Poemas sobre o vento
Os ventos escutam meus gemidos por está chorando, mas me acalma com o barulho do vai e vem das folhas!
VELEJAR
Caravelas sob relento
vão velejando sobre as águas
... Em seus ventos...
Calmos tensos...
Roupas sobre o varal.
Ao tempo, nada!
Aos olhos firmamento...
Espaço baixo, espaço alto,
relevo em velejo no mar...
Marujo sujo, aurora cedo,
segredo...
Canta galo o velejar.
Antonio Montes
às vezes gritamos ao tempo em tons que são levados pelos ventos enquanto as lágrimas molham meu rosto e minha alma, querendo conversar e dizer tudo e mais do que demais que guardo e o que vem comigo na confissão sagrada para um velho amigo, e há dias e nos dias que se passam recolho-me esperando o sol desapontar no infinito
REMINISCÊNCIA
Aquela casa velha no vale...
Os ventos ainda te sondam
o sol em suas manhãs, ainda lhe sorrir
mas hoje, abandonada...
Das promessas e esperanças
o que lhes resta, são...
Montanhas de saudades, por ali.
Hoje, suas paredes e seus espaços
são baús de um tempo passado
são marcas de um plano marcado.
Baús, cheios de sonhos
felicidades alegrias
choro, tempestade fantasia.
Florada de vida, idas e vindas
ate mesmo,
coisas que não parecia.
Nas paredes d'aquela, casa..
amores e medos, misturam-se,
com degredos, e segredos.
Escolhi o homem certo para amar. Mesmo quando você me faz gritar aos ventos de raiva, com tuas manias e birras, eu te amo com todo meu coração. Mesmo quando o jogo Coin Master que você joga é chato e sem graça, meu coração aquece de amor. Mesmo quando você chega às 07:00 da manhã depois de um show, eu sei que escolhi o homem certo para amar. Eu te amo em cada detalhe, e em cada detalhe me esbanjo nesse amor. Amo que amo.
" Onde estão os ventos que acariciavam meu rosto?
onde está o horizonte que tanto procurei?
onde está o amor da minha vida?
talvez eu não soube segura-los quando passavam
deixei-os ir sem tentar ao menos convencê-los a ficar
agora eu sei que sorrir é preciso
que levantar a cabeça é vital
agora eu sei, preciso viver
correr pelos campos imaginários de minha alma
hoje é tempo, ainda tenho muito, mesmo em meio às perdas
sobreviverei
Acho que é hora de recomeçar...
Em meio à devaneios, minha alma pôde descansar em uma praia de ventos álgidos que faziam do meu sangue, gelo.
Meus pés puderam passear pela areia quente e solitária, não havia ninguém ao meu lado.
Era um privilégio escutar a canção das ondas, era um privilégio a ausência de voz que não fosse a minha.
A boa solidão, como eu digo, é um privilégio.
Os ventos que te sopraram
foram os mesmos que me fizeram
sem barro,
trouxeram
as cinzas do meu corpo
e renasci.
Fazer-se-á caminhos, de nuvens cinzentas e sinuosas, aos ventos que sopram o mar, no feitio à goela dos ofendidos.
Fazer-se-ei infinitos, assobiados por aves impetuosas, que gorgeiam as primeiras horas de manhãs mal nascidas, louquejando as desnudas noites indormidas, ao sereno lacrimejante do universo,
em volúpias despedidas.
Arvoredo
Ventos do Oeste
me trazem para
este torrão celeste,
Arvoredo é terra
de gentil segredo.
Pelas rotas da vida
os filhos da Itália
ali tropeiros em ti
encontraram acolhida.
Eles encontraram
o pouso da esperança
galopando ao redor
dos Rios Irani e Ariranha
para ser cidade erguida.
Seguem honrando
e dão tudo de si
com a força do Cedro,
a beleza do Angico,
a ternura da Cabriúva
e a poesia da Bracatinga.
Deste Alto Uruguai Catarinense
e Vale do Contestado,
tudo o quê a vida pede o teu
povo corajoso tem abraçado
do anoitecer a aurora
no ritmo constante do Leão e do Poca.
Khirbat Zalafa
Os ventos dobrando
as plantações de cereais,
na cesta tenho laranjas,
no coração tenho você
que chegou devagarinho
e com emoções criou
o nosso ninho que nem mesmo
o despojamento foi capaz
de ir contra a lembrança,
porque tudo aquilo na vida
que vai sempre volta,
A verdade está batendo na porta.
Deserto
Nos morros esculpidos pelos ventos, nas mais altas fendas do Jalapão, a Princesa existia.
Presa em um Castelo cheio de ecos onde esquadrinhava a sua solidão.
Jamais descia.
Escondia-se com receio dos bichos que uivavam, rastejavam e se metarfoseavam junto ao capim dourado.
Do alto avistava as caravanas que contornavam as dunas à procura de sombra abaixo do chapadão alaranjado de arenito.
Ouvia os murmúrios dos preparativos do pouso, admirava a pequenas fogueiras iluminando a jalapa em chão de estrelas rastejantes.
