começou a chorar, mas logo depois voltou e conversou de novo com eles. Então escolheu Simeão e mandou acorrentá-lo diante deles.
25 Em seguida, José deu ordem para que enchessem de trigo suas bagagens, devolvessem a prata de cada um deles, colocando-a nas bagagens, e lhes dessem mantimentos para a viagem. E assim foi feito.
26 Eles puseram a carga de trigo sobre os seus jumentos e partiram.
27 No lugar onde pararam para pernoitar, um deles abriu a bagagem para pegar forragem para o seu jumento e viu a prata na boca da bagagem.
28 E disse a seus irmãos: "Devolveram a minha prata. Está aqui em minha bagagem".
Tomados de pavor em seu coração e tremendo, disseram uns aos outros: "Que é isto que Deus fez conosco?"
29 Ao chegarem à casa de seu pai Jacó, na terra de Canaã, relataram-lhe tudo o que lhes acontecera, dizendo:
30 "O homem que governa aquele país falou asperamente conosco e nos tratou como espiões.
31 Mas nós lhe asseguramos que somos homens honestos e não espiões.
32 Dissemos também que éramos doze irmãos, filhos do mesmo pai, e que um já havia morrido e que o caçula estava com o nosso pai, em Canaã.
33 "Então o homem que governa aquele país nos disse: 'Vejamos se vocês são honestos: um dos seus irmãos ficará aqui comigo, e os outros poderão voltar e levar mantimentos para matar a fome das suas famílias.
34 Tragam-me, porém, o seu irmão caçula, para que eu comprove que vocês não são espiões, mas sim, homens honestos. Então lhes devolverei o irmão e os autorizarei a fazer negócios nesta terra' ".
35 Ao esvaziarem as bagagens, dentro da bagagem de cada um estava a sua bolsa cheia de prata. Quando eles e seu pai viram as bolsas cheias de prata, ficaram com medo.
36 E disse-lhes seu pai Jacó: "Vocês estão tirando meus filhos de mim! Já fiquei sem José, agora sem Simeão e ainda querem levar Benjamim. Tudo está contra mim!"
37 Então Rúben disse ao pai: "Podes matar meus dois filhos se eu não o trouxer de volta. Deixa-o aos meus cuidados, e eu o trarei".
38 Mas o pai respondeu: "Meu filho não descerá com vocês; seu irmão está morto, e ele é o único que resta. Se qualquer mal lhe acontecer na viagem que estão por fazer, vocês farão estes meus cabelos brancos descer à sepultura com tristeza".
Gênesis 43
A segunda viagem ao Egipto
1 A fome continuava rigorosa na terra.
2 Assim, quando acabou todo o trigo que os filhos de Jacó tinham trazido do Egito, seu pai lhes disse: "Voltem e comprem um pouco mais de comida para nós".
3 Mas Judá lhe disse: "O homem nos advertiu severamente: 'Não voltem à minha presença, a não ser que tragam o seu irmão'.
4 Se enviares o nosso irmão conosco, desceremos e compraremos comida para ti.5 Mas, se não o enviares conosco, não iremos, porque foi assim que o homem falou: 'Não voltem à minha presença, a não ser que tragam o seu irmão' ".
6 Israel perguntou: "Por que me causaram esse mal, contando àquele homem que tinham outro irmão?"
7 E lhe responderam: "Ele nos interrogou sobre nós e sobre nossa família. E também nos perguntou: 'O pai de vocês ainda está vivo? Vocês têm outro irmão?' Nós simplesmente respondemos ao que ele nos perguntou. Como poderíamos saber que ele exigiria que levássemos o nosso irmão?"
8 Então disse Judá a Israel, seu pai: "Deixa o jovem ir comigo e partiremos imediatamente, a fim de que tu, nós e nossas crianças sobrevivamos e não venhamos a morrer.
9 Eu me comprometo pessoalmente pela segurança dele; podes me considerar responsável por ele. Se eu não o trouxer de volta e não o colocar bem aqui na tua presença, serei culpado diante de ti pelo resto da minha vida.
10 Como se vê, se não tivéssemos demorado tanto, já teríamos ido e voltado duas vezes".
11 Então Israel, seu pai, lhes disse: "Se tem que ser assim, que seja! Coloquem alguns dos melhores produtos da nossa terra na bagagem e levem-nos como presente ao tal homem: um pouco de bálsamo, um pouco de mel, algumas especiarias e mirra, algumas nozes de pistache e amêndoas.
12 Levem prata em dobro, e devolvam a prata que foi colocada de volta na boca da bagagem de vocês. Talvez isso tenha acontecido por engano.
13 Peguem também o seu irmão e voltem àquele homem.
14 Que o Deus todo-poderoso lhes conceda misericórdia diante daquele homem, para que ele permita que o seu outro irmão e Benjamim voltem com vocês. Quanto a mim, se ficar sem filhos, sem filhos ficarei".
15 Então os homens desceram ao Egito, levando o presente, prata em dobro e Benjamim, e foram à presença de José.
16 Quando José viu Benjamim com eles, disse ao administrador de sua casa: "Leve estes homens à minha casa, mate um animal e prepare-o; eles almoçarão comigo ao meio-dia".
17 Ele fez o que lhe fora ordenado e levou-os à casa de José.
18 Eles ficaram com medo, quando foram levados à casa de José, e pensaram: "Trouxeram-nos aqui por causa da prata que foi devolvida às nossas bagagens na primeira vez. Ele quer atacar-nos, subjugar-nos, tornar-nos escravos e tomar de nós os nossos jumentos".
19 Por isso, dirigiram-se ao administrador da casa de José e lhe disseram à entrada da casa:
20 "Ouça, senhor! A primeira vez que viemos aqui foi realmente para comprar comida.
21 Mas, no lugar em que paramos para pernoitar, abrimos nossas bagagens e cada um de nós encontrou a prata que tinha trazido, na quantia exata. Por isso a trouxemos de volta conosco,
22 além de mais prata, para comprar comida. Não sabemos quem pôs a prata em nossa bagagem".
