Verdade
Espalhamos nossas verdades pelo espaço, forçando um coro semelhante a quem nos rodeia, talvez para dar concretude e maior certeza ao que sabemos não ter certeza? Sim, creio que sim, sinto que sim, eu mesmo o faço e me deixo acreditar.
Dificuldade que tantas vezes temos em conviver com verdades! Necessidade que demonstramos ter, de preferir ouvir e conviver com mentiras...Ou não saber da verdade... Ou fazer de conta que não sabemos... Que não ouvimos... Que não vimos...
Creio que cada um tenha uma resposta gritante dentro si, creio tb que todos precisem de verdades, mas antes de dizer estas verdades, procure guardá-las pra si e acreditar nelas antes de dizer para os outros.
São verdades verbalizadas dentro de mim. Coisas que meu coração me contou e não pude compartilhar com ninguém. Sentimentos profundos que se tornaram confusos com o tempo. E o tempo, ah o tempo, deixou no passado, bem eternizado, esse amor. Mas aqui no presente está congelado, e resolvi que não quero que você aquece-o novamente. Prefiro continuar distante, sem olhar pro teu semblante. Assim será bem melhor, creio eu.
Dificuldade que tantas vezes temos em conviver com verdades! Necessidade que demonstramos ter, de preferir ouvir e conviver com mentiras. Ou não saber da verdade! Ou fazer de conta que não sabemos. Que não ouvimos! Que não vimos...
Há certas verdades que não precisam ser ditas, existem verdades que para muitos serão mentiras.
Existem mentiras necessárias, mentiras que podem ser verdadeiras!
Insistir em provar que uma ideia é falsa não é ser intelectual, é ser ignorante!
a verdade é expressa da forma que lhe convém. Porque intervir?
- Sempre valorizamos algo, continue zelando por eles. Amar as nossas verdades é o melhor que podemos fazer por nós.
Meias Verdades
Não sei mais o que fazer, pra me igualar a você vou começar a mentir, vou fingir que não me importo, que não quero fincar raizes no seu chão, que ligar pra você no meio do dia só pra escutar sua voz não tem mais a mesma graça, vou olhar e tentar não te desejar e nem se quer imaginar seus lábios nos meus, vou lembrar que seus momentos já não fazem parte dos meus sonhos, por ultimo vou dizer que me enganei enquanto estava mentindo, vou te agradecer por me fazer tão bem e tentar aceitar que o teu amor é uma mentira dentre tantas outras, que a minha vaidade quer.
Balanceando
Contrariando minha própria vontade
Percebo que minhas verdades
Hoje não serve
Para o que disse ontem.
Se no passado acreditava em mitos
Seres fantásticos
Hoje a realidade me faz conviver
Com carnes e ossos.
O colorido das roupas e dos espaços
Já não brilham tanto nas minhas pupilas
E me esqueci disso.
Passei a cobrar de mim mesma
Resto de alguém que não mais existia
Houve um tempo em que borboleteava pela vida
E tinha medo de pisar no chão
Fechava os olhos à miséria
E o cor-de-rosa predominava.
Não dá mais pra policiar
O que já não sou
Há muito tempo a gaiola se abriu
E não sei ao certo se escolhi
Ratos ou sapos
No fundo do poço há cobras e lagartos
Esperando os demônios de cada um
Minhas incertezas de hoje
São verdades do futuro
Misteriosamente vou me aprofundando
Cada vez mais dentro de mim
E me espanto ao me ver diferente
Espelhos múltiplos, mil faces.
A noite chegou e continuo
A insistir que é dia
O barco pousou no porto
E dispensei a viagem
Hoje quero viajar e
Me falta port, me falta barco
Queria percorrer estranhos mundos
E em cada um recolher um pouco de mim
Juntar todos os pedaços
E o que sobrar de sólido, serei eu
Novamente pronta pra desintegrar
Em mil pedaços, mil cacos, mil sacos...
Hoje eu fujo fugitivo dos doces sentimentos e das verdades inventadas que por ironia são as mentiras sinceras e das quais me atraem;
Por maior que seja seu amor não oferecem ameaças entre o caminho mais fácil;
Não tente ser tão dura com as palavras nem culpar a vida por suas displicências ensaiadas durante sua luta;
Não existem verdades absolutas. Existem alternativas para o mundo compreender e ser compreendido no que é certo.
BOCA
A boca presume mentiras
Dos dentes que falam verdades.
Há um céu de bom descanso
Estrelas que ardem de brilho.
A boca se espanta com o beijo,
E beija as bordas do mundo
É ela que se faz distante e fecha-se
Numa soberba contração, dormindo.
Fico com a boca por uns dias, calada,
E fecho-me em meu coração
Clausura aberta,
Esperando que tua boca incerta,
Finque no fundo da minha.
O que regurgitas.
Amor, amor, amor,
Não queiras quem já andou perto,
De uma boca, do seu ventre quente,
Dizer não, porque coça o desejo
De um mergulho lá das estrelas,
E dividir bem no meio a terra,
Matar suas feras,
Pelos seus dentes.
Queda, boca ao meu destino
Aprofundo-te no silêncio,
Apenas, passando perto.