Ao dia a savana dourada era castigada pelo vento indomável que carregava grãos de areia em constante combate.
Tinha desejo de descer, pisar naquela areia alaranjada, correr naquele silencioso esmagando o capim que choraria em seus pés estalando lamentos e rugidos.
No Castelo havia somente uma entrada.
E seus contornos e arrabaldes transpunham em curvas e corredores sem saídas obscuros para confundir estrangeiros.
Vivia ali sem nenhuma lembrança do passado somente do presente. À noite o Príncipe chegava carregado de conquistas e presentes alucinantes e ela viajava bem longe em seus verbos.
Na madrugada ele roubava seus sonhos durante o sono. Retirava seus aromas, as cores, suas noites enluaradas e o frescor de seu corpo banhado na alucinação dos rios.
Passou a Princesa a sofrer de nostalgia, de inquietude dolorosa, num choro calado debatendo-se com a sua imaginação.
Não havia superfície em sua vida, tudo era fundo e inatingível. Lembrava-se só das fogueiras estalando no lanço do isolamento das noites.
Tinha, portanto, um Castelo sem sonhos, janelas semicerradas e portas herméticas.
Passou a ficar extremamente branca, enluarada na cor onde se via seu mapa angiológico, desenhado, pulsando em suas veias.
Sua voz passou a ficar vigorosa, com ares de sufoco e repetir desejos. Diziam que a sua formosura estava pregada nas paredes da jalapa e respondia ao chamado dos curiosos.
– Princesa, onde estás? E no eco ela respondia:
– Onde estás?
Quando a caravana passava, abria suas tendas, nas sombras das noites insones, sua lenda sobressaltava junto à lua cândida.
E na placenta do imaginar ela nascia como alma de ilusão de quem deseja habitar na fantasia.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
EXISTÊNCIA
Siga o caminho dos ventos vindouros da Rosa
Registre suas pegadas nas areias do tempo.
Viva plenamente,
Ultrapasse as portas da percepção
Entenda o Eu oculto pelo véu da ignorância.
Para cada verso um sentido,
Nenhuma palavra é vã perante a existência.
Deixe registrada sua marca,
O seu sinal,
A certeza do seu ser.
PERSISTÊNCIA
Postar-me-ei desnudo aos ventos da rosa
Deixando as máculas da alma pelo ar
Pesado é o fardo,
Resistirei...
Das feridas, o tempo cuidará.
Aprendi a caminhar
Na companhia dos ventos
Labutando com fervor
Destino traçado em outrora
O quanto deverei pagar? Ainda não sei
Farei do tempo a minha estrada
E do vento, o meu guia.
Questão de tempo, partidas das horas, ventos trazendo a briza do mar, longe está a minha cidade, e perto sinto nós, da nossa liberdade!
Não quero mais nada me indicando as horas! Voltar?
Ou partir para outra história.
BN1996
18/08/2020
noite fria
com ventos nas ruas cantando sem rima
uma mulher gelada e nua em plena rua
acenando a mão para o céu.
e o gelo caindo sobre o véu da noite
gelando-me a carne sem piedade
eM todas as noites frias, ficava contemplando serena
o frio, plantado na alma do ser que habita
as faces das nuvens cinzentas
queria ser fogo e esquentar a terra
mas cada vez mais me encolho
com receio de virar pedra...
...........
e vem o dia...
sem a dança do sol nos arredores dos montes...
ciça b. lima
( in "balada do inverno triste " do livro "só poemas" )
Sentado numa lotus, ventos chocoalham as árvores emulando os véus de Lakshmi, logo o céu amarelado vai emergindo sua fortuna, as cores em gradiente enriquecem o jardim, borboletas douradas aparecem, a decretar a liberdade e a beleza do vale.
DEPRESSÃO
Se alguém pudesse ler o teu olhar
enxergaria uma neblina densa,
ventos, tornados e a tormenta imensa
que o teu sorriso insiste em disfarçar...
Se alguém tivesse o dom de mergulhar
no que tu calas, e a cabeça pensa,
descobriria a correnteza intensa
do mais revolto e perigoso mar!
E, sob o véu desta aparente calma,
veria monstros te assombrando a alma
soprando escuras nuvens do desgosto...
E entenderia todos os momentos
nos quais a chuva dos teus sentimentos
transborda o peito e escorre no teu rosto...
Hoje o dia amanheceu mais ou menos
entretanto os ventos da liberdade sopram
algo vai melhorar
as nuvens, antes densas e carregadas, agora esvaem
os feudos, toscos e aparvoados subestimam a grandeza
e todos numa fila de esperança
depositam suas vontades
o que vencer, não poderá ignorar
o novo tempo, que está para nascer...
Aquela areia do passado é desmachada pelos ventos. Nada é como antes, nada fica igual, nem os grãos.
As dunas do passado quando assombram o presente, precisam de ventos fortes pra desmanchar e
abrir os caminhos. Tudo se integra e desintegra como areia para novos começos e recomeços.