23 "Fiquem tranquilos", disse o administrador. "Não tenham medo. O seu Deus, o Deus de seu pai, foi quem lhes deu um tesouro em suas bagagens, porque a prata de vocês eu recebi." Então soltou Simeão e o levou à presença deles.
24 Em seguida, os levou à casa de José, deu-lhes água para lavarem os pés e forragem para os seus jumentos.
25 Eles então prepararam o presente para a chegada de José ao meio-dia, porque ficaram sabendo que iriam almoçar ali.
26 Quando José chegou, eles o presentearam com o que tinham trazido e curvaram-se diante dele até o chão.
27 Ele então lhes perguntou como passavam e disse em seguida: "Como vai o pai de vocês, o homem idoso de quem me falaram? Ainda está vivo?"
28 Eles responderam: "Teu servo, nosso pai, ainda vive e passa bem". E se curvaram para prestar-lhe honra.
29 Olhando ao redor e vendo seu irmão Benjamim, filho de sua mãe, José perguntou: "É este o irmão caçula de quem me falaram?" E acrescentou: "Deus lhe conceda graça, meu filho".
30 Profundamente emocionado por causa de seu irmão, José apressou-se em sair à procura de um lugar para chorar, e, entrando em seu quarto, chorou.
31 Depois de lavar o rosto, saiu e, controlando-se, disse: "Sirvam a comida".
32 Serviram a ele em separado dos seus irmãos e também dos egípcios que comiam com ele, porque os egípcios não podiam comer com os hebreus, pois isso era sacrilégio para eles.
33 Seus irmãos foram colocados à mesa perante ele por ordem de idade, do mais velho ao mais moço, e olhavam perplexos uns para os outros.
34 Então lhes serviram da comida da mesa de José, e a porção de Benjamim era cinco vezes maior que a dos outros. E eles festejaram e beberam à vontade.
Gênesis 44
A taça de prata no saco
1 José deu as seguintes ordens ao administrador de sua casa: "Encha as bagagens desses homens com todo o mantimento que puderem carregar e coloque a prata de cada um na boca de sua bagagem.
2 Depois coloque a minha taça, a taça de prata, na boca da bagagem do caçula, junto com a prata paga pelo trigo". E ele fez tudo conforme as ordens de José.
3 Assim que despontou a manhã, despediram os homens com os seus jumentos.
4 Ainda não tinham se afastado da cidade, quando José disse ao administrador de sua casa: "Vá atrás daqueles homens e, quando os alcançar, diga-lhes: Por que retribuíram o bem com o mal?
5 Não é esta a taça que o meu senhor usa para beber e para fazer adivinhações? Vocês cometeram grande maldade!"
6 Quando ele os alcançou, repetiu-lhes essas palavras.
7 Mas eles lhe responderam: "Por que o meu senhor diz isso? Longe dos seus servos fazer tal coisa!
8 Nós lhe trouxemos de volta, da terra de Canaã, a prata que encontramos na boca de nossa bagagem. Como roubaríamos prata ou ouro da casa do seu senhor?
9 Se algum dos seus servos for encontrado com ela, morrerá; e nós, os demais, seremos escravos do meu senhor".
10 E disse ele: "Concordo. Somente quem for encontrado com ela será meu escravo; os demais estarão livres".
11 Cada um deles descarregou depressa a sua bagagem e abriu-a.
12 O administrador começou então a busca, desde a bagagem do mais velho até a do mais novo. E a taça foi encontrada na bagagem de Benjamim.
13 Diante disso, eles rasgaram as suas vestes. Em seguida, todos puseram a carga de novo em seus jumentos e retornaram à cidade.
14 Quando Judá e seus irmãos chegaram à casa de José, ele ainda estava lá. Então eles se lançaram ao chão perante ele.
15 E José lhes perguntou: "Que foi que vocês fizeram? Vocês não sabem que um homem como eu tem poder para adivinhar?"
16 Respondeu Judá: "O que diremos a meu senhor? Que podemos falar? Como podemos provar nossa inocência? Deus trouxe à luz a culpa dos teus servos. Agora somos escravos do meu senhor, como também aquele que foi encontrado com a taça".
17 Disse, porém, José: "Longe de mim fazer tal coisa! Somente aquele que foi encontrado com a taça será meu escravo. Os demais podem voltar em paz para a casa do seu pai".
18 Então Judá dirigiu-se a ele, dizendo: "Por favor, meu senhor, permite-me dizer-te uma palavra. Não se acenda a tua ira contra o teu servo, embora sejas igual ao próprio faraó.
19 Meu senhor perguntou a estes seus servos se ainda tínhamos pai e algum outro irmão.
20 E nós respondemos: Temos um pai já idoso, cujo filho caçula nasceu-lhe em sua velhice. O irmão deste já morreu, e ele é o único filho da mesma mãe que restou, e seu pai o ama muito.
21 "Então disseste a teus servos que o trouxessem a ti para que os teus olhos pudessem vê-lo.
22 E nós respondemos a meu senhor que o jovem não poderia deixar seu pai, pois, caso o fizesse, seu pai morreria.
23 Todavia disseste a teus servos que, se o nosso irmão caçula não viesse conosco, nunca mais veríamos a tua face.
24 Quando voltamos a teu servo, a meu pai, contamos-lhe o que o meu senhor tinha dito.
25 "Quando o nosso pai nos mandou voltar para comprar um pouco mais de comida,
26 nós lhe dissemos: 'Só poderemos voltar para lá, se o nosso irmão caçula for conosco. Pois não poderemos ver a face daquele homem, a não ser que o nosso irmão caçula esteja conosco'.
27 "Teu servo, meu pai, nos disse então: 'Vocês sabem que minha mulher me deu apenas dois filhos.
28 Um deles se foi, e eu disse: Com certeza foi despedaçado. E, até hoje, nunca mais o vi.
29 Se agora vocês também levarem este de mim, e algum mal lhe acontecer, a tristeza que me causarão fará com que os meus cabelos brancos desçam à sepultura'.
