Verão
CARTA A UM AMOR IMPOSSÍVEL
Escrevi-lhe uma carta, numa tarde de verão,
E meti-a no correio pela minha própria mão.
Esperei,
Desesperei
E quase endoideci
Por não obter resposta.
Em mim, fez-se depressão.
Comecei a ter vida de inferno,
Quando me entregaram na mão
Numa manhã fria de inverno,
A carta que eu tinha
Tão perfeitinha,
Escrito numa tarde de verão...
Vinha, ainda por abrir,
Suja, enrugada,
Já de cor amarelada
Como filha pródiga a vir.
No verso, no lado contrário,
Li, em letras garrafais,
Que foram para mim fatais:
"Desconhecida no destinatário”.
(Carlos De Castro, In Há Um Livro Por Escrever, em 11-02-2023)
ELA
Café e tasca na aldeia.
Era sábado de cálido verão.
A noite teimava na ideia
De não querer o escuro
Como um muro
Que lhe tapasse a visão.
O poeta entrou e nada comunicou.
De pé, observou uma pintura naif
Escarrapachada
Na parede do café triste
E imaginou
E mais não disse
Mas sempre observando.
Eram só dois, para ele olhando.
Um ébrio, de pé e uma mulher sentada
Que dali a nada veio ter com ele, eu,
A perguntar se gostava da pintura
Da parede triste e abandonada.
Na conversa dela com o poeta,
Este correspondeu pela certa.
Falaram, cultivaram e quiçá divagaram...
No final, despediram-se,
Prometeram ficar amigos
Nestas coisas das redes sem trapézio,
As sociais redes de perigos
Que só vingam no mistério
De ser pessoa com mais artigos.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 07-08-2023)
AFRODISÍACA
Você pintou como o sol
Numa manhã de verão
E a luz do seu olhar
Acendeu meu coração
Que andava tateando
Na sombra da solidão
E calor dos lábios seus
Acordou o meu vulcão
Você não é vento fraco
Você é um temporal
Você é fruta madura
Que não precisa de sal.
O pianista no Rio de janeiro
Em uma noite de verão, o casal decidiu fazer um passeio pela cidade do Rio de Janeiro. Eles caminharam pela orla de Copacabana, observando a imensidão do mar e se maravilhando com a vista deslumbrante da praia.
"Como essa cidade é linda!", comentou o pianista. "Não é à toa que atrai tantos turistas do mundo inteiro".
"Realmente", concordou sua esposa, admirando a beleza da paisagem.
Eles seguiram caminhando até chegar ao Pão de Açúcar, onde pegaram o bondinho para apreciar a vista ainda mais de perto. Do topo, podiam ver a cidade do Rio de Janeiro em toda sua grandiosidade: a Baía de Guanabara, a enseada de Botafogo e a vista deslumbrante da praia de Ipanema.
"Olha só como a cidade brilha durante a noite!", disse a esposa, fascinada com a beleza da cidade iluminada.
"Eu amo essa cidade. Ela é vibrante, pulsante e tem uma vida própria que nos envolve", complementou o pianista, que sorria feliz.
E assim, eles continuaram curtindo sua noite no Rio de Janeiro, apreciando a beleza da cidade e a conexão que compartilhavam. A cidade ganhava ainda mais beleza aos olhos do casal, que sabiam que havia encontrado um lugar especial para viver e amar.
"Uma andorinha só não faz verão..." É preciso ampliar a consciência Humana para conquistar a salvação coletiva.
O RATINHO PEDE SOCORRO
Era uma noite quente de verão quando notei um pequeno rosto peludo pressionado contra a janela.
Um ratinho, com olhos brilhantes, olhava para mim com uma expressão suplicante.
Ele segurava uma pequena placa com as palavras:
_ “não me mate, estou aqui porque tenho fome", escritas em letras miúdas.
Eu respondi:
_ “seu habitat deve ser na zona rural sem casas com moradores próximas, pois você transmite doenças para o ser humano.
Vamos fazer um trato?
Você muda para um bosque, na zona rural, onde poderá se alimentar, não é longe.
Se quiser eu levo você e sua família.”
O ratinho concordou, coloquei ele e sua família em uma caixa de papelão, levei para o bosque.
Eles saíram da caixa e me agradeceram sorrindo…
No verão: seu calor, sua praia, seu fulgor;
No outono: seu odor, sua brisa, seu frescor;
No inverno: seu tremor, seu arrepio, seu rubor;
E por todo o ano o seu escritor, seu amante, o seu último amor...
Como a flor do verão que ruge com um leão me incendeia com teu olhar me aquece com teu amor e me alegra com tua presença.
Liderem com empatia, respeito e gratidão e, assim, os liderados os verão como exemplos, seguindo-os de bom grado em quaisquer empreitadas.
"Você é o meu verão... minha estação favorita, aquela que nunca vai acabar. O meu Sol.. Sol da minha vida."
A MENINA DE B.H.
Verão... Noite... Tudo se movimenta...
O balneário se apinha de gente
Que anda na orla, irreverente
Na magia que a época ostenta!
Deparo-me com ela frente a frente...
No seu olhar o meu olhar atenta,
E um desejo intenso se sustenta
Na atração de anímica corrente!
Porém, passou num raio a estação...
Ela voltou prá suas Minas Gerais,
E o bardo retornou a sua lida!
Mas, a praia, o mar, as ondas e os corais
Permanecem, testemunhas que são,
D!um ciclo raro e mágico da vida!
Nelson de Medeiros
Marataizes/ ES janeiro/1997
Adoro o verão pois, é a única estação do ano onde as mulheres se dispem por vontade própria.
Daniel Perato Furucuto
Noites de Verão
Noites de verão, dias mais
longos, céus com mais estrelas.
Fantasio o meu olhar por entre
elas, na busca da mais brilhante,
e bela.
Nas noites de verão, o coração mais
doce fica, suspirando o seu amor
longamente.
Admirando o céu, tento entre elas,
a que mas fale de amor, e chegue mais
perto do meu gostar.
Experimento a que mais fale do querer,
do jeito suave e simples da sua
maneira gostosa de amar.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras. RJ
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Acadêmico da Acilbras
Cadeira 681
Patrono Armando Caaraüra
A carruagem
Tomou para si
Num intrépido frio gelado
Em meio ao sol do verão
E que só se sente na alma
Devolvemos a matéria
De um pedaço de nós
Perdemos o abraço
Do menino do sorriso largo
Agitador de várias paradas
Levado, mas sempre educado
Fez a gente perder a linha
E passar a noite acordado
Deixou-lhe o sopro da vida
No berço dos excluídos
Onde a mãe chora e a vó que ora
Vê seu mundo perdido
O fel amargo da perda
Estampa em cada rosto
A dor e o desgosto
De despedir-se do menino Léo