Poemas sobre o vento
"" Normal é o vento a toda hora me dizer que sim
e confirmar através da alegria das folhas
o indício da tua chegada
antes mesmo do meu sonho acordar
não te demores minha querida
pois só tenho esta vida para te esperar
mas o faço alegre, pois sei que virás
porém não te demores tanto
lembra-te da minha alma que canta alegremente à tua espera
e dos pássaros que criei livres para te lembrarem
que posto a liberdade é o mais belo do amor
na porta aberta, para livremente poderes ir e ficar
normal meu amor
é toda a euforia que expressa meu coração
na certeza que o teu também cantará e dançará
fazendo em nós o princípio da felicidade
não te demores amor
não podemos perder tempo...
(Oscar Nedyas)
" Nordeste camarada
é o vento amigo de todas as horas
é o sol
nosso nobre marqueteiro
é a lua com total encanto,
aproveite
te convido para tanto
venha comprovar
de brinde te daremos a areia branquinha
e todas as belezas do azul do mar
(Jesuíno Mandacaru)
"" Não sei como a sala pode ficar tão vazia
nem como o vento pode entrar a qualquer hora
a luz não escolhe caminho
tenho uma ambição
ser dono apenas de mim
recolhi tesouros pela vida
habitei em muitos sorrisos
as águas não ficam cristalinas
pelos atalhos,
deixei pedaços enfim...
VENTO ANDEJO
O vento que por aqui passa..
Venta a venta de todas ventas
venta e sibila na praça...
Venta o cambaleio do ébrio
e o cheiro da cachaça.
O vento que por aqui passa...
Venta flores do jardim
venta a menta do antídoto
as lagoas dos anfíbios
e os dentes da jumenta.
Venta para o lado do sul...
O vento vindo do norte
venta os passos dos fracos
o meridiano do agreste
e a esperança do forte.
Venta a moça na janela
e a serenata lá no chão
venta o desespero do adeus
a costela do primeiro Adão
e as lagrimas da solidão.
O vento que por aqui passa...
Venta o cisco no meu chão
venta, com vento da saudade
as vezes espanta a verdade
e o pulsar do coração.
O vento ventou a chuva
e molhou sem dizer não
ventou semente germinando
menino na biqueira banhando
na cumeeira do sertão.
Ventou o pasto do gado
no curral e lá no cercado
ventou o leite da vaca
o plantar com a matraca
p'ra criar o seu criado.
Ventou a marcha do cavalo
em ploc, ploc no caminho
ventou a densa solidão
o escuro do Lampião
quando ele estava sozinho.
Ventou a linda rima
do poema com calor
a prosa o vento ventou
a areia no deserto soprou
junto as estrofes do amor.
O vento que por aqui passa...
ventou nuvens e os escarpados
ventou o rumo do caminho
as letras dos pergaminhos
e os passos lá do passado.
O vento que por aqui passa
já ventou na cor escura
no mourão e nas correntes
nas chibatas das serpentes
e nos pulsos das criaturas.
Vento andejo, vento andejo
vento andejo sim senhor!
Já ventou n'aquele carvalho
inventando todo entalho
para a cruz do redentor.
O vento que por aqui passa
já ventou tudo sim senhor...
Ventou o inicio do mundo
as pedras das manjedoura
e o choro do criador.
Antonio Montes
Seus versos se misturam com os meus num cruzamento, voam ao vento e traduzem o sabor do momento a mais linda poesia cujo o título realiza a fantasia..."Eu de Você"
NA TELHA
Lua cheia
lobo na telha
urro no mundo...
O medo em cima do muro
vento na areia.
Maré com sereia...
Farol encandeia,
sombras no escuro...
O fim, não faz corpo duro
e a peia, rodeia.
Antonio Montes
Quando a tarde te lembrar alguém
e o vento te acariciar
quando fores ao encontro da vida
e achá-la bela
não esperes trocas
aprecies
quando os olhares forem um só
e as mãos quiserem se tocar
quando o coração bater apertado
Não esperes o amor,
o amor é inesperado
olhes ao lado
e se ele estiver lá
viva-o ...
Existe em alguns...