30 "Agora, pois, se eu voltar a teu servo, a meu pai, sem levar o jovem conosco, logo que meu pai, que é tão apegado a ele,
31 perceber que o jovem não está conosco, morrerá. Teus servos farão seu velho pai descer seus cabelos brancos à sepultura com tristeza.
32 "Além disso, teu servo garantiu a segurança do jovem a seu pai, dizendo-lhe: 'Se eu não o trouxer de volta, suportarei essa culpa diante de ti pelo resto da minha vida!'
33 "Por isso agora te peço, por favor, deixa o teu servo ficar como escravo do meu senhor no lugar do jovem e permite que ele volte com os seus irmãos.
34 Como poderei eu voltar a meu pai sem levar o jovem comigo? Não! Não posso ver o mal que sobreviria a meu pai".
Gênesis 45
José dá-se a conhecer
1 A essa altura, José já não podia mais conter-se diante de todos os que ali estavam, e gritou: "Façam sair a todos!" Assim, ninguém mais estava presente quando José se revelou a seus irmãos.
2 E ele se pôs a chorar tão alto que os egípcios o ouviram, e a notícia chegou ao palácio do faraó.
3 Então disse José a seus irmãos: "Eu sou José! Meu pai ainda está vivo?" Mas os seus irmãos ficaram tão pasmados diante dele que não conseguiam responder-lhe.
4 "Cheguem mais perto", disse José a seus irmãos. Quando eles se aproximaram, disse-lhes: "Eu sou José, seu irmão, aquele que vocês venderam ao Egito!5 Agora, não se aflijam nem se recriminem por terem me vendido para cá, pois foi para salvar vidas que Deus me enviou adiante de vocês.
6 Já houve dois anos de fome na terra, e nos próximos cinco anos não haverá cultivo nem colheita.
7 Mas Deus me enviou à frente de vocês para lhes preservar um remanescente nesta terra e para salvar-lhes a vida com grande livramento.
8 "Assim, não foram vocês que me mandaram para cá, mas sim o próprio Deus. Ele me tornou ministro do faraó, e me fez administrador de todo o palácio e governador de todo o Egito.
9 Voltem depressa a meu pai e digam-lhe: Assim diz o seu filho José: 'Deus me fez senhor de todo o Egito. Vem para cá, não te demores.
10 Tu viverás na região de Gósen e ficarás perto de mim - tu, os teus filhos, os teus netos, as tuas ovelhas, os teus bois e todos os teus bens.
11 Eu te sustentarei ali, porque ainda haverá cinco anos de fome. Do contrário, tu, a tua família e todos os teus rebanhos acabarão na miséria'.
12 "Vocês estão vendo com os seus próprios olhos, e meu irmão Benjamim também, que realmente sou eu que estou falando com vocês.
13 Contem a meu pai quanta honra me prestam no Egito e tudo o que vocês mesmos testemunharam. E tragam meu pai para cá depressa".
14 Então ele se lançou chorando sobre o seu irmão Benjamim e o abraçou, e Benjamim também o abraçou, chorando.
15 Em seguida, beijou todos os seus irmãos e chorou com eles. E só depois os seus irmãos conseguiram conversar com ele.
16 Quando se ouviu no palácio do faraó que os irmãos de José haviam chegado, o faraó e todos os seus conselheiros se alegraram.
17 Disse então o faraó a José: "Diga a seus irmãos que ponham as cargas nos seus animais, voltem para a terra de Canaã
18 e retornem para cá, trazendo seu pai e suas famílias. Eu lhes darei o melhor da terra do Egito e vocês poderão desfrutar a fartura desta terra.
19 "Mande-os também levar carruagens do Egito para trazerem as suas mulheres, os seus filhos e seu pai.
20 Não se preocupem com os seus bens, pois o melhor de todo o Egito será de vocês".
21 Assim fizeram os filhos de Israel. José lhes providenciou carruagens, como o faraó tinha ordenado, e também mantimentos para a viagem.
22 A cada um deu uma muda de roupa nova, mas a Benjamim deu trezentas peças de prata e cinco mudas de roupa nova.
23 E a seu pai enviou dez jumentos carregados com o melhor do que havia no Egito e dez jumentas carregadas de trigo, pão e outras provisões para a viagem.
24 Depois despediu-se dos seus irmãos e, ao partirem, disse-lhes: "Não briguem pelo caminho!"
25 Assim partiram do Egito e voltaram a seu pai Jacó, na terra de Canaã,
26 e lhe deram a notícia: "José ainda está vivo! Na verdade ele é o governador de todo o Egito". O coração de Jacó quase parou! Não podia acreditar neles.
27 Mas, quando lhe relataram tudo o que José lhes dissera, e, vendo Jacó, seu pai, as carruagens que José enviara para buscá-lo, seu espírito reviveu.
28 E Israel disse: "Basta! Meu filho José ainda está vivo. Irei vê-lo antes que eu morra".
Gênesis 46
Jacob vai para o Egipto
1 Israel partiu com tudo o que lhe pertencia. Ao chegar a Berseba, ofereceu sacrifícios ao Deus de Isaque, seu pai.
2 E Deus falou a Israel por meio de uma visão noturna: "Jacó! Jacó!"
"Eis-me aqui", respondeu ele.
3 "Eu sou Deus, o Deus de seu pai", disse ele. "Não tenha medo de descer ao Egito, porque lá farei de você uma grande nação.
4 Eu mesmo descerei ao Egito com você e certamente o trarei de volta. E a mão de José fechará os seus olhos."
5 Então Jacó partiu de Berseba. Os filhos de Israel levaram seu pai, Jacó, seus filhos e as suas mulheres nas carruagens que o faraó tinha enviado.
6 Também levaram os seus rebanhos e os bens que tinham adquirido em Canaã. Assim Jacó foi para o Egito com toda a sua descendência.
7 Levou consigo para o Egito seus filhos, seus netos, suas filhas e suas netas, isto é, todos os seus descendentes.
8 Estes são os nomes dos israelitas, Jacó e seus descendentes, que foram para o Egito: Rúben, o filho mais velho de Jacó.
