Verbo
São tempos estranhos, mas não perco a esperança
São tempos estranhos onde o verbo vencer se confunde com o ter, poder, parecer...
São tempos estranhos onde as pessoas correm contra o relógio para possuir coisas que passam na televisão e que no fundo não alcança o coração.
São tempos estranhos onde o verbo amar se confunde com o precisar, utilizar, apegar, trocar...
São tempos estranhos onde as pessoas acreditam que podem comprar o afeto, a amizade, a cumplicidade em prateleiras de supermercado.
São tempos estranhos onde cada um caminha sozinho em busca dessa tal felicidade, como se tudo e todos fossem concorrentes, inimigos...
Ninguém se olha, ninguém se toca, ninguém se sente.
São tempos estranhos, mas não perco a esperança
Me sinto uma estranha porque insisto em acreditar em novos dias
Dias onde os relógios não ditarão o tempo das coisas que não tem tempo, nem preço.
Dias onde não será necessário acumular bens que no fundo nos rouba a própria vida
Dias onde doaremos um pouco de nós para cuidar e fortalecer o outro que caminha ao nosso lado
Dias onde não seremos valorizados pelo nosso cargo, status, contacheque,
mas sim por aquilo que somos e pelas histórias que carregamos.
Dias onde sem pressa voltaremos a nos encantar com o arco-íris, a primavera, o por do sol, o céu azul,o canto dos pássaros, o voo das borboletas...
Dias de encontros sinceros, abraços apertados, sorrisos abertos...
Dias bonitos, coloridos, de flores, de gente, de histórias. muitas histórias.
Dias em que celebraremos todos os dias, dia por dia, dia-a-dia essa bendita chamada vida que é rara, cara e acima de tudo frágil, muito frágil.
São tempos estranhos, eu sei, mas não perco a esperança
A esperança é que me move por ora nesse caminhar
Mudar, verbo em ação...
Mude, mas mude todos os dias, quantas vezes for preciso, aprenda com esta mudança...
Ela vem te ensinar sobre não aceitar o médio, o medíocre, o morno, o pouco.
Que esta mudança venha ao seu encontro e seja tudo ,tudo o que você precisa ser, não pra agradar o outro, mas que o outro perceba quem tu és de verdade!
Já defendi muita gente do outro lado do muro, inclusive quem ainda está em cima dele... Hoje, cansei!
Mudei e não foi pouco!
No princípio era o Verbo... E o que fez a Arquivologia?
Ao surgir pensou-se que seria arquivística disciplina
Legítima tríada corrente, vicissitude raiz, englobante e integrada.
Com o tempo vestiu princípios e técnicas que lhe deram
Nova roupagem, escreveu no continuum gerúndio alguma terminologia
Perenal tesauro, assim gerando, criando, formando léxicos lastros
– eis o repositório arquivístico digital confiável, real e exato.
O Verbo é a expressão da ação.
A ação é força, movimento, energia, luz e criação em seu estado de condensação.
O verbo "amar" parou de ser um sentimento vindo do coração, para ser apenas um título para se gabar.
Não há conjugação no pretérito para o verbo AMAR.
Ou se ama para sempre ou nunca houve amor verdadeiramente.
Você lembra da conjugação do verbo “tomar”? Eu tomo conta da minha vida e tu toma conta de quem? Da tua, né?
O Verbo se fez carne
Na terra desceu
Operou muitos milagres
Era mesmo filho de Deus
Morreu numa cruz, mas ressuscitou
Ele está vivo
Segue o dia, segue o verbo
ditando nos casos e acasos
desta vida em ações -
guarida, riso, choro,
tropeços - ninguém merece -
nem eu mereço,
mas quando chega a poesia,
escrevo, a obedeço !
Escrever, escrever, escrever...
Para quê? Fugir? Não, para ser...
O verbo conjugado, conjurado, julgado.
Ser
é um verbo de definição permanente
no entanto eu sou aqui, isso que você me faz ser.
Ali, em outro lugar com outros,
serei outro e amanhã serei outro
com você
Por que ser é na verdade uma interação
com tudo e todos que nos cercam,
que se adapta e se transforma
a cada instante.
Antonio Carlos Machado
@machado_ac