Um poeta oculto dentro de si
A qualquer momento
Num pé de vento pode vir emergir
Escrever lindos versos do Sul ou do Norte
Soprar tão forte que nos fará sorrir...
Dar plena satisfação em ler sua canção interior
Cuja tradução chama-se AMOR!
Ao assistir o entardecer prodigioso...
Escuto os passos do vento em minha varanda...
A saudade trás a lembrança de ternuras antigas...
E penso que morro todos os dias
Enxugo as lágrimas na solidão do crepúsculo
E encanto-me com a canção dos passarinhos...
Sussurrando nos lábios o encanto infindo...
E num longo devaneio misterioso viajo
No voo de poesias não escritas...
E continuo a escutar as canções dos ventos e seus passos
Que me fazem adormecer e sonhar contigo!
PRENDEDORES DO TEMPO
Eu sinto o vento dando vida
as roupas do varal,
ao mesmo tempo... Vejo-as alegres,
batendo palmas como se tivessem,
saldando o sol, e vibrando o
enxugamento do momento.
Se bem que, no mesmo tempo...
Dá impressão que elas estão
agradecendo o ontem...
Sinto pena por velas felizes...
Sabe se lá porque, o motivo da alegria!
Mas estão lá, presa ah prendedores...
E não se dão conta do seu,
repetitivos castigos.
Antonio Montes
BREVE SUTILEZA
Me leve, assim leve
como uma folha seca
ao vento, leve
ou como um leve...
Pensamentos,
em sentimento breve.
Me leve, leve...
Como sentir alem da cerca,
com leveza, me entregue,
n'essa leve sutileza...
Na beleza de ser breve.
Com o seu leve, me leve...
Assim leve sem sentir
me leve depois me entregue
no mundo leve de mim.
Antonio Montes
CATÁSTROFE
Uh... Que vento!
Desabou, pétalas e roupas
... Abriu cratera no matagal.
Tsunami?! Ai de mim...
passou por aqui assoviando, arame
e fez danuras no Haiti.
Derrubou casas, derribou famílias
semeou tristeza n'aquela ilha.
Antonio Montes
FLECHA DO VENTO
O vento que por aqui passou
... Flechou saudades de ti
no alvo do meu amor.
Antonio montes
A PÁLIDA CANOA
Com vento em popa
lá vai à canoa
maré na calmaria
ondas sobre a proa.
O bico, vai às águas
sem sede pra encher
canoa, alguém paga...
Pra andar com você?
Quando criança; andei
com medo no ar
de não cair nas águas
para não se afogar.
A canoa esta pálida
de tanto navegar
já levou saudades
para o lado de lá.
VENTO SOLTO
Aquele vento solto no chapadão
alargou-se pelos campos e na larga,
não alisou nada!
Balançou poste, derrubou placa
acalentou caminhões...
Tanta força, tanta força!
que até os olhos do motoqueiro
arrancou da cara.
Sabe aquele poço que estava,
sobre a margem direita da estrada...
Mudou-se para, margem esquerda
e transformou em chuva...
Toda a sua água.
Aquele vento solto no chapadão
causou danos, desconcertou coração...
A tudo que foi feito com as mãos.
Antonio Montes
REFLEXO
É o cachorro perseguindo osso
é o pássaro pulando atrás da fruta
é o vento doido no mês de agosto
é o bruto testando a força bruta.
É a espuma do mar sempre persistindo
é o lobisomem namorando a lua cheia
é a saudade tirando o todo o sossego
é o desespero da mulher feia.
é a morte amável e amiga de adeus
ao mesmo tempo inimiga da vida
pensamentos dos outros não seu teus
são todos tortos em causas perdidas.
Os pensamentos sim, são mesmo torto
irmãos de todos os infelizes aleijados
em vida têm enjoou, vômito e aborto
orgulho, vontades e desconfiados.
O galho da rosa não tem somente flor
tem caule com casacas e também espinho
o mundo é uma precisão de paz e amor
para encontrar-se com meiguice e carinho.
Antonio Montes
"" Somos todos retratos
e o vento passando
somos todos tão poucos
loucos por fantasias
sem ironias
somos os pecados querendo acontecer...