9 Estes foram os filhos de Rúben: Enoque, Palu, Hezrom e Carmi.
10 Estes foram os filhos de Simeão: Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar
e Saul, filho de uma cananeia.
11 Estes foram os filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari.
12 Estes foram os filhos de Judá: Er, Onã, Selá, Perez e Zerá. Er e Onã morreram na terra de Canaã. Estes foram os filhos de Perez: Hezrom e Hamul.
13 Estes foram os filhos de Issacar: Tolá, Puá, Jasube e Sinrom.
14 Estes foram os filhos de Zebulom: Serede, Elom e Jaleel.
15 Foram esses os filhos que Lia deu a Jacó em Padã-Arã, além de Diná, sua filha. Seus descendentes eram ao todo trinta e três.
16 Estes foram os filhos de Gade: Zefom, Hagi, Suni, Esbom, Eri, Arodi e Areli.
17 Estes foram os filhos de Aser: Imna, Isvá, Isvi e Berias, e a irmã deles, Sera.
Estes foram os filhos de Berias: Héber e Malquiel.
18 Foram esses os dezesseis descendentes que Zilpa, serva que Labão tinha dado à sua filha Lia, deu a Jacó.
19 Estes foram os filhos de Raquel, mulher de Jacó: José e Benjamim.
20 Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om, deu dois filhos a José no Egito: Manassés e Efraim.
21 Estes foram os filhos de Benjamim: Belá, Bequer, Asbel, Gera, Naamã, Eí, Rôs, Mupim, Hupim e Arde.
22 Foram esses os catorze descendentes que Raquel deu a Jacó.
23 O filho de Dã foi Husim.
24 Estes foram os filhos de Naftali: Jazeel, Guni, Jezer e Silém.
25 Foram esses os sete descendentes que Bila, serva que Labão tinha dado à sua filha Raquel, deu a Jacó.
26 Todos os que foram para o Egito com Jacó, todos os seus descendentes, sem contar as mulheres de seus filhos, totalizaram sessenta e seis pessoas.
27 Com mais os dois filhos que nasceram a José no Egito, os membros da família de Jacó que foram para o Egito chegaram a setenta.
28 Ora, Jacó enviou Judá à sua frente a José, para saber como ir a Gósen. Quando lá chegaram,
29 José, de carruagem pronta, partiu para Gósen para encontrar-se com seu pai, Israel. Assim que o viu, correu para abraçá-lo e, abraçado a ele, chorou longamente.
30 Israel disse a José: "Agora já posso morrer, pois vi o seu rosto e sei que você ainda está vivo".
31 Então José disse aos seus irmãos e a toda a família de seu pai: "Vou partir e informar ao faraó que os meus irmãos e toda a família de meu pai, que viviam em Canaã, vieram para cá.
32 Direi que os homens são pastores, cuidam de rebanhos, e trouxeram consigo suas ovelhas, seus bois e tudo quanto lhes pertence.
33 Quando o faraó mandar chamá-los e perguntar: 'Em que vocês trabalham?',
34 respondam-lhe assim: 'Teus servos criam rebanhos desde pequenos, como o fizeram nossos antepassados'. Assim lhes será permitido habitar na região de Gósen, pois todos os pastores são desprezados pelos egípcios".
Gênesis 47
1 José foi dar as notícias ao faraó: "Meu pai e meus irmãos chegaram de Canaã com suas ovelhas, seus bois e tudo o que lhes pertence, e estão agora em Gósen".
2 Depois escolheu cinco de seus irmãos e os apresentou ao faraó.
3 Perguntou-lhes o faraó: "Em que vocês trabalham?" Eles lhe responderam: "Teus servos são pastores, como os nossos antepassados".
4 Disseram-lhe ainda: "Viemos morar aqui por uns tempos, porque a fome é rigorosa em Canaã, e os rebanhos de teus servos não têm pastagem. Agora, por favor, permite que teus servos se estabeleçam em Gósen".
5 Então o faraó disse a José: "Seu pai e seus irmãos vieram a você,
6 e a terra do Egito está a sua disposição; faça com que seu pai e seus irmãos habitem na melhor parte da terra. Deixe-os morar em Gósen. E, se você vê que alguns deles são competentes, ponha-os como responsáveis por meu rebanho".
7 Então José levou seu pai Jacó ao faraó e o apresentou a ele. Depois Jacó abençoou o faraó,
8 e este lhe perguntou: "Quantos anos o senhor tem?"
9 Jacó respondeu ao faraó: "São cento e trinta os anos da minha peregrinação. Foram poucos e difíceis e não chegam aos anos da peregrinação dos meus antepassados".
10 Então, Jacó abençoou o faraó e retirou-se.
11 José instalou seu pai e seus irmãos e deu-lhes propriedade na melhor parte das terras do Egito, na região de Ramessés, conforme a ordem do faraó.
12 Providenciou também sustento para seu pai, para seus irmãos e para toda a sua família, de acordo com o número de filhos de cada um.
José e a fome
13 Não havia mantimento em toda a região, pois a fome era rigorosa; tanto o Egito como Canaã desfaleciam por causa da fome.
14 José recolheu toda a prata que circulava no Egito e em Canaã, dada como pagamento do trigo que o povo comprava, e levou-a ao palácio do faraó.
15 Quando toda a prata do Egito e de Canaã se esgotou, todos os egípcios foram suplicar a José: "Dá-nos comida! Não nos deixes morrer só porque a nossa prata acabou".
16 E José lhes disse: "Tragam então os seus rebanhos, e em troca lhes darei trigo, uma vez que a prata de vocês acabou".
17 E trouxeram a José os rebanhos, e ele deu-lhes trigo em troca de cavalos, ovelhas, bois e jumentos. Durante aquele ano inteiro ele os sustentou em troca de todos os seus rebanhos.
18 O ano passou, e no ano seguinte voltaram a José, dizendo: "Não temos como esconder de ti, meu senhor, que uma vez que a nossa prata acabou e os nossos rebanhos lhe pertencem, nada mais nos resta para oferecer, a não ser os nossos próprios corpos e as nossas terras.
