Poemas sobre o vento
Não olhe para os lados.
As feras espreitam na escuridão.
O vento sussurra subitamente aos seus ouvidos,
E sem saber você simplesmente começa a correr.
Não olhe para os lados criança...
As árvores lhe observam,
Como vigias elas te cercam.
Somente continue andando,
A luz está no final do caminho de pedras e folhas mortas.
Muitas vezes,nada sou,
apenas uma pequenanota,
solta, duetando junto ao vento,
na pauta desafinada da vida,
tentando ser canção...
que nunca é ouvida
A ÁGUIA
Pelos ares
deste lugar inóspito
baila majestosa
uma águia
deslizando pelo vento
imperturbável
Bela e majestosa
- a águia -
é mais que um pingente
a águia é o parópio céu
A ÁGUIA
Pelos ares
deste lugar inóspito
baila majestosa
uma águia
deslizando pelo vento
imperturbável
Bela e majestosa
- a águia -
é mais que um pingente
a águia é o próprio céu
Pensamentos soltos ao vento
Joguei-me ao vento sem pensar...
E por querer pensar pensei que... Poderia você encontrar meus pensamentos.
Joguei ao vento meus pensamentos...
Se você encontrar com eles
Segure-os e o decifre em voz alta, pois são seus.
Se entender meu pensar abrace-os,pois estão juntos meus sonhos e desejos que guardei e que o vento levou para morrer em seus braços.
___Eliani Borges.
"De sinônimo ruim, feito de palavras curvas e previsíveis, foram lançadas ao vento igualmente ao carácter daquele homem."
RECORDAÇÕES
Vento traz de longe o perfume
qual lembrança da primavera antiga,
o amargo gosto do beijo
a rosa de pétala ferida.
Vento traz de longe a folha
que o outono maltratou,
o incenso amargo
de promessas de amor.
A jovem serena,
Linda e morena,
Que corre ao vento,
A relva que trema,
Com tanta beleza,
Pureza e simpatia,
Que dão harmonia,
É ela Thais,
Que sonha e que brilha!
O vento parou
As ondas calaram
O tempo passou
As lágrimas rolaram
Hoje entendi
O que me falaram
Das coisas da vida
Que me anteciparam
Teu corpo que eu quero
Sem ver teu passado
Hoje só espero
Estar do teu lado.
SONETO CINZA
Como no cerrado, o torto é vestuário
Desenhando no vento árida textura
Rajando o céu em escarlate mistura
O coração na paixão, tem imaginário
Eu, na solidão, de imperfeita bravura
Vejo a desdita germinar no itinerário
E o amor em tal solene rito arbitrário
Frustrado pela própria azeda ternura
Fico então no conforto do contrário
Do que no peito me anuncia a tortura
Implorando amor com um destinatário
Mais, que o viver possa ter procura
E a vontade de ter amor, seja vário
No afeto, o amor no fado, é ventura
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 de maio de 2016 – Cerrado goiano
DESGASTA
Tanto tempo, tanto tempo...
Papa terra, papa vento,
papa a papa da mamadeira
taca e ataca no jumento
atracando a vida inteira
celibato, papa, convento.
Vou na papa da papada
papando com colherada
as águas batem na proa
engaja,canja gente boa
brisa induze a garoa
e asas, voam por nada.
Tanto tempo, quanto tempo!
passa rispes sentimentos
será a chave da vida!?
Ou enfeite de momento...
Quem sabe, tudo desgasta?
ou se acaba, ou se arrasta
na face do senhor tempo.
Antonio montes
Despi-me da velha criatura,
O vento soprou,
Não sobrou nada...
Nem as carcaças,
As peças perdidas,
As histórias mal contadas.
Os golpes da tristeza,
Os copos da embriaguez,
A fuga do eu mesmo,
A vontade de me excluir.
Sou hoje a imagem do que me Criou,
Não busco algo em mim,
Cheguei à compreensão que não a nada em que eu não possa melhorar,
Vontade de conhecê-lo e crescer na Tua vontade.
Conheci a plenitude do mundo,
Nada ganhei,
Quase por completo me dei,
Perdi-me,
Ele me achou aos cacos, e juntando os pedaços,
Deu-me vida.
RESPIREI.
Mesmo quando o tempo é rude,
não há vento que não mude!...
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📜© Pedro Abreu Simões ✍
facebook.com/pedro.abreu.simoes
Parece Ontem –
Naquela tarde o vento (leve),
era por nós dois;
O céu (claro), era por nós dois;
Os pássaros e animais e insetos,
e todas as flores naquela tarde
eram por nós dois.
Despedi-me entregando-lhe flores
e dizendo:
Que saudade! — a primavera já
parece ontem.
Lá, onde o vento faz a curva que leva aos sonhos, vou, passo a passo, na certeza do encontro com o meu arco-íris...
alguns acontecimentos
só provam o quanto
somos poeira
se o vento bater em nossa direção
podemos nunca mais existir ali.