Ventre
Não aprecio atividades em grupo com mais de duas pessoas, uma vez que, ao ser criado no ventre da minha mãe, eu estava só e, no dia em que for deixar este mundo, certamente estarei novamente.
Jesus foi adorado por João Batista no ventre de Isabel. Não tem como ser Cristão e ser a favor do aborto.
Feto, um Afeto de Fato,
Um ventre é seu leito,
Um Amor sincero
que começa a ser gerado,
cada mês, mais forte
e vai se desenvolvendo rápido
até chegar o nascimento,
momento mais que esperado.
Um amor que não tem preço,
mas de um valor enorme
ao ponto de ser incalculável,
do ventre ao colo,
algumas vezes, no berço,
no braço, no peito,
depois, nos primeiros passos
até seguir seus próprios trajetos
e mesmo que fique distante,
ainda permanecerá por perto,
nos corações e nos pensamentos,
os momentos juntos serão cada vez mais valiosos,
portanto, o zelo precisa ser incessante
pra que esse amor não esmoreça,
dizer "não" também será necessário,
talvez, alguns recomeços,
sem nenhum desamparo,
e, principalmente, que Deus conduza tudo a bom termo, pois no fim das contas,
tudo nesta terra é temporário.
Perguntei pra minha mãe: Dá pra voltar pro seu ventre? e ela singelamente olhou-me nos olhos e disse:
NÃO!
Mas dá para parar de viver inventadas inverdades verdadeiras que não são suas... e inventar as suas!
“Mãe tem o ventre que não cicatriza e o coração que não despeja, para que o filho sempre seja seu inquilino.“
Mente livre, ventre livre
Não era liberdade completa, é certo
a lei mantém a condição de objeto.
A liberdade não veio das mãos de quem
escravizou. Nem escravo, nem livre foi
o que o negro se tornou. Mas a liberdade
caçou seu jeito de acontecer. Quando o
ingênuo viu que a verdadeira alforriaera oacesso ao saber.
A mulher consegue gerar no seu ventre
A pessoa que mais amará,
O bem mais precioso entre
Todos os que na vida possuirá.
No meu ventre
Onde te adentras
Subsistes em fogo
🦋 💝
Só a tua língua
Pode aliviar a febre
Do meu corpo
Na saudade
Que declara do teu
🦋 💝
No fogo da tua boca
Me reinvento
De carne nas tuas mãos
COLO UTERINO DAS LETRAS 🌻
A minha poesia nasce num sorriso
No colo uterino do meu ventre
Onde tento aliviar as dores
Através das palavras, letras sentidas
Das lágrimas que vou limpando
Nas folhas que vou escrevendo
De ti, de mim, de nós em sintonia
Harmonia entre as palavras mesmo
Sem rimar, numa vontade de escrever
Pétalas do tempo entre as folhas cansadas
Silêncio silencioso no desassossego nosso
Poesia nua que nos beija a alma ferozmente
Num afago vindo dos teus lábios em saudade
Nas sussurras palavras que escrevo em firmamento
E a minha alma escava as palavras nas fragas
Por entre o loureiro em flor, ouvia-se o uivo do lobo solitário
Pela serra de giestas que o vento balançava com carinho
Pois o meu coração sentia a solidão imposta pela lua
Que se avistava lá em cima no monte das saudades
Que sentia a minha alma onde escavava as palavras nas fragas
No colo uterino de sorrisos na sentida poesia
BARCO NO ESPAÇO 🌻
No meu ventre
Nasce uma bela flor
Que verte em ti
O meu melhor pólen
Uma substância
Secreta de alegria
Tu plantas-me
O mais belo aroma
Nas asas que me levam
Em leves voos
Nas madrugadas
De flores perfumadas
Jardim da vida
Vela de um barco
No ventre sem arrais
Perdida no espaço de ti.
BARCO NO ESPAÇO 🌻
No meu ventre nasce uma bela flor
Que verte em ti o meu melhor pólen
Uma substância secreta de alegria
Tu plantas-me o mais belo aroma
Nas asas que me levam em leves voos
Nas madrugadas de flores perfumadas
Jardim da vida vela de um barco
No ventre sem arrais perdida no espaço de ti
🌺
Deixaste em mim o teu aroma
Sabor da tua pele perfumada o doce
Da tua boca e dos teus lábios ardentes
Num jardim de tantas delícias
O murmúrio dos nossos corpos
Puseste em mim o desejo de te sentir
De te amar flor de pétalas em desejo
E ficar eternamente este momento
Para perdurar eternamente
CEBOLA AO VENTO
No teu ventre
Em terra de orvalho
Nasce em milagre
Uma bela cebola
Comida crua
Num amor faz-se
Salada de várias cores
De grande frescura
Pétalas frescas
Em formosura
Aparência desnudada
Temperada de mel e limão
Poético sentimento
Ao vento de uma desfolhada cebola
Alegra-te, mãe, pois do teu ventre veio um filho justo, apesar de ser pecador. O pecado pertence à terra, mas a justiça vem do céu.
CERNE (soneto)
Do ventre do cerrado ergui meu gemido
Estrugido duma saudade que me eivava
Furtando o fôlego duma dor que escava
O coração já aturado e um tanto dividido
Da solidão a tramontana reviu-se escrava
No cerne da sofrença no peito desfalecido
Que és de tudo escárnio no fado contido
Grito! Que ao contentamento então trava
Que labareda tal me arde no esquecido
Me remanescendo qual tétrica cadava
E me prostrando na réstia do suprimido?
E, se toda sorte aqui me falhe, és clava
A esperança, dum regresso ainda vivido
Factível, sem os que a quimera forjava...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
Abençoado seja o ventre materno que sabe acolher uma outra vida, traçando antecipadamente todos os cuidados, elaborações e sentimentos amorosos à serviço do crescimento da vida, da educação dos filhos e da comunhão familiar, porque destas lindas e frágeis criaturas ela, na função de mãe, rainha do lar, é capaz de torná-las, através de seus braços, esforços e sábios conselhos, homens e mulheres fortes, úteis e valorosos à nossa sociedade, uma geração carente de felicidade, de valores e nobres realizações sociais.