19 Não deixes que morramos e que as nossas terras pereçam diante dos teus olhos! Compra-nos, e compra as nossas terras, em troca de trigo, e nós, com as nossas terras, seremos escravos do faraó. Dá-nos sementes para que sobrevivamos e não morramos de fome, a fim de que a terra não fique desolada".
20 Assim, José comprou todas as terras do Egito para o faraó. Todos os egípcios tiveram que vender os seus campos, pois a fome os obrigou a isso. A terra tornou-se propriedade do faraó.
21 Quanto ao povo, José o reduziu à servidão, de uma à outra extremidade do Egito.
22 Somente as terras dos sacerdotes não foram compradas, porque, por lei, esses recebiam sustento regular do faraó, e disso viviam. Por isso não tiveram que vender as suas terras.
23 Então José disse ao povo: "Ouçam! Hoje comprei vocês e suas terras para o faraó; aqui estão as sementes para que cultivem a terra.
24 Mas vocês darão a quinta parte das suas colheitas ao faraó. Os outros quatro quintos ficarão para vocês como sementes para os campos e como alimento para vocês, seus filhos e os que vivem em suas casas".
25 Eles disseram: "Meu senhor, tu nos salvaste a vida. Visto que nos favoreceste, seremos escravos do faraó".
26 Assim, quanto à terra, José estabeleceu o seguinte decreto no Egito, que permanece até hoje: um quinto da produção pertence ao faraó. Somente as terras dos sacerdotes não se tornaram propriedade do faraó.
27 Os israelitas se estabeleceram no Egito, na região de Gósen. Lá adquiriram propriedades, foram prolíferos e multiplicaram-se muito.
28 Jacó viveu dezessete anos no Egito, e os anos da sua vida chegaram a cento e quarenta e sete.
29 Aproximando-se a hora da sua morte, Israel chamou seu filho José e lhe disse: "Se quer agradar-me, ponha a mão debaixo da minha coxa e prometa que será bondoso e fiel comigo: Não me sepulte no Egito.
30 Quando eu descansar com meus pais, leve-me daqui do Egito e sepulte-me junto a eles". José respondeu: "Farei como o senhor me pede".
31 Mas Jacó insistiu: "Jure-me". E José lhe jurou, e Israel curvou-se apoiado em seu bordão.
Gênesis 48
Manassés e Efraim
1 Algum tempo depois, disseram a José: "Seu pai está doente"; e ele foi vê-lo, levando consigo seus dois filhos, Manassés e Efraim.
2 E anunciaram a Jacó: "Seu filho José veio vê-lo". Israel reuniu suas forças e assentou-se na cama.
3 Então disse Jacó a José: "O Deus todo-poderoso apareceu-me em Luz, na terra de Canaã, e ali me abençoou,
4 dizendo: 'Eu o farei prolífero e o multiplicarei. Farei de você uma comunidade de povos e darei esta terra por propriedade perpétua aos seus descendentes'.
5 "Agora, pois, os seus dois filhos que lhe nasceram no Egito, antes da minha vinda para cá, serão reconhecidos como meus; Efraim e Manassés serão meus, como são meus Rúben e Simeão.
6 Os filhos que lhe nascerem depois deles serão seus; serão convocados sob o nome dos seus irmãos para receberem sua herança.
7 Quando eu voltava de Padã, para minha tristeza Raquel morreu em Canaã, quando ainda estávamos a caminho, a pouca distância de Efrata. Eu a sepultei ali, ao lado do caminho para Efrata, que é Belém".
8 Quando Israel viu os filhos de José, perguntou: "Quem são estes?"
9 Respondeu José a seu pai: "São os filhos que Deus me deu aqui". Então Israel disse: "Traga-os aqui para que eu os abençoe".
10 Os olhos de Israel já estavam enfraquecidos por causa da idade avançada, e ele mal podia enxergar. Por isso José levou seus filhos para perto dele, e seu pai os beijou e os abraçou.
11 E Israel disse a José: "Nunca pensei que veria a sua face novamente, e agora Deus me concede ver também os seus filhos!"
12 Em seguida, José os tirou do colo de Israel e curvou-se com o rosto em terra.
13 E José tomou os dois, Efraim à sua direita, perto da mão esquerda de Israel, e Manassés à sua esquerda, perto da mão direita de Israel, e os aproximou dele.
14 Israel, porém, estendeu a mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim, embora este fosse o mais novo e, cruzando os braços, pôs a mão esquerda sobre a cabeça de Manassés, embora Manassés fosse o filho mais velho.
15 E abençoou a José, dizendo: "Que o Deus, a quem serviram meus pais Abraão e Isaque, o Deus que tem sido o meu pastor em toda a minha vida até o dia de hoje,
16 o Anjo que me redimiu de todo o mal, abençoe estes meninos. Sejam eles chamados pelo meu nome e pelos nomes de meus pais Abraão e Isaque, e cresçam muito na terra".
17 Quando José viu seu pai colocar a mão direita sobre a cabeça de Efraim, não gostou; por isso pegou a mão do pai, a fim de mudá-la da cabeça de Efraim para a de Manassés,
18 e lhe disse: "Não, meu pai, este aqui é o mais velho; ponha a mão direita sobre a cabeça dele".
19 Mas seu pai recusou-se e respondeu: "Eu sei, meu filho, eu sei. Ele também se tornará um povo, também será grande. Apesar disso, seu irmão mais novo será maior do que ele, e seus descendentes se tornarão muitos povos".
20 Assim, Jacó os abençoou naquele dia, dizendo: "O povo de Israel usará os seus nomes para abençoar uns aos outros com esta expressão: Que Deus faça a você como fez a Efraim e a Manassés!" E colocou Efraim à frente de Manassés.
21 A seguir, Israel disse a José: "Estou para morrer, mas Deus estará com vocês e os levará de volta à terra de seus antepassados.
22 E a você, como alguém que está acima de seus irmãos, dou a região montanhosa que tomei dos amorreus com a minha espada e com o meu arco".
Gênesis 49
Jacob abençoa os filhos
1 Então Jacó chamou seus filhos e disse: "Ajuntem-se a meu lado para que eu lhes diga o que lhes acontecerá nos dias que virão.
2 "Reúnam-se para ouvir, filhos de Jacó; ouçam o que diz Israel, seu pai.
3 "Rúben, você é meu primogênito, minha força, o primeiro sinal do meu vigor,
superior em honra, superior em poder.
4 Turbulento como as águas, já não será superior, porque você subiu à cama de seu pai, ao meu leito, e o desonrou.
5 Simeão e Levi são irmãos; suas espadas são armas de violência.
6 Que eu não entre no conselho deles, nem participe da sua assembleia, porque em sua ira mataram homens e a seu bel-prazer aleijaram bois, cortando-lhes o tendão.
7 Maldita seja a sua ira, tão tremenda, e a sua fúria, tão cruel! Eu os dividirei pelas terras de Jacó e os dispersarei em Israel.
8 Judá, seus irmãos o louvarão, sua mão estará sobre o pescoço dos seus inimigos; os filhos de seu pai se curvarão diante de você.
9 Judá é um leão novo. Você vem subindo, filho meu, depois de matar a presa.
Como um leão, ele se assenta; e deita-se como uma leoa; quem tem coragem de acordá-lo?
10 O cetro não se apartará de Judá, nem o bastão de comando de seus descendentes, até que venha aquele a quem ele pertence, e a ele as nações obedecerão.
11 Ele amarrará seu jumento a uma videira; e o seu jumentinho, ao ramo mais seleto; lavará no vinho as suas roupas; no sangue das uvas, as suas vestimentas.
12 Seus olhos serão mais escuros que o vinho; seus dentes, mais brancos que o leite.
13 Zebulom morará à beira-mar e se tornará um porto para os navios; suas fronteiras se estenderão até Sidom.
14 Issacar é um jumento forte, deitado entre as suas cargas.
15 Quando ele perceber como é bom o seu lugar de repouso e como é aprazível a sua terra, curvará seus ombros ao fardo e se submeterá a trabalhos forçados.
16 Dã defenderá o direito do seu povo como qualquer das tribos de Israel.
17 Dã será uma serpente à beira da estrada, uma víbora à margem do caminho,
que morde o calcanhar do cavalo e faz cair de costas o seu cavaleiro.
18 Ó Senhor, eu espero a tua libertação!
19 Gade será atacado por um bando, mas é ele que o atacará e o perseguirá.
20 A mesa de Aser será farta; ele oferecerá manjares de rei.
21 Naftali é uma gazela solta, que por isso faz festa.
22 José é uma árvore frutífera, árvore frutífera à beira de uma fonte, cujos galhos passam por cima do muro.
23 Com rancor arqueiros o atacaram, atirando-lhe flechas com hostilidade.
24 Mas o seu arco permaneceu firme; os seus braços continuaram fortes, ágeis para atirar, pela mão do Poderoso de Jacó, pelo nome do Pastor, a Rocha de Israel,
25 pelo Deus de seu pai, que ajuda você, o Todo-poderoso, que o abençoa com bênçãos dos altos céus, bênçãos das profundezas, bênçãos da fertilidade e da fartura.
26 As bênçãos de seu pai são superiores às bênçãos dos montes antigos, às delícias das colinas eternas. Que todas essas bênçãos repousem sobre a cabeça de José, sobre a fronte daquele que foi separado de entre os seus irmãos.
27 Benjamim é um lobo predador; pela manhã devora a presa e à tarde divide o despojo".
A morte de Jacob
28 São esses os que formaram as doze tribos de Israel, e foi isso que seu pai lhes disse, ao abençoá-los, dando a cada um a bênção que lhe pertencia.
29 A seguir, Jacó deu-lhes estas instruções: "Estou para ser reunido aos meus antepassados. Sepultem-me junto aos meus pais na caverna do campo de Efrom, o hitita,
30 na caverna do campo de Macpela, perto de Manre, em Canaã, campo que Abraão comprou de Efrom, o hitita, como propriedade para sepultura.
31 Ali foram sepultados Abraão e Sara, sua mulher, e Isaque e Rebeca, sua mulher; ali também sepultei Lia.
32 "Tanto o campo como a caverna que nele está foram comprados dos hititas".
33 Ao acabar de dar essas instruções a seus filhos, Jacó deitou-se, expirou e foi reunido aos seus antepassados.
Gênesis 50
1 José atirou-se sobre seu pai, chorou sobre ele e o beijou.
2 Em seguida, deu ordens aos médicos, que estavam ao seu serviço, que embalsamassem seu pai Israel. E eles o embalsamaram.
3 Levaram quarenta dias completos, pois esse era o tempo para o embalsamamento. E os egípcios choraram sua morte setenta dias.
4 Passados os dias de luto, José disse à corte do faraó: "Se posso contar com a bondade de vocês, falem com o faraó em meu favor. Digam-lhe que
5 meu pai fez-me prestar-lhe o seguinte juramento: 'Estou à beira da morte; sepulte-me no túmulo que preparei para mim na terra de Canaã'. Agora, pois, peçam-lhe que me permita partir e sepultar meu pai; logo depois voltarei".
6 Respondeu o faraó: "Vá e faça o sepultamento de seu pai como este o fez jurar".
7 Então José partiu para sepultar seu pai. Com ele foram todos os conselheiros do faraó, as autoridades da sua corte e todas as autoridades do Egito,
8 e, além deles, todos os da família de José, os seus irmãos e todos os da casa de seu pai. Somente as crianças, as ovelhas e os bois foram deixados em Gósen.
9 Carruagens e cavaleiros também o acompanharam. A comitiva era imensa.
10 Chegando à eira de Atade, perto do Jordão, lamentaram-se em alta voz, com grande amargura; e ali José guardou sete dias de pranto pela morte do seu pai.
11 Quando os cananeus que lá habitavam viram aquele pranto na eira de Atade, disseram: "Os egípcios estão celebrando uma cerimônia de luto solene". Por essa razão, aquele lugar, próximo ao Jordão, foi chamado Abel-Mizraim.
12 Assim fizeram os filhos de Jacó o que este lhes havia ordenado:
13 Levaram-no à terra de Canaã e o sepultaram na caverna do campo de Macpela, perto de Manre, que, com o campo, Abraão tinha comprado de Efrom, o hitita, para que lhe servisse de propriedade para sepultura.
14 Depois de sepultar seu pai, José voltou ao Egito, com os seus irmãos e com todos os demais que o tinham acompanhado.
15 Vendo os irmãos de José que seu pai havia morrido, disseram: "E se José tiver rancor contra nós e resolver retribuir todo o mal que lhe causamos?"
16 Então mandaram um recado a José, dizendo: "Antes de morrer, teu pai nos ordenou
17 que te disséssemos o seguinte: 'Peço-lhe que perdoe os erros e pecados de seus irmãos que o trataram com tanta maldade!' Agora, pois, perdoa os pecados dos servos do Deus do teu pai". Quando recebeu o recado, José chorou.
18 Depois vieram seus irmãos, prostraram-se diante dele e disseram: "Aqui estamos. Somos teus escravos!"
19 José, porém, lhes disse: "Não tenham medo. Estaria eu no lugar de Deus?
20 Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos.
21 Por isso, não tenham medo. Eu sustentarei vocês e seus filhos". E assim os tranquilizou e lhes falou amavelmente.
A morte de José
22 José permaneceu no Egito, com toda a família de seu pai. Viveu cento e dez anos
23 e viu a terceira geração dos filhos de Efraim. Além disso, recebeu como seus os filhos de Maquir, filho de Manassés.
24 Antes de morrer José disse a seus irmãos: "Estou à beira da morte. Mas Deus certamente virá em auxílio de vocês e os tirará desta terra, levando-os para a terra que prometeu com juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó".
25 E José fez que os filhos de Israel lhe prestassem um juramento, dizendo-lhes: "Quando Deus intervier em favor de vocês, levem os meus ossos daqui".
26 Morreu José com a idade de cento e dez anos. E, depois de embalsamado, foi colocado num sarcófago no Egito.
Números 1
Recenseamento dos israelitas
1 O Senhor falou a Moisés na Tenda do Encontro, no deserto do Sinai, no primeiro dia do segundo mês do segundo ano, depois que os israelitas saíram do Egito. Ele disse:
2 "Façam um recenseamento de toda a comunidade de Israel, pelos seus clãs e famílias, alistando todos os homens, um a um, pelo nome.
3 Você e Arão contarão todos os homens que possam servir no exército, de vinte anos para cima, organizados segundo as suas divisões.
4 Um homem de cada tribo, o chefe dos grupos de famílias, deverá ajudá-los.
5 Estes são os nomes dos homens que os ajudarão: de Rúben, Elizur, filho de Sedeur;
6 de Simeão, Selumiel, filho de Zurisadai;
7 de Judá, Naassom, filho de Aminadabe;
8 de Issacar, Natanael, filho de Zuar;
9 de Zebulom, Eliabe, filho de Helom;
10 dos filhos de José: de Efraim, Elisama, filho de Amiúde; de Manassés, Gamaliel, filho de Pedazur;
11 de Benjamim, Abidã, filho de Gideoni;
12 de Dã, Aieser, filho de Amisadai;
13 de Aser, Pagiel, filho de Ocrã;
14 de Gade, Eliasafe, filho de Deuel;
15 de Naftali, Aira, filho de Enã".
16 Foram esses os escolhidos da comunidade, líderes das tribos dos seus antepassados, chefes dos clãs de Israel.
17 Moisés e Arão reuniram os homens nomeados
18 e convocaram toda a comunidade no primeiro dia do segundo mês. Os homens de vinte anos para cima inscreveram-se conforme os seus clãs e as suas famílias, um a um, pelo nome,
19 conforme o Senhor tinha ordenado a Moisés. E assim ele os contou no deserto do Sinai, na seguinte ordem:
20 Dos descendentes de Rúben, o filho mais velho de Israel: Todos os homens de vinte anos para cima que podiam servir no exército foram relacionados, cada um pelo seu nome, de acordo com os registros de seus clãs e famílias.
21 O número dos da tribo de Rúben foi 46.500.
22 Dos descendentes de Simeão: Todos os homens de vinte anos para cima que podiam servir no exército foram relacionados, cada um pelo seu nome, de acordo com os registros de seus clãs e famílias.
23 O número dos da tribo de Simeão foi 59.300.
24 Dos descendentes de Gade: Todos os homens de vinte anos para cima que podiam servir no exército foram relacionados, cada um pelo seu nome, de acordo com os registros de seus clãs e famílias.
25 O número dos da tribo de Gade foi 45.650.
26 Dos descendentes de Judá: Todos os homens de vinte anos para cima que podiam servir no exército foram relacionados, cada um pelo seu nome, de acordo com os registros de seus clãs e famílias.
27 O número dos da tribo de Judá foi 74.600.
28 Dos descendentes de Issacar: Todos os homens de vinte anos para cima que podiam servir no exército foram relacionados, cada um pelo seu nome, de acordo com os registros de seus clãs e famílias.
29 O número dos da tribo de Issacar foi 54.400.
30 Dos descendentes de Zebulom: Todos os homens de vinte anos para cima que podiam servir no exército foram relacionados, cada um pelo seu nome, de acordo com os registros de seus clãs e famílias.
31 O número dos da tribo de Zebulom foi 57.400.
32 Dos filhos de José: Dos descendentes de Efraim: Todos os homens de vinte anos para cima que podiam servir no exército foram relacionados, cada um pelo seu nome, de acordo com os registros de seus clãs e famílias.
33 O número dos da tribo de Efraim foi 40.500.
34 Dos descendentes de Manassés: Todos os homens de vinte anos para cima que podiam servir no exército foram relacionados, cada um pelo seu nome, de acordo com os registros de seus clãs e famílias.
35 O número dos da tribo de Manassés foi 32.200.
36 Dos descendentes de Benjamim: Todos os homens de vinte anos para cima que podiam servir no exército foram relacionados, cada um pelo seu nome, de acordo com os registros de seus clãs e famílias.
37 O número dos da tribo de Benjamim foi 35.400.
38 Dos descendentes de Dã: Todos os homens de vinte anos para cima que podiam servir no exército foram relacionados, cada um pelo seu nome, de acordo com os registros de seus clãs e famílias.
39 O número dos da tribo de Dã foi 62.700.
40 Dos descendentes de Aser: Todos os homens de vinte anos para cima que podiam servir no exército foram relacionados, cada um pelo seu nome, de acordo com os registros de seus clãs e famílias.
41 O número dos da tribo de Aser foi 41.500.
42 Dos descendentes de Naftali: Todos os homens de vinte anos para cima que podiam servir no exército foram relacionados, cada um pelo seu nome, de acordo com os registros de seus clãs e famílias.
43 O número dos da tribo de Naftali foi 53.400.
44 Esses foram os homens contados por Moisés e por Arão e pelos doze líderes de Israel, cada um representando a sua família.
45 Todos os israelitas de vinte anos para cima que podiam servir no exército foram contados de acordo com as suas famílias.
46 O total foi 603.550 homens.
47 As famílias da tribo de Levi, porém, não foram contadas juntamente com as outras,
48 pois o Senhor tinha dito a Moisés:
49 "Não faça o recenseamento da tribo de Levi nem a relacione entre os demais israelitas.
50 Em vez disso, designe os levitas como responsáveis pelo tabernáculo que guarda as tábuas da aliança, por todos os seus utensílios e por tudo o que pertence a ele. Eles transportarão o tabernáculo e todos os seus utensílios; cuidarão dele e acamparão ao seu redor.
51 Sempre que o tabernáculo tiver que ser removido, os levitas o desmontarão e, sempre que tiver que ser armado, os levitas o farão. Qualquer pessoa não autorizada que se aproximar do tabernáculo terá que ser executada.
52 Os israelitas armarão as suas tendas organizadas segundo as suas divisões, cada um em seu próprio acampamento e junto à sua bandeira.
53 Os levitas, porém, armarão as suas tendas ao redor do tabernáculo que guarda as tábuas da aliança, para que a ira divina não caia sobre a comunidade de Israel. Os levitas terão a responsabilidade de cuidar do tabernáculo que guarda as tábuas da aliança".
54 Os israelitas fizeram tudo exatamente como o Senhor tinha ordenado a Moisés.
Números 2
Disposição das tribos quando acampadas
1 O Senhor disse a Moisés e a Arão:
2 "Os israelitas acamparão ao redor da Tenda do Encontro, a certa distância, cada homem junto à sua bandeira com os emblemas da sua família".
3 A leste, os exércitos de Judá acamparão junto à sua bandeira. O líder de Judá será Naassom, filho de Aminadabe.
4 Seu exército é de 74.600 homens.5 A tribo de Issacar acampará ao lado de Judá. O líder de Issacar será Natanael, filho de Zuar.
6 Seu exército é de 54.400 homens.
7 A tribo de Zebulom virá em seguida. O líder de Zebulom será Eliabe, filho de Helom.
8 Seu exército é de 57.400 homens.
9 O número total dos homens recenseados do acampamento de Judá, de acordo com os seus exércitos, foi 186.400. Esses marcharão primeiro.
10 Ao sul estarão os exércitos do acampamento de Rúben, junto à sua bandeira. O líder de Rúben será Elizur, filho de Sedeur.
11 Seu exército é de 46.500 homens.
12 A tribo de Simeão acampará ao lado de Rúben. O líder de Simeão será Selumiel, filho de Zurisadai.
13 Seu exército é de 59.300 homens.
14 A tribo de Gade virá em seguida. O líder de Gade será Eliasafe, filho de Deuel.
15 Seu exército é de 45.650 homens.
16 O número total dos homens recenseados do acampamento de Rúben, de acordo com os seus exércitos, foi 151.450. Esses marcharão em segundo lugar.
17 Em seguida, os levitas marcharão levando a Tenda do Encontro no meio dos outros acampamentos, na mesma ordem em que acamparem, cada um em seu próprio lugar, junto à sua bandeira.
18 A oeste estarão os exércitos do acampamento de Efraim, junto à sua bandeira. O líder de Efraim será Elisama, filho de Amiúde.
19 Seu exército é de 40.500 homens.
20 A tribo de Manassés acampará ao lado de Efraim. O líder de Manassés será Gamaliel, filho de Pedazur.
21 Seu exército é de 32.200 homens.
22 A tribo de Benjamim virá em seguida. O líder de Benjamim será Abidã, filho de Gideoni.
23 Seu exército é de 35.400 homens.
24 O número total dos homens recenseados do acampamento de Efraim, de acordo com os seus exércitos, foi 108.100. Esses marcharão em terceiro lugar.
25 Ao norte estarão os exércitos do acampamento de Dã, junto à sua bandeira. O líder de Dã será Aieser, filho de Amisadai.
26 Seu exército é de 62.700 homens.
27 A tribo de Aser acampará ao lado de Dã. O líder de Aser será Pagiel, filho de Ocrã.
28 Seu exército é de 41.500 homens.
29 A tribo de Naftali virá em seguida. O líder de Naftali será Aira, filho de Enã.
30 Seu exército é de 53.400 homens.
31 O número total dos homens recenseados do acampamento de Dã, de acordo com os seus exércitos, foi 157.600. Esses marcharão por último, junto às suas bandeiras.
32 Foram esses os israelitas contados de acordo com as suas famílias. O número total dos que foram contados nos acampamentos, de acordo com os seus exércitos, foi 603.550.
33 Os levitas, contudo, não foram contados com os outros israelitas, conforme o Senhor tinha ordenado a Moisés.
34 Assim os israelitas fizeram tudo o que o Senhor tinha ordenado a Moisés; eles acampavam junto às suas bandeiras e depois partiam, cada um com o seu clã e com a sua família.
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